Diz a máxima que a vingança é um prato que se come frio. Nesta quarta-feira, Felisberto Xavier (PSD) serviu ainda fervendo a Miki Breier (PSB) o relatório que opina pelo prosseguimento do processo de impeachment. Além dele, que é o relator, o presidente David Almansa (PT) e o membro Paulinho da Farmácia (PDT) votaram a favor.
Como reportei ontem em Cristian Wasem presidente: voto da cadeia decidiu eleição na Câmara de Cachoeirinha; Juca honrou o que assinou, Xavier perdeu a eleição para a Presidência da Câmara ontem para Cristian Wasen (MDB), que recebeu votos de parlamentares ligados ao prefeito afastado desde 30 de setembro.
– É preciso prestar esclarecimentos à população. Essa comissão é o instrumento – disse Xavier, na leitura do relatório que você assiste clicando aqui.
Reputo Cachoeirinha terá mais um impeachment suspenso judicialmente. Já alertei sobre possíveis erros nos ritos de abertura em Câmara aceita denúncia de impeachment de Miki: Presidente já acusou prefeito afastado de integrar organização criminosa; Sartre, o inferno e o céu.
É que o Decreto-Lei 201/1967, que rege os impeachments, prevê a necessidade de convocação dos suplentes para substituir vereadores impedidos de votar sobre a denúncia.
Até o ‘Dr. Google’ permite acessar uma série de decisões que alertam que a não convocação gera nulidade no processo político-administrativo.
Mano do Parque (PSL), por ser o autor do impeachment, Marco Barbosa (PP), cunhado de Miki e Gilson Stuart (PSB), investigado nas operações que subsidiam a denúncia, se autodeclararam impedidos na sessão.
E a presidente Jussara Caçapava (PSB) não fez a convocação e submeteu a admissibilidade do impeachment a votação. O resultado foi 12 a 1.
O relatório agora será submetido ao plenário em sessão extraordinária na próxima terça-feira.
É preciso aprovação por maioria simples para que, conforme David Almansa, comece em 7 de janeiro a instrução do processo, inclusive com depoimento de Miki e testemunhas.
Até o final de fevereiro a comissão processante precisa emitir parecer final, pela procedência ou improcedência da acusação, que deverá ser votado em plenário.
A cassação precisa de quórum qualificado de dois terços, ou 12 votos entre os 17 vereadores.
Ao fim, neste artigo nem entro no mérito das denúncias que embasam o processo reportei em As supostas provas secretas anexadas ao impeachment em Cachoeirinha; 20 milhões bloqueados, códigos da propina e o ’Fundo de Investimentos Miki’.
Sem torcida ou secação, apenas antecipo o caminho de Miki.
Se a votação foi feita errada, de propósito ou não, que seja anulada. Mesmo que, dos Grandes Lances dos Piores Momentos, Cachoeirinha passe vergonha com mais uma votação de pedido de impeachment pelos vereadores.
É bom até para quem quer cassar.
Ou cai depois.
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