RAFAEL MARTINELLI

Gravataí vive crise na segurança pública entre Brigada e Guarda Municipal; Quando polícia ameaça prender polícia

Desentendimento entre BM e GM aconteceu ontem, em ocorrência na Sagrada Família

Há uma crise na segurança pública de Gravataí, entre Brigada Militar (BM) e Guarda Municipal (GM), a ‘polícia comunitária’, que faz mal à população.

Conforme o Seguinte: apurou, policiais militares e guardas municipais trocarem ameaças de prisão, durante ocorrência nesta quarta-feira, só escancara a tensão e o distanciamento entre as duas corporações no município.

A disputa pela titularidade do B.O, enquanto uma pessoa restava morta, sob suspeita de suicídio em propriedade na Sagrada Família, circula desde ontem em constrangedores vídeos compartilhados pelas redes sociais e que hoje chegaram ao Balanço Geral, da TV Record.

O tenente-coronel Vinicius Ayres, comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar, e o secretário municipal de Segurança, tenente-coronel Emílio Barbosa, chegaram a ir até o local.

As imagens mostram PMs e GMs reivindicando o isolamento da área até a chegada da Polícia Civil, em ocorrência que mobilizou tantos profissionais da segurança quanto um assalto a banco – e não é a primeira vez.

Na notória ocorrência em que, conforme registro policial, empresário atirou em concorrentes e depois se suicidou, a mesma disputa já aconteceu, também com um número de profissionais e viaturas acima do normal chegando ao local.

Um jogo de empurra sobre responsabilidades pela insegurança, entre representantes da Brigada e da Guarda, em reunião com a comunidade da Costa do Ipiranga, no início do ano, teria sido o gatilho.

Há alguns dias, as relações pioraram após tensa reunião entre o secretário da Segurança, um oficial da BM e o vereador brigadiano Claudecir Lemes, para cobrança de repasse de recursos destinados pela Câmara à Prefeitura para conserto de viaturas.

O Seguinte: ouviu policiais militares, guardas municipais e policiais civis que confirmam o ambiente de rivalidade e falta de cooperação entre BM e GM.

O comandante do 17º BPM, Vinícius Ayres, reconhece o “desgaste” entre as duas corporações e o “debate sobre as atribuições de cada um”.

– Reconhecemos a importância da Guarda exercer sua função de segurança em prédios, logradouros públicos. A segurança pública, o patrulhamento fardado, é responsabilidade estadual, da Brigada – disse ao Seguinte:.

Conforme o comandante, ninguém restou preso, mas houve registro de termo circunstanciado devido à resistência de guarda municipal em permitir o acesso dos brigadianos ao local da ocorrência.

Ayres informa que o comandante regional do Delta do Jacuí, coronel Clodemilton Silva Bueno, deve procurar o prefeito Luiz Zaffalon para tratar da relação entre Brigada e Guarda.

O secretário de Segurança Emílio Barbosa disse ao Seguinte: que a Guarda recebeu a comunicação de encontro de cadáver, em suspeita de suicídio, foi ao local, fez o isolamento e comunicou a Polícia Civil, autoridade policial responsável por acionar a perícia.

Os PMs, ao chegaram ao local, foram orientados a não circular pela área isolada.

– Cumprimos a lei. Fomos o primeiro agente a chegar ao local e não poderíamos transferir a custódia. É o que se faz há 10 anos – disse.

O secretário também reconheceu “ruído” na relação, que “está sendo resolvido com diálogo”.

A Prefeitura também divulgou nota oficial:

“(…) A prefeitura de Gravataí esclarece que a Guarda Municipal atua diligentemente em diversas ocorrências, cuidando, servindo e protegendo a população como um todo. Assim, Guarda Municipal e Brigada Militar são instituições que trabalham conjuntamente no combate ao crime e promoção da segurança pública, sendo que o vídeo veiculado se trata de um fato pontual. Finalmente, a prefeitura informa que o diálogo entre instituições é adequado e produtivo, bem como a Guarda Municipal de Gravataí permanecerá incansável na sua atuação e dentro das suas competências legais (…)”.

Ao fim, reputo o diálogo precisa acontecer com urgência, e se necessário sob mediação do Ministério Público.

Não só por se tratar de forças armadas convivendo em ambiente de tensão, mas também porque fica chato ligar para o 190 ou o 153 e ouvir que não há viaturas disponíveis, ou a viatura demorar a chegar, enquanto em uma ‘desinteligência’ entre corporações aparecem rapidamente dezenas de profissionais e viaturas.

O interesse público primeiro, por favor senhores.

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