O jornalista Claudio Wurlitzer, membro do Conselho Deliberativo da Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí (APN-VG), envia ao Seguinte: artigo sobre o Dia da Árvore, celebrado neste sábado, 21 de setembro
Assim como o “Dia das Mães” deveria ser comemorado todos os dias, o “Dia da Árvore” também. Justificativa não falta para defendermos a Mãe Terra. Pelo menos para aquelas pessoas que compreendem a importância da vegetação na defesa da Casa Comum o apelo é necessário. Pois é seguindo as suas raízes plantadas há 45 anos, que a Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí (APN-VG) utiliza a data de 21 de setembro não apenas como um símbolo, mas uma oportunidade a mais para destacar a importância da arborização, em especial nos centros urbanos. A entidade vê a concepção do meio ambiente em sua totalidade, levando em conta a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, nunca deixando de levar em conta a sustentabilidade com enfoque humanista.
Nessa ótica, neste sábado, um grupo de dirigentes da APN-VG realizou o plantio de três mudas de árvores no pátio da sede da entidade, no centro de Gravataí. Um ato simbólico, sim, mas ao longo de sua trajetória a entidade já plantou e estimulou o plantio de milhares de árvores. Desta feita, destaque para o Pau-brasil, árvore símbolo da nação brasileira, lembrando que a exploração dessa espécie vegetal foi a primeira atividade econômica realizada pelos portugueses quando chegaram aqui, no século XVI. A exploração foi tão intensa que a árvore quase foi extinta. Também foi plantado um pé de Guabiroba, espécie nativa comum no Rio Grande do Sul, e nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, hoje duramente castigados com as queimadas. E, por último, a muda de um Ipê Roxo, originário da América do Sul, que no Brasil se desenvolve desde o Maranhão até o Rio Grande do Sul. Nesta atividade participaram o ambientalista Paulo Müller, presidente; o biólogo Leandro Martins, 1° vice-presidente; a acadêmica de História Eduarda Knobeloch, 2ª vice-presidente; e o jornalista Claudio Wurlitzer, membro do Conselho Deliberativo da entidade.
Com foco na Educação Ambiental, fortemente incrementada na última década, a partir do Projeto Rio Limpo, a APN-VG desenvolve ações voltadas à conscientização da defesa do meio ambiente como um todo. Independente de credo religioso, mais do que nunca, está sendo observado que a sociedade precisa cuidar melhor da sua casa. Na encíclica Laudato Si, o Papa Francisco não deixa de criticar o desenvolvimento irresponsável. Lembra, com ênfase, que “tudo está conectado: o ser humano não está dissociado da Terra – a Mãe Comum -, sendo parte da natureza de um mesmo todo. O Santo Padre propõe um debate permanente sobre sustentabilidade, ecologia e justiça social. E vai mais longe ao fazer cobranças: “Não basta replantar áreas verdes, despoluir rios e reciclar resíduos domésticos”, lembra Francisco ao citar que Deus criou todas as coisas e delegou-nos o seu cuidado. E aí se pode fazer uma reflexão: estamos tendo esse cuidado? A APN-VG, enquanto organização não-governamental, cumpre o papel que lhe cabe, atuando incansavelmente em debates ações voltadas à defesa da bacia hidrográfica do rio Gravataí e seu ecossistema.
À luz de ensinamentos bíblicos e de constatações, ambientalistas advertem que o descuido com a Casa Comum compromete a qualidade de vida, em especial diante da destruição de recursos naturais que provocam alterações climáticas.
Durante o plantio de árvores foi lembrado que a preservação das matas e demais ecossistemas é uma obrigação moral para todos os homens e mulheres, crendo ou não em Deus. Vê-se que apenas um grupo de negacionistas ainda reluta em admitir que o comportamento humano está diretamente ligado à degradação ambiental, e por conseguinte, comprometendo a qualidade de vida no Planeta como se outra opção restasse à humanidade. Que chegue a primavera, e com ela mais adesão à defesa de nossa Mãe Terra e da cidadania.
Louvado sejas!
