RAFAEL MARTINELLI

Gravataí em emergência: 60 mil ainda sem água e luz; ‘Não podemos conviver calados com esta situação. Revolta-nos a lentidão’, diz Zaffa sobre RGE e Corsan

Gravataí ainda tem 60 mil pessoas sem água e/ou luz desde o temporal de granizo e ventos de 150 km/h da noite de segunda-feira. O prefeito Luiz Zaffalon (MDB) enviou artigo ao Seguinte: informando que, o que “quase tudo que dependia da Prefeitura” foi normalizado em 24h, e está cobrando as agências reguladoras para pressionarem a RGE e a Corsan.

– Não podemos conviver calados com esta situação. Revolta-nos a lentidão com que certas providências são tomadas, especialmente em um momento como este, que afeta uma cidade de quase 300 mil habitantes – escreveu.

Siga a íntegra de “Aos gravataienses”.

“(…)

Logo nos primeiros instantes após o terrível temporal, começamos a trabalhar duro. O rastro era desolador: 32 escolas destelhadas, oito unidades de saúde com problemas, a Casa do Bem destruída, asilos e abrigos de menores destelhados, estradas interrompidas, semáforos arrancados pelo vento ou quebrados. Porém, em 24 horas, quase tudo que dependia da Prefeitura estava normalizado: entregamos lonas e telhas, roupas e comida para centenas de famílias. Nossas máquinas e caminhões trabalham ininterruptamente; acolhemos famílias e pessoas que não tinham pra onde ir…

Mesmo para aqueles serviços que não são concessão do município, ou seja, sobre os quais não temos ingerência – energia elétrica, telecom e distribuição de gás –, ainda assim nos mobilizamos junto aos órgãos responsáveis, no sentido de uma melhor resposta. Busquei priorizar com a RGE o Hospital, unidades de saúde e segurança pública, e com a CORSAN, a adução e tratamento de água.

Passados três dias do evento, mais de 20% da cidade ainda está sem luz, e isto causa, em alguns casos, falta d’água. E tudo o que posso fazer é colocar a estrutura da Prefeitura à disposição para ao menos ajudá-los e protestar. Tenho feito isto e o farei oficialmente às agências reguladoras; não podemos conviver calados com esta situação. Revolta-nos a lentidão com que certas providências são tomadas, especialmente em um momento como este, que afeta uma cidade de quase 300 mil habitantes.

A RGE diz que tem mais de 70 equipes trabalhando em Gravataí, Canoas e Cachoeirinha. Deveriam ter 150, 200? Talvez, mas entendo que um temporal como este ocorre de 15 em 15 anos. Eu moro há 30 anos aqui e nunca tinha visto nada igual. Estruturas de manutenção são dimensionadas no mundo para a média histórica dos problemas. A causa principal é a infraestrutura do Brasil, que é obsoleta e compatível, infelizmente, com um país em desenvolvimento. É o que ainda somos. Todos nós temos que lutar para evoluir.

Finalmente, quero dizer que entendo a frustração e a revolta de quem teve perdas enormes. Não há como quantificar o prejuízo em sua totalidade. Juntos, vamos, até o limite de nossas forças, trabalhar para melhorar a nossa cidade. Vai passar.

(…)”

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