O advogado Rene Saldanha denunciou em seu perfil de Instagram que cavalos retirados de carroceiros pela Prefeitura de Gravataí são abandonados em área da Santa Tecla “para morrerem de fome”. Ele denuncia também um “cemitério de animais” na área de 30 hectares.
O Seguinte: foi buscar informações. Não há cavalos de Gravataí no local, que é propriedade do Grupo Gestta.
Os animais recolhidos no município em cumprimento da lei que proíbe carroças são tratados na Unidade de Saúde Animal (Usag) e, durante a espera por adoção, vivem em cinco diferentes pastagens. Os endereços dos locais não são expostos para evitar o sequestro dos animais.
Conforme a assessoria de imprensa da Prefeitura, nenhuma denúncia de maus tratos chegou formalmente à Prefeitura.
A partir de licitações, a Gestta Cuidado Animal recolhe cavalos apreendidos em nove municípios da região metropolitana, entre eles Cachoeirinha, Canoas e Viamão. Sob diária de R$ 12, a equipe da empresa criada há quatro anos transporta os animais para um sítio em Viamão, onde passam por inspeção veterinária, castração, são microchipados e encaminhados para adoção, conforme a proprietária Giovana Motta.
Os que não tem perfil para serem repassados a novos tutores, são abrigados na Santa Tecla, na área arrendada em dezembro. Há, conforme a proprietária da empresa, cerca de 100 cavalos abrigados no local.
– É um santuário, um asilo. Procuramos dar um fim de vida digno a animais extremamente debilitados – diz a proprietária, oferecendo acesso a notas de compra de alimentação e contratação de funcionários, além de uma série de vídeos mostrando os cavalos alimentados.
– Há cavalos magros, em recuperação. Alguns acostumados a comer lixo nas ruas. Mas nunca tivemos nenhum apontamento de maus tratos. Temos visitas regulares de órgãos ambientais – diz.
Giovana nega que animais mortos sob gestão da empresa tenham sido enterrados no local.
– Quando limpamos a área, havia ossadas. Mas temos convênio com universidades para encaminhamento dos animais – diz.
O Seguinte: ainda não conseguiu contato com os proprietários anteriores.
Giovana informa que registrou ocorrência policial e representou criminalmente contra o denunciante devido à invasão da propriedade e exposição do local durante a filmagem.
– Já identificamos os autores. Colocaram em risco os animais. Já tivemos episódios de pessoas armadas tentando retirar cavalos do local – diz.
O advogado que postou o vídeo não respondeu ao contato do Seguinte:. Em seu perfil, Saldanha se manifesta contra a lei que proíbe o uso de carroças.
Para acessar a postagem-denúncia, clique aqui.
Para acessar o site do Grupo Gestta, clique aqui.
Ao fim, é isso o que consegui apurar até o fechamento deste artigo. A denúncia foi feita na noite desta terça-feira.
Certeza apenas que não há cavalos retirados de carroceiros de Gravataí sob cuidados da Gestta. É uma fake news.
Sigo em busca de mais informações. É preciso descobrir a origem dos animais mortos e ossadas da foto que ilustra este artigo.
