eleições 2018

Fernando Haddad, por um gravataiense

Fernando Haddad é o candidato de Lula a presidência da república

Se será um 11 de setembro para a estratégia de Lula levar o PT ao segundo turno – e de volta ao poder – ou um ataque às torres gêmeas das candidaturas adversárias, em menos de 30 dias saberemos. Mas às 15h desta terça, Fernando Haddad se tornou o ungido do ‘Grande Eleitor’ como candidato à presidência da república. A executiva nacional do partido aprovou por unanimidade a chapa ‘Andrade’, como ainda é chamado por eleitores em alguns grotões do Brasil, e Manuela D Ávila (PCdoB), como candidatos a presidente e vice.

– Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros – escreveu Luiz Inácio Lula da Silva em carta que você lê na íntegra clicando aqui.

O Seguinte: ouviu um gravataiense que conviveu dois anos com o a partir das 19h de hoje presidenciável.

– Como ele aparece na TV, é exatamente a pessoa que ele é, o que é difícil de se ver na política – resume Márcio Souza, ex-vereador de Gravataí pelo PT e hoje presidente do PV gaúcho, que foi assessor especial do ministério da educação no período entre 2003 e 2005, quando Haddad foi ministro adjunto e depois ministro.

– É uma figura humana exemplar. Autêntico, um intelectual ímpar, grande técnico, um professor da USP que a partir daquele momento aprimorou o lado administrativo e político, primeiro com o ministro Tarso Genro, e depois como prefeito de São Paulo e a proximidade com o Lula. Não pertenço a sua coligação, mas não poderia deixar de ressaltar as qualidades de um cara que é um gentleman e sabe ouvir as pessoas – argumenta Márcio, cujo PV tem Eduardo Jorge como vice de Marina Silva (Rede).

 

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Um episódio que o gravataiense conta envolve Jairo Jorge, ex-prefeito de Canoas e hoje candidato a governador do Rio Grande do Sul. Quando Tarso foi cumprir a missão de Lula de assumir interinamente a presidência nacional para ‘refundar’ o PT em meio à crise do ‘mensalão’, Haddad assumiu o ministério e comunicou a intenção de nomear Henrique Paim, que era diretor do FNDE, para o cargo de adjunto.

– Pedi a palavra na reunião e sugeri a ele que estudasse melhor, já que na hierarquia do ministério o Jairo, que estava representando o governo em um congresso de unificação da língua portuguesa, em Lisboa, seria o número 1 para o cargo. Ele aceitou repensar, esperou o Jairo voltar, conversaram e o Jairo foi nomeado ministro adjunto. Ele poderia nomear quem quisesse, mas soube ouvir a equipe.

A convivência no ministério foi próxima, com pelo menos uma reunião por dia entre os dois, e um almoço semanal com toda a equipe e o então ministro Tarso.

– Nos primeiros 20 dias da gestão elaboramos o ProUni a partir de uma idéia da esposa dele Ana Estela Haddad, que já tinha uma trajetória pelos ministérios da saúde e da educação – recorda Márcio.

– É um programa que será lembrado para sempre, um construtor de nação, que acabou com a ‘pilantropia’ de universidades e garante 10% das vagas de todos os cursos conforme cortes sociais precisos que estabelecemos à época, mesmo enfrentando a pressão dos grandes conglomerados de educação do país – orgulha-se o ex-secretário da educação de Gravataí.

 

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Márcio também cultivava uma amizade de colega com Haddad. O gaúcho colorado fanático, o paulista são-paulino freqüentador do Morumbi.

– E o filho dele, Frederico, era corintiano – lembra, rememorando jantares que Haddad gostava de oferecer na casa onde morava em Brasília.

– É um dos hobbies dele: cozinhar. E é um chef sofisticadíssimo.

Márcio responde a pergunta-chave: Haddad é só mais um ‘poste’ de Lula?

– Quem achar isso não o conhece e terá uma grande surpresa. É claro que, apesar da simpatia, não tem todo o carisma do Lula, mas é extremamente qualificado – avalia, considerando Marina, Ciro e Haddad como três candidatos prontos para governar o país.

– Se for eleito, tem tudo para colocar a estrutura pública a serviço dos que mais precisam e rever a série de ações do governo Temer que só prejudica a população de baixa renda e aqueles que precisam do trabalho para sobreviver. Ele tem luz própria.

– Se é um poste, é um poste com muita luz, capaz iluminar todo Brasil – conclui.

 

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