Garantir a reedição da chapa com o vice Dr. Levi é mais um ‘bem-vindo à política’ que experimenta o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) ao assumir as articulações de sua base de governo a partir da deflagração da III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Marco Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon x Stasinski.
O médico não deve permanecer no Republicanos. Junto a seu grupo político, deve se filiar ao Podemos, onde estão o ex-vice-prefeito Francisco Pinho, o secretário da Agricultura Denner Gelinger e para onde o acompanhariam o vereador Dilamar Soares (PDT) e o ex-vereador Paulinho da Farmácia (sem partido), este seguindo seu padrinho, o ex-senador Sérgio Zambiasi, que ensaia voltar à política.
– Estou conversando sobre a filiação com alguns partidos, entre eles o Podemos. Ainda não tem nada definido – respondeu, ao Seguinte:, Dr. Levi.
A saída do Republicanos é dada como certa no meio político.
– Não confiam mais politicamente nele – diz um partidário, sem mandato, mas com influência, referindo-se aos pastores Carlos Gomes e Sérgio Peres, que comandam o partido da Igreja Universal do Reino de Deus, não perdoarem o vice-prefeito por, em 2022, mesmo presidindo o partido, ter apoiado as candidaturas de Patrícia Alba (MDB) e Marco Alba (MDB) para Assembleia Legislativa e Câmara Federal, respectivamente.
Ainda em dezembro reportei o desconforto, quando Levi pediu desfiliação, mas depois ficou no Republicanos; leia em O ‘código-fonte’ da desfiliação do vice-prefeito Dr. Levi do Republicanos de Gravataí.
A escolha pelo Podemos deve se dar pela oferta da presidência, além da garantira de maioria nas vagas da executiva e diretório municipal, o que garantiria comando absoluto do partido para Levi.
Com a soma dos grupos de Levi, Pinho e Denner, Paulinho ‘do Zambiasi’, Dila e talvez mais dois vereadores, a sigla teria tamanho para exigir a reedição da chapa e também se apresentaria na eleição com uma nominata com capacidade para conquistar até três cadeiras na Câmara.
Outro partido com o qual Levi conversa, o PP, já negou a presidência anteriormente – leia em PP de Gravataí barra filiação do vice-prefeito Dr. Levi – e, agora, estaria acenando com ‘presidência de honra’. Sem maioria, o vice-prefeito obviamente teme que o partido, no período de convenções do ano que vem, decida apoiar Marco Alba e não Zaffa.
O Novo, outra possibilidade, limitaria eleitoralmente Levi para segurar e ampliar seu grupo político, já que é um partido de elite, com provas e testes para seus candidatos, o que constrange, por exemplo, a filiação pelos mais pobres. Mas ainda é um caminho. Seu afilhado político, o secretário da Saúde Régis Fonseca, filiou-se este ano ao partido; leia em Com o ‘cara’ do Dr. Levi, partido Novo assume uma das principais secretarias no governo Zaffa em Gravataí; Um bilhão de fofocas na aldeia.
Fato é que a escolha pelo Podemos pode incendiar a relação de Zaffa com o Republicanos, que dia 23 deve confirmar na presidência Bombeiro Batista, vereador mais votado em 2020 e que trocou a oposição pelo governo ao se filiar no partido; leia em Vereador mais votado, Bombeiro se filia ao Republicanos com Zaffa, Dr. Levi e presenças-surpresa; Mais ‘Choquei’ da III Guerra Política de Gravataí, Quincas Borba e as batatas.
Há três semanas, o atual presidente, vereador Fábio Ávila, fez o post abaixo em seu Instagram, após reunião em Porto Alegre com Bombeiro e Carlos Gomes, reforçando a intenção do Republicanos ter candidato “se não para Prefeito, pelo menos o Vice”.
Inegável é que resta sob teste o “100% certo” da reedição da chapa Zaffa-Levi.
Na política, a incerteza é a única certeza.
Ao fim, o que vale é a sentença nietzschiana: “Deus morreu, tudo pode”.