O tricolor gaúcho novamente venceu ancorado no “aborto da natureza”. E o pior: contra o inexpressivo Sportivo Luqueño, lanterna do campeonato paraguaio. O Grêmio de Quinteros segue refém das individualidades, vulnerável defensivamente e sem poder de criação.
Que diabos a comissão técnica fez nas duas semanas que teve sem partidas após o término do Gauchão? Tirando os “inacreditáveis” quatro dias de folga ofertados ao elenco, claro. Futebol requer tempo, mas é imperioso aproveitar o tic tac do relógio da melhor maneira possível.
Contra o Atlético-MG, na estreia do Brasileirão, Tiago Volpi foi o herói do triunfo. Na estreia da Sul-Americana, o time tomou gol originado em cobrança de lateral. Um feito patético, irritante e raro inclusive na várzea. Isso sem citar os dois gols que foram anulados. Embora com acerto da arbitragem, é mais um emblema dos problemas da mecânica. Enquanto não ajustar o meio-campo, o time seguirá fazendo água. Na nossa singela ótica, evidentemente.
Quando da chegada do novo comandante, noticiou-se que o ex-zagueiro Desábato seria responsável pelas ações defensivas. Que ações, cara pálida? A engrenagem é quase inexistente e segue “torrando” os zagueiros centrais do elenco.
Tudo bem que os nomes apresentam problemas individuais, mas Jemerson e Rodrigo Ely já se mostraram mais seguros em tempos passados. Sobre Gustavo Martins, ainda é uma incógnita pela pouca rodagem. Menos mal que Kannemann, dando tudo certo, estará de volta em breve.
O camisa 4, porém, é canhoto. Assim como o único defensor afirmado do elenco, o recém chegado Wagner Leonardo. Poderiam jogar juntos? Em condições normais, é pouco provável, né? Quem sabe uma migração para 3 zagueiros, usando o argentino na sobra?
Talvez esteja faltando isso, uma ruptura tática, uma mudança na estrutura. Do jeito que está, Quinteros começará a cumprir aviso prévio antes mesmo do galo cantar. Seja em português, pelo Brasileirão, ou em castelhano, pela Sula.