A Prefeitura de Gravataí, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promove, desde o dia 1º até 29 de outubro, a Campanha Nacional de Multivacinação. A ação que visa atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes, entre zero e 14 anos, acontecerá em todas as unidades de saúde do município.
Durante a campanha, serão aplicadas todas as vacinas que fazem parte do calendário vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde. No dia 16 de outubro, será realizado o Dia D, um sábado estratégico no qual todas as unidades de saúde estarão abertas para atender este público.
De acordo com o secretário da SMS, Régis Fonseca, a ação também tem o objetivo de aumentar as coberturas vacinais de crianças e adolescentes, diminuir a incidência e contribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação das doenças imunopreveníveis.
– É muito importante a mobilização de todos em prol desta iniciativa, pois as vacinas possuem um papel fundamental na prevenção de doenças que ameaçam a saúde de jovens e adolescentes – apela.
Ao todo, o calendário de vacinação prevê 14 tipos de vacinas até os sete anos de idade e outras oito até os 15 anos, fora as que ocorrem em campanhas específicas, como a da gripe e da Covid-19. Mais de 2 milhões de pessoas no Estado fazem parte desse grupo de menores de 15 anos.
A orientação aos pais ou responsáveis é que levem as crianças ou adolescentes até a Unidade Básica de Saúde mais próxima, de preferência com a caderneta ou carteira de vacinação. No local, um profissional de saúde avaliará se há a necessidade de fazer ou colocar em dia alguma dose. No Rio Grande do Sul, funcionam mais de 1,8 mil salas.
AS DOENÇAS
Sarampo
O sarampo é uma doença causada por um vírus altamente contagioso, transmitida de forma direta de pessoa a pessoa de forma respiratória ao respirar, falar, tossir ou espirrar. Tem como sintomas febre e exantemas (manchas avermelhadas pelo corpo), também podendo apresentar tosse, coriza ou conjuntivite. O sarampo é uma doença grave, principalmente em crianças menores de cinco anos, pessoas desnutridas e imunodeprimidas, podendo levar à morte.
Em 2016, o Brasil recebeu certificado internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) da eliminação do sarampo. Porém, devido à série histórica de baixas coberturas vacinais, o vírus voltou a circular no país e, em 2019, o Brasil perdeu a certificação.
O Rio Grande do Sul não tinha circulação do vírus do sarampo desde 1999. Casos isolados importados (residentes do Estado que pegaram a doenças em outros países) chegaram a ocorrer em 2010 e 2011. Contudo, a partir de 2018, apresentou surtos da doença.
Entre 2018 e 2020, o Estado confirmou 185 casos, envolvendo 21 municípios, sem óbitos. Ao todo no Brasil, no mesmo período, foram mais de 39 mil casos, com 38 mortes.
No Rio Grande do Sul, a maior concentração de casos foi na faixa etária entre dez e 29 anos. Não há casos confirmados de sarampo desde abril de 2020. Porém, em 2021 o Brasil já teve (até o final de agosto) 576 casos confirmados e dois óbitos por sarampo, situação que mantém a Vigilância Epidemiológica do RS em extremo alerta.
Rubéola
A rubéola é uma doença causada por um vírus altamente contagioso, sendo transmitida de forma direta de pessoa a pessoa ao se respirar, falar, tossir ou espirrar. Caracteriza-se por febre e exantema (manchas avermelhadas pelo corpo) associada a gânglios (ínguas ou inchaços, como um caroço) principalmente na região do pescoço.
O Brasil recebeu certificado internacional pela Organização Mundial da Saúde da eliminação da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita em 2015. No Rio Grande do Sul, o último caso confirmado de rubéola foi em 2008.
A infecção por rubéola na gravidez pode ocasionar inúmeras complicações para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto), e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras).
Pólio
A pólio (ou poliomielite), também conhecida como paralisia infantil, é causada por um vírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes contaminadas ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Por isso, falta de saneamento, más condições habitacionais e higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da doença.
A poliomielite pode ser assintomática, mas em casos graves ocorrem paralisias musculares, quando os membros inferiores são os mais atingidos, podendo afetar também partes do cérebro que ajudam na respiração, o que pode levar à morte. O último caso de poliomielite registrado nas Américas ocorreu no Peru, em 1991, e o continente americano recebeu o Certificado de Eliminação do Poliovírus Selvagem em 1994. No Brasil, o último caso confirmado ocorreu na Paraíba, em 1989, e no Rio Grande do Sul em Santa Maria, em 1983.
Apesar de o país estar há quase 30 anos sem casos confirmados, o risco de reintrodução da doença existe, pois o vírus permanece circulando em dois países no mundo: Paquistão e Afeganistão. Assim, o Brasil se mantém atento ao risco de importação de casos da doença. A maneira mais efetiva de manter o país sem casos confirmados de poliomielite é o alcance das metas preconizadas pelo programa de imunizações. Contudo, o país e o Rio Grande do Sul não estão alcançando as metas de coberturas vacinais há cinco anos, levando a possível formação de bolsões de suscetíveis e, com isso, o alto risco de reintrodução da doença.