: Sônia (atrás), a filha Carla (meio) e a amiga Tuca Guerra (frente), lagarteando na Praça dos Museus, Viena.
Pois é, no sábado, ao chegarmos a Madri, encontramos o “hostal” em que nos hospedaríamos fechado e, de acordo com as instruções recebidas, entramos em contato com os proprietários, que logo apareceram para nos receber e cobrar a diária adiantada.
E hoje, na hora do check-out, eles nos enviaram mensagem em que pediam que deixássemos as chaves do portão, da casa e do quarto sobre o balcão da recepção, onde alguém havia largado outro chaveiro um pouco antes. Quanto tempo falta para que se instale um clima de confiabilidade como este no Brasil?
Domingo, começamos o dia com uma caminhada pelo bairro de San Blas, em que estávamos hospedadas, e, no início da tarde, pegamos um ônibus e, depois, o metrô, para voltar ao Aeroporto de Barajas, onde começaria, enfim, nossa viagem às quatro capitais imperiais da Europa Central: Viena, Bratislava, Budapeste e Praga.
Para não dizer que até aqui tudo foram flores, conto-lhes que nossa passagem pelo Setor de Migração do Aeroporto de Barajas não foi nada agradável. Na esteira em que coloquei minha bagagem de mão, para que passasse pelo raio-X, uma funcionária interpelava os passageiros de forma ríspida, revirava suas bolsas nervosamente e depois os liberava com o grito de “Anda!”. Minha amiga Tuca, encaminhada para a esteira ao lado, contou-me que o tratamento dispensado aos passageiros, por lá, foi ainda pior.
Menos mal que minha filha Carla, que é formada em Relações Internacionais, explicou-nos que não teríamos de apresentar os passaportes nas demais fronteiras, pois os quatro países que visitaríamos são signatários do Acordo de Schengen, o que significa que o visto de entrada obtido na Espanha garante nossa livre circulação em todos eles e em uma penca de outros países europeus, como se se tratasse de uma viagem doméstica.
Ao nos aproximarmos de Viena, sobrevoamos vários campos de energia eólica, e fiquei sabendo que a Áustria é líder europeu no setor de energias renováveis e que algumas de suas empresas detêm tecnologia de ponta nesta área. Fico imaginando quantas novidades mais terão ocorrido desde que estive aqui, por alguns dias, lá no início de 79, quando passei quatro meses mochilando sozinha pela Europa.
Por sorte, o centro da cidade não mudou muito, ao menos foi o que pude perceber enquanto caminhamos da estação do metrô até a casa da Sara, uma amiga austríaca da Carla, que nos ofereceu hospedagem assim que ficou sabendo de nossa viagem.
Com chuva e uma temperatura bem inferior a que encontramos em Madri, chegamos a um apartamento super acolhedor, localizado em um prédio do comecinho do século XX, onde nos esperava um chá fumegante e uma mesa coberta de delícias. Esta viagem está sendo uma conspiração contra a minha silhueta.
Vamos ver o que nos reserva o dia de amanhã…
Algumas das fotos do passeio de hoje!