A campanha eleitoral começou nesta sexta-feira e Gravataí resta bem servida de prefeituráveis, com Daniel Bordignon (PT), Marco Alba (MDB) e Luiz Zaffalon (PSDB). Os três candidatos – todos prefeitos, que juntos somarão 20 anos de mandatos até o fim de 2024 – tem legado, ficha limpa e propostas. Não temos Pablos Marçais, ainda, protagonizando, ou agonizando a política da aldeia.
Vamos às informações e depois volto à análise.
Sexto maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul, com 193.870 eleitores aptos a votar, pela progressão de crescimento do eleitorado será a última eleição sem segundo turno – em 2028 Gravataí deve ultrapassar os 200 mil eleitores exigidos pela legislação eleitoral.
Concorrem apenas três chapas, na eleição com o menor número de candidatos desde 1959, quando dois concorreram, e data na qual começam os registros no site do TRE – o recorde de candidaturas foi em 1996 e 2016: sete.
Como recorte histórico, é preciso lembrar que em 2008 Edir Oliveira renunciou à candidatura às vésperas da eleição e a disputa foi entre a eleita, Rita Sanco, Jones Martins e Sérgio Sampaio.
Pela ordem constante no TSE, concorrem as chapas: Daniel Bordignon (PT)-Diego da Veiga Lima (PSB), pela coligação O POVO FELIZ DE NOVO (PT /PC do B/ PV / PSB / PSOL / REDE), sob o número 13 nas urnas; Marco Alba (MDB)-Thiago De Leon (PDT), pela coligação GRAVATAÍ PODE MUITO MAIS (MDB / PDT / AGIR), sob o número 15 nas urnas e Luiz Zaffalon (PSDB)-Dr. Levi Melo (Podemos), pela coligação GRAVATAÍ MELHOR (PRD / PODE / REPUBLICANOS / PRTB / UNIÃO / PSD / PP / NOVO / PL / PSDB / CIDADANIA), sob o número 45 nas urnas.
Professor, Bordignon governou Gravataí entre 1997 e 2004. Antes foi vereador e depois deputado estadual por dois mandatos, entre 2007 e 2014. Em 2016, Bordignon teria sido eleito prefeito com mais de 45 mil votos, caso o TSE não tivesse negado seu registro de candidatura após o pleito.
Seu vice, Diego, é um conhecido advogado trabalhista que estréia na política.
Advogado, Marco Alba (MDB) foi prefeito entre 2013 e 2020 – em 2017, a reeleição veio na eleição suplementar, após a suspensão dos direitos políticos de Bordignon. Antes foi vereador, secretário de estado e deputado estadual por três mandatos. Foi o ‘Grande Eleitor’ de Zaffa na última eleição, até o rompimento político no ano passado.
Seu vice é o jovem vereador Thiago De Leon (PDT), professor que em primeiro mandato é conhecido por doar metade do salário para escolas públicas.
Sociólogo, Luiz Zaffalon (PSDB) foi eleito em 2020 na primeira eleição que disputou, com mais votos que os adversários somados, 51,3%. Antes foi diretor-presidente da Corsan e secretário municipal em períodos entre 2011 – quando após o golpeachment contra a prefeita Rita tinha ‘tinta de prefeito’ na caneta, durante o governo interino de Nadir Rocha – e 2020. Zaffa trocou o MDB pelo PSDB do governador Eduardo Leite após romper com Marco Alba em 2023.
Seu vice segue o conhecido médico Levi Melo, que já concorreu a prefeito em 2016.
Por que reputo Gravataí está bem servida de candidatos à Prefeitura em 2024? Bordignon, Marco Alba e Zaffa tem legados incontestáveis – quem acompanha o Seguinte: conhece. E popularidade. Os três tiveram seus momentos de grande aprovação no governo, conforme diferentes pesquisas.
Tanto que apoiadores de cada um, os políticos em discursos, os eleitores nas redes sociais, agarram-se à narrativa do “melhor prefeito da História”.
Ficha limpa, nenhum dos três políticos tem condenações por corrupção.
E, talvez o principal, passam longe da tara política do pós-redes antissociais de construir campanhas atacando adversários. Os planos de governo registrados no TSE, que detalharei em outros artigos até a eleição, demonstram isso – você já pode ler o de Bordignon clicando aqui, o de Marco Alba clicando aqui e o de Zaffa clicando aqui.
São projetos factíveis, e sem disrupções negativas a um município que só faz crescer desde o anúncio de instalação da fábrica mais produtiva da GM no mundo.
Aí remeto ao criminoso de pena prescrita Pablo Marçal, que em seu plano de governo à Prefeitura de São Paulo promete instalar sistemas de teleféricos nas regiões de grande densidade populacional e, em parceria com o setor privado, construir um edifício que teria 1 km de altura, tornando-se o maior prédio já construído no mundo para consolidar a capital como uma “metrópole de destaque mundial”.
Como também antecipo que, nas campanhas e debates, pelo perfil e responsabilidade dos candidatos – nenhum é ‘filhote do algoritmo’ –, não devemos conviver com ataques e fake news, ou seja, ao menos ainda não experimentaremos eleições com Pablos Marçais da vida.
Ao fim, são três bons prefeitos. E a campanha anuncia-se como limpa e mais focada nos inúmeros problemas e desafios que ainda tem a cidade, do que em delírios políticos e polarizações ideológicas.
O eleitor de Gravataí é feliz e talvez não saiba.