Foi-se o tempo das vacas gordas, em que a General Motors (GM) reunia o governador do estado, prefeito do município e mais uma centena de convidados para a foto oficial quando da produção do carro “x” milhão no Condomínio Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag), onde está a montadora e outras 17 empresas sistemistas, aquelas que fornecem peças para a montagem dos carros.
Agora, opta por absoluta discrição para estes acontecimentos, como o que está marcado para esta sexta-feira (21/2), às 10h, quando a linha de montagem da empresa deverá expelir o carro número 4 milhões produzidos desde que a GM inaugurou sua planta em Gravataí em julho do ano 2000, um condomínio com 364 hectares entre a RS-030 e a BR-290 (Freeway).
Prestes a completar 20 anos de atividades na aldeia dos anjos, dia 20 de julho próximo, a GM cortou gastos em nível mundial e chegou a ameaçar o fechamento da sua planta de produção na aldeia dos anjos, no ano passado, o que só não aconteceu por pressão política, algumas concessões governamentais e aceitação por parte dos trabalhadores de alterações na composição salarial, com cortes de vantagens, por exemplo.
Linha do tempo
1
Com pompas e circunstâncias, comemorou o carro 1 milhão com o então presidente da GM Brasil, Jaime Ardila, e a então governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. De quebra, a presença do ex-presidente mundial da General Motors Corporation, Frederick Henderson, e a doação do 1 milhão – um Celta – para a Fundação Pão dos Pobres, de Porto Alegre.
2
Em 20 de julho de 2014 fez uma comemoração conjunta: dos 14 anos de produção de veículos em Gravataí e a saída da linha de produção do veículo número 2,5 milhões. Na ocasião, o complexo operava em três turnos e produzia, juntamente com 18 empresas sistemistas, uma média de 63 veículos por hora.
3
Um carro Onix modelo Activ foi o veículo de número 3 milhões a sair da linha de montagem da General Motors de Gravataí. A empresa recém havia comemora seus 16 anos de produção na aldeia dos anjos e contava com 19 sistemistas para a montagem dos – então novos – Onix e Prisma, uma das duplas mais bem sucedidas em volume de vendas no mercado automotivo nacional. Foi em agosto de 2016.
Nesta sexta-feira
Nesta sexta-feira a montadora deve colocar na rua o seu carro número 4 milhões. Para a ocasião, que não chega a ser chamada de solenidade nem mesmo entre o público interno, foram convidados apenas o prefeito de Gravataí, Marco Alba (MDB), e o presidente da Câmara Municipal, vereador Neri Facin (PSDB). Nem o governador dos gaúchos, Eduardo Leite (PSDB), foi convidado.
Acontecimento ao qual sequer a imprensa terá acesso, segundo me garantiu há pouco pessoa muito próxima da cúpula da montadora norte-americana em terras do Mercosul.
— Vamos mandar foto para imprensa na sequência, com release — informou, justificando a ausência de jornalistas no ról dos convidados para o que definiu como um “momento interno”.
Ao contrário dos anos anteriores, a empresa também não antecipou qual o modelo que deverá eternizar a marca 4 milhões na linha de produção da montadora. O “nada de pompas e circunstâncias” inclui – certamente também por contenção de gastos – a não doação do carro para alguma instituição assistencial do estado, como os que já foram doados para o Instituto Pão dos Pobres e para o gabinete da primeira-dama do Rio Grande do Sul, em épocas áureas.
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