Boa notícia!
Gravataí bateu o "meio vizinho" município de Canoas e passou do quarto para o terceiro lugar entre os maiores em mais ricos municípios do Rio Grande do Sul, conforme o mais recente levantamento do Produto Interno Bruto (PIB).
A revelação de que Gravataí subiu uma posição no ranking foi feita nesta quarta-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O primeiro lugar do PIB gaúcho continua “imexível”: Porto Alegre somou R$ quase 64 bilhões. O segundo – Caxias do Sul, com mais de R$ 22 bilhões – também é praticamente imbatível. Gravataí chegou a quase R$ 11 bilhões e Canoas, em quarto, arranhou os R$ 10 bi.
Má notícia!
Ou nem tão ruim assim.
O ranking em questão é do ano de 2014, e o fato de Gravataí ter escalado um degrau e assumido a terceira posição não significa que aumentou a dinheirama no bolso dos 273.742 moradores do município, segundo projeção do IBGE para 2016.
— O PIB representa a renda concentrada, e não a riqueza distribuída — explica o secretário municipal da Fazenda de Gravataí, Davi Keller Severgnini.
— Não tem um impacto direto no bolso das pessoas, apesar de criar uma bolha de bem-estar, de otimismo — completa.
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O diferencial
De acordo com o secretário Severgnini, Gravataí se destacou em 2014 por causa do Complexo Automotivo Industrial de Gravataí (Caig) da General Motors (GM). Ele já havia dito isso na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes), dia 23 passado.
— Foi o diferencial da nossa indústria, foi um ano bom por causa da GM que aumentou a produção do Onix e, inclusive, teve que implantar um terceiro turno de produção para atender o mercado — disse Severgnini.
Segundo ele, em 2014 a fábrica da General Motors de Gravataí teve sua melhor participação na composição do Valor Adicionado Bruto (VAB) da Indústria, um dos itens que define o índice de participação de um município no bolo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Naquele ano a GM participou com 58% do VAB da Indústria, ou seja, recolheu sozinha R$ 4,150 bilhões em um montante de R$ 7,100 bilhões. Em 2013 a General Motors tinha recolhido, em impostos, pouco mais de R$ 3,055 bilhões.
Reflexo
A boa colocação de Gravataí está refletindo no retorno do ICMS à prefeitura de Gravataí no exercício financeiro que está findando em 31 de dezembro. A previsão diante dos índices disponíveis, para os dois próximos anos, conforme o secretário da Fazenda, é de queda.
— Gravataí pode até perder este terceiro lugar para Canoas e voltar à quarta posição no PIB de 2015, com reflexos no retorno do ICMS do ano que vem — anunciou.
A participação da GM caiu de R$ 4,150 bilhões (do total de R$ 7,100 bilhões VAB da Indústria) em 2014 para R$ 2,800 bilhões (do total de R$ 5,600 bilhões do VAB da Indústria) em 2015. Ou seja, passou de 58% para 50,1% sua presença no bolo arrecadatório.
Com isso, o índice de participação de Gravataí no retorno do ICMS gaúcho para o ano que vem caiu dos 2,75 para 2,62. Trata-se de uma redução de 4,68% no dinheiro que o município receberá como repasse do estado, em 2017. O ICMS é a principal receita das prefeituras, de modo quase geral.
Para saber
Dos R$ 10 bilhões do PIB de Gravataí em 2014, R$ 7,100 bilhões são apenas da indústria. E, desde montante da indústria, R$ 4,150 bilhões dizem respeito apenas a General Motors.
Retorno do ICMS
Índice de retorno do ICMS, para Gravataí, com base no Valor Adicionado Bruto (VAB):
2012 – 3,10
2013 – 2,90
2014 – 2,50
2015 – 2,45
2016 – 2,75
2017 – 2,62
Resultados de 2014
Em 2014 o valor nominal do Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul foi de R$ 357,8 bilhões. O município com maior PIB foi Porto Alegre (R$ 64,0 bilhões), seguido por Caxias do Sul, Gravataí, Canoas, Santa Cruz do Sul, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Rio Grande, São Leopoldo e Pelotas.
Os 10 maiores municípios do estado representaram 42,2% do PIB total do Rio Grande do Sul (ante 42,7% em 2013). Esses municípios possuem, em geral, maior participação da indústria e dos serviços no VAB e menor participação da agropecuária.
O setor serviços destaca-se como atividade mais importante nesses municípios, sendo responsável pela maior parte do valor gerado. Destaca-se também o fato de que são municípios bastante populosos, com população superior a 100.000 habitantes.
Outro terceiro
O maior setor de atividade no Rio Grande do Sul é o de serviços, que gerou o total de R$ 208,6 bilhões em 2014 (58,3% do PIB do estado), seguido pela indústria (20,2%) e pela agropecuária (8,1%).
Já a estrutura dentro de cada município, de modo geral, diferencia-se da observada para o estado como um todo. Em 111 municípios, a agropecuária é a principal atividade. Já em outros 23 municípios, a indústria é o principal setor. Por fim, os serviços destacam-se em 363 municípios.
O maior VAB da agropecuária no estado foi gerado em Cachoeira do Sul (1,6% do VAB da agropecuária gaúcha). Já Caxias do Sul teve o maior VAB industrial do estado (9,8% do setor), enquanto Porto Alegre ficou em segundo com 9,7%. Gravataí aparece em terceiro com 5,9%.
O que mudou nesse ranking em relação a 2013:
– Gravataí subiu uma posição
– Canoas caiu uma posição
– Santa Cruz do Sul subiu de 8º para 5º lugar
– Novo Hamburgo subiu uma posição
– Passo Fundo caiu de 6º para 7º lugar
– Rio Grande caiu de 5º para 8º lugar
– Pelotas também caiu uma posição
– São Leopoldo entrou no ranking, assumindo o 9º lugar
– Saiu Triunfo, que caiu de 10ª para 15ª posição
O prefeito
— Esta boa posição de Gravataí no PIB gaúcho de 2014 deve ser celebrada e creditada à presença da GM em nosso município. A empresa teve participação decisiva na arrecadação daquele ano, o que se refletiu agora, em 2016, no retorno do ICMS — avaliou o prefeito de Gravataí, Marco Alba.
Alba disse que esta colocação também é importante porque significa o que chamou de "movimentação da economia" como um todo.
— É um círculo virtuoso com geração de emprego e renda, o que amplia a receita do município com maior retorno do ICMS. E com receita maior é possível realizar mais serviços para a população — disse o prefeito, lembrando que a economia de Gravataí é impulsionada pela área industrial.
Ele ainda destaca que, no setor, a GM é a empresa mais significativa na geração de tributos que acabam formando o bolo do ICMS gaúcho, que depois é dividido entre os municípios de acordo com o Valor Adicionado Bruto que é gerado.
Per capita
O PIB per capita do Rio Grande do Sul em 2014 foi de R$ 31.927,00. O maior valor segue em Triunfo: R$ 184.668,72, motivado pelo polo petroquímico. Depois, vem Muitos Capões (R$ 103.535,12) com a produção de soja. O menor é em Ametista do Sul (R$ 10.701,15).
E Gravataí está na posição 71 entre os 497 municípios do Rio Grande do Sul quando a questão é o PIB per capita. Pelo levantamento da FEE e IBGE, o gravataiense embolsou em 2014 – na média – o total de R$ 40.123,00, ou 1,26% a mais que em 2013.
