crise do coronavírus

’GM de Glorinha’ demite em massa; boleto para prefeito em 2022

Complexo industrial da Fibraplac, em Glorinha

A crise do coronavírus contagiou a ‘GM de Glorinha’. A Fibraplac está demitindo 200 funcionários, 50 deles moradores do município. A empresa, especializada na produção de painéis e produtos de madeira reconstituída para setor moveleiro, manterá outros 300 em apenas uma linha de produção.

A planta do Grupo Isdra, que com capacidade de produzir 1 milhão de metros cúbicos de MDP e MDF, já operou com três linhas de produção nos anos 2000 e foi uma das maiores do país no setor, com representantes comerciais em estados estratégicos do Brasil, além de países da América do Sul.

– Calculamos perder uns R$ 5 milhões – projeta o prefeito Darci Lima da Rosa.

É parte do retorno de ICMS, que reflete na receita de Glorinha em 2022. Hoje, a gaúcha Fibraplac, como a multinacional norte-americana em Gravataí, responde por quase metade dos R$ 30 milhões de receita anual da Prefeitura.

O prefeito, que é candidato à reeleição, já faz as contas e aposta em algum socorro do governo federal.

– Não temos como absorver o desemprego – lamenta.

Além dos 500 empregos que eram gerados diretamente, a cadeia produtiva da fábrica incentivava cerca que 4 mil vagas indiretas.

– O que posso dizer é que ninguém passa fome em Glorinha. A prefeitura está entregando cestas básicas para quem precisa. Ontem mesmo duas pessoas me ligaram e mandei socorrer.

Em meio a uma pandemia que atinge de Nova Iorque ao ‘paraíso entre a Capital, a Serra e o Mar’, Darci prefere “olhar para o lado bom”.

– É um rombo econômico, mas as medidas de isolamento social salvam vidas no Rio Grande do Sul – resume, confirmando que seguirá o calendário do governador Eduardo Leite para a região metropolitana, reabrindo o comércio dia 30, com regras sanitárias para funcionários e clientes.

O município de 8 mil habitantes tem até agora um caso, de paciente em recuperação que tem residência no município e em Porto Alegre, como contei em Glorinha tem primeiro caso de COVID 19; o que está sendo feito. Se aplicarmos o modelo matemático ‘anti-subnotificação’ do ‘1 para 15’, apresentado em O estudo que prorrogou para o dia 30 abertura do comércio; Gravataí, Cachoeirinha e Glorinha teriam 15 vezes mais casos, seriam potenciais 15 casos.

Uma suspeita de infecção pelo SARS-CoV-2 aguarda resultado do exame, já em análise no Laboratório Central do Estado (Lacen).

Ao fim, Darci mantém o jeitão de vendedor de esperança, mesmo que na beira do precipício – e lá embaixo, olhando para cima. Para efeitos de comparação, as demissões na Fibraplac correspondem à GM demitir 2 mil funcionários.

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