O Tribunal do Júri da Comarca de Cachoeirinha condenou, nesta quarta-feira (27), o ex-companheiro de Thainara Rangel Chaves de Moraes, de 20 anos, pelo crime de feminicídio cometido em julho de 2022. O réu recebeu a pena de 25 anos de reclusão, em regime inicial fechado, e não poderá recorrer em liberdade.
O julgamento teve início às 9h e se estendeu até as 19h, sendo presidido pelo juiz Márcio Luciano Rossi Barbieri Homem, da 1ª Vara Criminal da comarca da Região Metropolitana de Porto Alegre.
O crime
Segundo a denúncia do Ministério Público, o acusado matou Thainara por asfixia mecânica, na noite de 18 de julho de 2022, no apartamento da vítima, localizado no bairro Marechal Rondon, em Cachoeirinha.
O casal havia mantido um relacionamento de aproximadamente seis anos e se separado algumas semanas antes do crime. O MP sustenta que o réu não aceitava o fim do relacionamento e, por isso, decidiu atacar a jovem.
De acordo com os autos, além de estrangular Thainara, o acusado teria gravado um vídeo do momento em que a sufocava e tirado fotos do corpo, compartilhando o material em um grupo de WhatsApp com amigos.
O julgamento
Durante a manhã, foram ouvidas duas testemunhas de acusação e cinco de defesa, incluindo os pais do réu, além da irmã e do cunhado da vítima. O interrogatório do acusado encerrou a instrução plenária.
À tarde, o Ministério Público e a defesa apresentaram seus debates orais. O Conselho de Sentença foi formado por cinco homens e duas mulheres.
O réu foi condenado por homicídio qualificado, com as seguintes circunstâncias: motivo torpe, meio cruel (asfixia), recurso que dificultou a defesa da vítima e crime cometido contra a mulher por razão de gênero.
Durante seu interrogatório, o acusado afirmou ter sofrido um “apagão” e alegou não se lembrar do momento do crime. Também declarou sofrer episódios de alucinação e disse ter ido até a casa da ex-companheira por acreditar que o imóvel “seria invadido naquela noite”.
O caso de Thainara ganhou repercussão pela brutalidade do crime e pela frieza demonstrada pelo réu após o assassinato. A condenação de 25 anos em regime fechado é vista como uma resposta da Justiça à gravidade do ato e ao caráter de feminicídio, reconhecido pelo Tribunal do Júri.
