Já é um começo a secretária de Educação do Rio Grande do Sul admitir “vergonha” e “pedir desculpas” pela maior escola pública de Gravataí, o Tuiuti, ter 3 dos 4 prédios interditados, como tratei em Grito de Gravataí foi ouvido sobre vergonha da interdição da escola Tuiuti; É o ’Mercado Livre’ da educação e na série de links relacionados no artigo.
Foram as expressões usadas por Raquel Teixeira, conforme a deputada estadual Patrícia Alba (MDB), que foi recebida em Porto Alegre ao lado da diretora da escola estadual, Geovana Affeldt, da vice-presidente do Conselho de Pais e Mestres, Caticilene Herbertz, e de representantes da comunidade escolar.
Conforme a secretária uma equipe técnica está fazendo uma avaliação de preço para providenciar a obra, embora não tenha confirmado prazo de retorno.
– É inadmissível que os nossos alunos estejam estudando em espaços improvisados, até mesmo fora da escola, por não encontrarem a segurança necessária dentro dela. Os alunos, pais, professores, funcionários e direção não aguentam mais respostas genéricas – cobra a deputada.
– Até então, só tínhamos sido atendidos por assessores que se restringiam em dizer que a ‘situação está andando’. Pois bem, as obras seguem parada há anos. Temos que ver até onde vai a vontade da secretária – acrescenta a diretora, sobre a reivindicações que perpassa os governos Tarso Genro (PT) e José Ivo Sartori (MDB).
A polêmica na Tuiuti, contada em uma série de reportagens pelo Seguinte:, e que você pode assistir clicando aqui em um mini-doc de denúncia foi feito em uma parceria do vereador Thiago De Leon (PDT) com a produtora gravataienses Tellart Films, se arrasta desde 2016 quando a direção pediu a recuperação de instalações físicas, especialmente da rede de energia. Há época havia inclusive ameaça de fechamento da escola.
O que toda comunidade escolar sabia só foi oficializado em novembro de 2018 após vistoria do Conselho Estadual de Educação e de engenheiros da Secretaria de Obras do Estado que interditaram três dos quatro pavilhões da escola por apresentarem graves problemas estruturais, especialmente no forro e na parte elétrica.
Só restou espaço para quatro salas, com capacidade para 35 alunos. Em 2019, as aulas foram entre o refeitório, biblioteca e até o salão da Igreja.
Em janeiro de 2020, elementos técnicos da licitação foram encaminhados à Central de Licitações (Celic) com um orçamento de R$ 525.325,03. Com a tragédia da COVID-19 a partir de março, que suspendeu as aulas, e o decreto de calamidade pública que restringiu atividades, como a construção civil, no Rio Grande do Sul, o processo 20190000169995 parou até, no dia 11, chegar ao Departamento de Obras Públicas da Secretaria de Obras do Estado, sob o comando de José Stédile (PSB), ex-deputado federal e ex-prefeito de Cachoeirinha.
As aulas retornaram neste dia 3 de agosto, mas a última informação, até a audiência com a secretária estadual, era de que será preciso refazer o processo licitatório porque o meio milhão orçado em 2019 já está defasado para a obra. Os 1.200 alunos, aqueles que não desistem, vão estudar onde dá, não entra água ou não há risco de uma parede cair e acontecer uma tragédia.
Ao fim, insisto, como em Um candidato a Presidência da República não consegue consertar uma escola em Gravataí: resolver – ou não resolver – o problema de uma escola é um símbolo para alguém que quer ser Presidente da República. A Rosane Oliveira concorda.
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