Triste sina esta da obra que nunca acaba. É que entra governo e sai governo sem que a duplicação da RS-118 se torne realidade. Deu “tilt”, de novo, e o que tudo parecia bem pode parar de novo. E já no mês que vem, logo depois das eleições, por falta de dinheiro em caixa, segundo apurou o jornalista Jocimar Farina e o ClicRBS publica hoje com destaque em seu site.
O jornalista escreveu que a obra considerada prioridade no alto escalão do Palácio Piratini e que aparece em várias cenas da propaganda política do candidato à reeleição e governador José Ivo Sartori (MDB), pode ter o ritmo das obras diminuído e até parar, por absoluta dificuldade financeira da administração estadual.
Ainda segundo a notícia, cerca de R$ 30 milhões que deveriam ter sido pagos em setembro às empreiteiras – principalmente à construtora Sultepa – que vinham fazendo da rodovia um canteiro de obras, ainda não foram depositados. Mas o governo teria garantido que até dia 31 deste mês, quarta-feira que vem, o valor seria depositado.
— Não diminuímos o ritmo. Estamos aguardando os pagamentos — disse Ricardo Portella, presidente da Sultepa e responsável pela maior extensão de obras nos 21 quilômetros da duplicação, ao jornalista Jocimar Farina.
O mesmo Portella reconheceu, na entrevista, que se o débito não for quitado pelo governo gaúcho conforme o prometido, novembro pode começar mal, com obras em ritmo lento ou, até mesmo, sendo paralisadas. Segundo consta existem outros contratos enfrentando o mesmo problema, serviços que podem ser paralisados se os valores não forem pagos.
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Meteorito
Há exatamente uma semana, dia 18, em uma passagem meteórica por Gravataí o secretário estadual dos Transportes Humberto Brandão Canuso liberou uma das pistas duplas do viaduto da RS-118 sobre a estrada Itacolimi ao trânsito, enquanto nota da pasta que ele comanda voltou a prometer a conclusão da duplicação até o final do ano. Mesmo sem que os serviços tenham sido iniciados em trechos do Lote 1, do quilômetro 0 ao 5, em Sapucaia do Sul.
Ainda da matéria:
(gauchazh.clicrbs.com.br)
Dificuldades financeiras
As dificuldades nos pagamentos para a duplicação da RS-118 refletem a crise nas finanças estaduais. Até esta quinta-feira (25), o Piratini ainda não conseguiu pagar o salário de todo o funcionalismo referente a setembro. A promessa é quitar os valores até o fim da semana.
Aliás, este é o mês com maior demora para pagar o funcionalismo na gestão Sartori. Até então, o pagamento mais demorado havia ocorrido em 22 de agosto de 2015, quando a folha do mês anterior fora quitada.
Obra em 2019
Desde o ano passado, o governo promete que concluiria a duplicação até o fim de 2018. O então secretário dos Transportes Pedro Westphalen dizia que todas as condições para o término da obra seriam dadas e somente situações adversas, como excesso de chuva e demora no reassentamento das famílias, poderia atrapalhar os planos.
Porém, algumas obras necessárias para o término da duplicação só começaram no segundo semestre e, contratualmente, têm previsão de conclusão em 2019.
— Também enfrentamos uma série de dificuldades. Houve atraso no fornecimento de asfalto e uma quantidade elevada de chuva nos últimos meses — diz Portella.
Ele projeta que conseguirá concluir boa parte da duplicação ainda em 2018 entre os quilômetros 5 e 21, mas que somente no primeiro semestre do ano que vem conseguirá finalizar os trabalhos.
Duplicação foi retomada em 2017
As obras entre Gravataí e Sapucaia do Sul começaram em julho de 2006, mas só passaram a apresentar avanço, de fato, a partir de 2011.
Em 2012, a obra chegou a receber o maior investimento até então. Foram R$ 27 milhões, no segundo ano da gestão de Tarso Genro. Porém, em outubro de 2014, após as eleições, a duplicação parou por falta de recursos. Nos dois primeiros anos da gestão de José Ivo Sartori a obra não avançou. A alegação do governo é que este período serviu para planejar os trabalhos. A duplicação só foi retomada em 2017.
Confira, na íntegra, a nota do governo do Estado:
"O Governo do Estado informa que vem realizando grande esforço, mesmo diante das dificuldades financeiras que são conhecidas da sociedade gaúcha, para seguir o cronograma de execução e pagamentos referentes ao projeto de duplicação da RS 118, obra fundamental à retomada do nosso crescimento. Prova de que esta obra ganhou prioridade depois anos paralisada é que, desde 2015, o volume de investimentos aplicados ultrapassa R$ 150 milhões, provenientes do Tesouro do Estado.
Por fim, o governo reafirma seu empenho em proporcionar totais condições para que a rodovia esteja duplicada até o fim do ano."
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