No 22º dia de paralisação dos funcionários municipais de Cachoeirinha, três servidores começaram, as 7h de hoje (27/3), uma greve de fome que não tem data para acabar e que tem o objetivo de chamar a atenção das autoridades do outro lado da ponte para o que qualificam como “atrocidade praticada pelo prefeito Miki Breier (PSB).
Além dos três que vão passar somente a base de água em tempo integral, outros dois servidores ficarão por período intercalados, de 24 horas cada, sem qualquer tipo de alimentação. Um deles realiza seu protesto já nesta terça-feira e outro na próxima quinta, segundo o presidente do Sindicato dos Municipários (Simca), Guilherme Runge.
Sentados à sombra de uma das portas que leva ao segundo andar, onde fica o gabinete do prefeito, os três prometem resistir pelo maior período de tempo que aguentarem, ou até quando Miki Breier revogar o pacote aprovado em 24 de fevereiro, na Câmara de Vereadores, suprimindo vantagens agregadas aos salários dos municipários.
— Eu vou ficar aqui enquanto tiver resistência física. Mas espero sinceramente que ele (prefeito Miki) revogue antes este ‘pacotaço’ que corta direitos que foram adquiridos pelos funcionários municipais há 30 anos — disse Ana Porto Alegre, com uma garrafa plástica com água, nas mãos.
Direitos Humanos
O grupo quer chamar a atenção, através da imprensa, de deputados estaduais e federais, do governo do estado e até da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa.
— Precisamos denunciar este retrocesso histórico. Em dois meses este governo que aí está promoveu um circo de horrores contra o funcionalismo, acabando com os nossos direitos — acusa Ana, a mais falante dos três.
Os três servidores em greve de fome reclamam da intransigência do Executivo que insiste em não revogar o ‘pacotaço’ de fevereiro e, ao mesmo tempo, sequer comparecer às reuniões de negociações com o Simca.
— Ele não fez uma contraproposta, só defende as medidas que tiram nossos direitos e nem vai nas reuniões. Até hojea Prefeitura não apresentou os documentos que o Simca pediu para estuar uma proposta alternativa — diz a servidora, indignada.
Ana Porto Alegre e seus dois colegas, dizem que têm apoio integral das suas famílias à forma de protesto que deflagraram na manhã desta segunda. Ela lembra que tem dois filhos pequenos e que só está no movimento graças aos parentes.
— Eles me dão todo apoio. Minha mãe e irmãos, inclusive, vão vir aqui para frente da Prefeitura lutar com a gente na quarta-feira. Nessa hora, de radicalização do nosso movimento, o apoio da família é fundamental.
Só com água
Os servidores que começaram hoje cedo a greve de fome:
1
Ana Porto Alegre
Funcionária concursada, servente de escola, funcionária da Prefeitura há 11 anos.
2
Jairton da Luz
Funcionário concursado, fiscal de escola, na Prefeitura há sete anos.
3
Julio César Breyer
Funcionário concursado, agente de saúde, na Prefeitura há 10 anos