dias de caos

Gasolina em clima de calmaria por causa do feriado

Proprietário de automóvel põe no tanque gasolina que comprou com galão, forma encontrada para conseguir chegar a um dos postos da cidade que está vendendo o combustível

Este último dia do mês e maio (31/5) foi praticamente normal em Gravataí. Muito mais por conta do feriado religioso – dia de Corpus Christi, para a igreja Católica – e um pouco pela escassez de combustível, principalmente a gasolina, que ainda provoca apreensão entre os proprietários de automóveis.

Muita gente que pretendia viajar e emendar a quinta com o domingo transformando o fim de semana em um grande feriadão na Serra, na praia ou com a família no interior do estado, abortou os planos pela incerteza de conseguir reabastecer para voltar para casa. Muitas cidades, as mais distantes, ainda não têm gasolina nos postos.

Na aldeia dos anjos o trânsito de veículos foi tranquilo desde o começo da manhã e neste início de tarde, e vários postos de combustíveis ao longo da avenida Dorival de Oliveira estavam sem gasolina, na manhã de hoje. Os que dispunham do produto para abastecer os carros de clientes registravam pequenas filas de espera.

 

LEIA TAMBÉM

O que funciona, e como funciona, nesta quarta

 

GRANDES REDES

 

No posto da rede Walmart – Hipermercado Big – de Gravataí já não havia combustível. A quota recebida ontem se esgotou ainda na quarta-feira mesmo. O estabelecimento não recebeu nova carga.

Já no posto do Hipermercado Carrefour, no centro da cidade, havia gasolina por volta do meio dia de hoje. Ao contrário do preço que constava ontem na placa (R$ 4,35), hoje o litro de gasolina estava a R$ 4,49.

No posto do macro mercado Atacadão que fica no quilômetro 20 da RS-118 o painel de preços estava ‘zerado’ indicando que não havia gasolina para abastecimento dos veículos .

A expectativa é que nestes três estabelecimentos, conhecidos pelos proprietários de automóveis pelos preços promocionais no litro de gasolina, a gasolina chegue novamente e o abastecimento seja normalizado em pelo menos 80% nesta sexta, dia 1º.

 

LEIA TAMBÉM:

COM VÍDEOS | Mobilização se mantem e postos começam a abastecer

Gravataí em estado de emergência preventiva

 

: Posto da parada 76 da Dorival, com pequenas filas hoje ao meio dia

 

LEIA TAMBÉM:

ATUALIZADÃO | Greve deixa Gravataí e Cachoeirinha com cara de feriado

COM VÍDEO | Tudo sobre a crise dos combustíveis em Gravataí e Cachoeirinha

 

RADAR

 

Na frente do posto Radar, no quilômetro 21 da RS-118, ponto da maior concentração de caminhoneiros, seus apoiadores e populares nos nove dias de mobilização (encerrada ontem após negociação com autoridades policiais), não havia mais caminhões parados ou bloqueando a via.

Apenas uma viatura com agentes do Comando Rodoviário da Brigada Militar estava no local para evitar que novas aglomerações se formem no local prejudicando o fluxo de veículos. Um caminhoneiro fazia, segundo foi informado ao Seguinte:, um protesto solitário nas imediações do Parcão da parada 79 da Dorival de Oliveira, nesta manhã.

 

Des-Mobilização

 

Depois de registrar mais de 230 pontos de protestos em rodovias estaduais e federais, o Rio Grande do Sul está sem mobilizações na tarde desta quinta-feira, que seria o 11º dia da greve dos caminhoneiros. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), por volta do meio-dia não havia mais protestos em estradas federais de todo o Brasil.

Mais cedo, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) já havia anunciado que não havia mais trechos com manifestantes em rodovias gaúchas estaduais. A tendência é que, agora, o abastecimento de gêneros perecíveis nos supermercados e de combustíveis comece a voltar ao normal.

 

LEIA TAMBÉM:

Empresas de ônibus mudam horários a partir desta quinta para racionar combustível

COM VÍDEO | E a vida com gasolina começa a voltar ao normal

 

 

: Noite e dia, nos registros feitos pela líder petista Patrícia Ferreira

 

ENTREVISTA

 

A ex-presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-candidata a vereadora de Cachoeirinha, publicitária Patrícia Ferreira, que é diretora de Atendimento da empresa Veraz Comunicação, passou uma noite na fila para abastecer em um posto de combustíveis da cidade, de segunda para terça-feira. Ela conversou com o Seguinte: e, como ativa petista, avalia as razões e consequências da mobilização nacional dos caminhoneiros.

 

Confira:

 

Tu usa o carro para ir trabalhar? Algo te impede de usar ônibus?

PATRÍCIA Sou diretora de atendimento em uma agência de publicidade que atende a capital, a Região Metropolitana e também municípios do interior.  Passo bastante tempo na rua atendendo aos clientes, o que demanda uma necessidade real de ter combustível para o desenvolvimento de minhas tarefas.

 

O que tu acha que provocou tudo isso?

PATRÍCIA O que provocou isso tudo, obviamente, foi a política imposta na Petrobras. Uma empresa que historicamente estava a serviço  do desenvolvimento nacional, passou a operar na lógica do mercado. Com Pedro Parente, o objetivo na Petrobras passou a ser o maior lucro possível aos acionistas. Isso fez o preço do gás ir para R$ 80,00, a gasolina subiu de R$ 2,80 pra R$ 4,80…  Agora, o governo, a rede Globo, toda a grande mídia esconde isso.

 

Mas o governo assegurou a manutenção de Parente na presidência da Petrobras…

PATRÍCIA Pedro Parente é tido como grande executivo, mas ele é conhecido mesmo pelo apagão da energia elétrica no governo de FHC. Agora está produzindo este desastre. A Petrobras já perdeu 14% de seu valor na Bolsa de Valores. É pior do que o apagão do FHC. A política de Temer (MDB, ex-PMDB) não se difere em nada da política neoliberal dos tucanos que só querem entregar a Petrobras às empresas multinacionais. Quando a falta de democracia e a ilegitimidade de um governo chega aos níveis em que chegou no Brasil, o caos se instaura e aí só nos resta defender o povo e sua soberania.

 

Qual a solução para essa crise? 

PATRÍCIA Único caminho possível para reversão dessa crise é a demissão de Pedro Parente da (presidência da) Petrobras para que uma nova política de preços seja implementada, defendendo a Petrobras como empresa pública a serviço do Brasil. Além, é claro, da retomada da democracia, com eleições livres e democráticas para que o povo possa escolher o programa que será implementado no país, já que sua última escolha foi totalmente sucumbida pelo golpe civil midiático.

 

Apoias a greve dos caminhoneiros?

PATRÍCIA Sou totalmente a favor de qualquer movimento de trabalhadores que busque uma saída para os problemas decorrentes desse último período de ataques aos direitos dos brasileiros e brasileiras. Não podemos esquecer que nesse movimento houve muitos interesses que não iam ao encontro dessa pauta, mas sim ao encontro da pauta do mercado e do capital financeiro. Mas o levante dos trabalhadores que realmente tinham noção de sua responsabilidade salvou o movimento e, agora, existem reivindicações bem mais republicanas que apenas diminuir o diesel em R$ 0,46, como a diminuição dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.

 

Quando fostes para a fila?

PATRÍCIA Cheguei na fila às 22h40min de segunda-feira. Consegui abastecer com sol alto, às 8h35min. Paguei abusivos R$ 4,899 pelo litro da gasolina aditivada e consegui colocar R$ 100,00, que era o limite estabelecido para que mais pessoas pudessem ser atendidas.

 

 

 

 

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade