Vicente Pires, ex-prefeito de Cachoeirinha, foi acionado na Comissão de Ética do PSB estadual pelo presidente municipal Josué da Silva Francisco.
A representação traz prints de postagens do político apoiando adversários do candidato a prefeito pelo partido, Miki Breier, além de artigos do Seguinte:, em que detalho a série tipo Netflix ‘Eu Odeio Miki’ – estrelada também pela esfinge José Stédile, também ex-prefeito e presidente estadual licenciado desde que assumiu no governo Eduardo Leite (PSDB).
Há exatos 30 dias, em Stédile vai demitir Vicente?; Ex-prefeito anti-Miki, alto salário no Estado, se associa à oposição (ou Situação B), fiz a provocação após Vicente, que é o adjunto de Stédile na Secretaria de Obras e Habitação do Estado, compartilhar posts de adversários do prefeito de seu partido nesta eleição.
Não eram postagens quaisquer. Em prints que reproduzi no artigo eram levantadas suspeitas de corrupção no governo, disseminadas por Rubinho Ohlweiler (PSL), João Paulo Martins (PP), Ibaru Rodrigues (Republicanos), Jack Ritter (Cidadania) e Nelson Martini (PTB), todos políticos que nos últimos meses mostraram uma tara por denúncias, golpeachment e CPIs, como tratei em uma série de artigos como O pedido do delegado da corrupção à CPI do Hospital de Campanha.
Se quem cala consente, o silêncio de Stédile gritou. Mesmo sendo o presidente estadual do partido, licenciado para ocupar a secretaria, ainda manda no que mais parece uma agência do Sine, do que um partido.
Na semana passada, em Os ’anti-Miki’; silêncio de Stédile grita, revelei informação que evidenciava ainda mais a proximidade dos dois ex-prefeitos. Além de Vicente seguir no cargo de diretor-geral, com salário de R$ 7.451,34, mesmo apoiando a oposição, seu irmão, Frank, também ocupa CC, de R$ 8.802,93, como assistente de direção da Fundação de Proteção Especial do Rio Grande do Sul.
Na conclusão do artigo, antecipe a Comissão de Ética: “Conforme a Súmula Vinculante n° 13 do STF, não tem nada de nepotismo. Mas é, sim, dos Grandes Lances dos Piores Momentos, já que uma direção estadual de partido premia adversários de um de seus prefeitos mais importantes e de maior currículo político. Stédile deve explicações. Não a mim. Aos seus. Vicente as dará na comissão de ética”.
Ao fim, o julgamento, se não for abafado, vai mostrar a força de cada um e, como consequência, pode fazer restar apenas dois, ou um dos prefeitos, no PSB. Já sei que, em sua defesa, Vicente vai usar manifestações públicas de Miki, nos dois debates entre prefeituráveis inclusive, culpando governos anteriores do partido por ter herdado a Prefeitura “com 80% da receita comprometida com folha de pagamento, salários atrasados, fornecedores sem receber e uma dívida absurda com a previdência”.
Inegável é que no PSB de Cachoeirinha nem a comunhão de ódios resiste.
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