SAUL TEIXEIRA

Grêmio de Renato e a “cartilha” dos pontos corridos

Em casa não tem negociação: é vencer, vencer ou vencer. Seja como for. A vitória contra o Palmeiras foi o exemplo clássico: o resultado foi infinitamente melhor que a atuação.

Jogando na Arena, o Grêmio triunfou em 10 de seus 13 jogos! São 26 gols marcados até o momento, 16 sofridos e aproveitamento superior a 80%. Tá explicado o porquê é presença assídua no pelotão de elite do Brasileirão 2023. O sucesso como mandante é uma das virtudes na “cartilha” dos pontos corridos.

Deixemos os números momentaneamente de lado. O time já teve melhor performance, desempenho, rendimento. Já jogou melhor!!! Desde a maiúscula vitória contra o Cruzeiro, o time parou como obra coletiva…

Alguns problemas defensivos se acentuaram. A mudança tática para o 4-4-2 losango e suas variações (entre elas o 4-3-3) manda um recado claro: a melhor estratégia de defesa é ter a posse de bola. Do contrário, o time sucumbe. Principalmente pelos lados do campo.

Sem pontas ou jogadores que ocupem a função dobrando a marcação, não é raro vermos os atacantes rivais em mano a mano contra os laterais do Grêmio. Mais um motivo para que atuem àqueles que possuem maior poder de marcação: João Pedro e Reinaldo. Contra o Verdão, golaço do primeiro após mais uma passe açucarado de Luisito Suárez.

Foi só! No mais, o Grêmio foi “atropelado”. A vitória flertou com o “aborto da natureza”, ao menos na lógica do Futebol Além do Resultado! O desgaste físico por ter atuado na segunda-feira contra o Corinthians, talvez atenue as críticas. Tanto que um dos destaques da etapa inicial, Nathan, sequer voltou do intervalo.

Voltando aos números, o time de Abel Ferreira ostentou 65% de posse de bola em plena Arena. Foram 18 finalizações. Poderia ter revertido o volume em maiores chances, é verdade, mesmo assim, merecia “melhor sorte” ao produzir, no mínimo, para empatar.

Mais do que saber os porquês se perde, é essencial retirar lições também das vitórias. Com Galdino e Ferreira, pelo menos sem a bola, o Grêmio corrigiu parte dos problemas citados pelos lados do campo. Mas é preciso mais… Para a reta final do campeonato, o retorno aos 3 zagueiros talvez seja uma boa pedida, sobretudo nas partidas fora de casa. Se optar por dois beques, Bruno Alves é o “melhor” parceiro para Kannemann.

Longe de Porto Alegre, a tendência é que a iniciativa seja dos adversários. Fora de seus domínios, a campanha tricolor deixa a desejar, e muito, pelo menos para quem almeja uma vaga direta à Libertadores ou com quem, mesmo remotamente, sonha com o título. O rendimento poderia estar “menos pior” se o VAR não tivesse “operado” os gaúchos. Mais uma vez, na dúvida, o centro do país sendo beneficiado. Não foi a primeira e, lamentavelmente, não será a última. Coloquemos mais uma no DVD!

Mesmo nos bons momentos da temporada, os volantes e meias do Grêmio possuem pouca intensidade de marcação. O cão de guarda é Villasanti, que em outro contexto poderia perfeitamente atuar como camisa 8. Se retornar aos 3 zagueiros, entretanto, é essencial que os laterais participem mais da ação ofensiva, o que pouco vimos nas partidas anteriores com essa mecânica.

Uma lástima a ausência de “parceria” para Suárez. Ainda mais com a venda de Bitelo que era, inegavelmente, o que melhor tramava com o uruguaio em “rapidez” de raciocínio. Mesmo assim, o tricolor gaúcho é destaque como melhor ataque do certame, ao lado do líder Botafogo, com 39 gols. Entretanto, também evidencia a falta de equilíbrio na tábua defensiva, né?

Que venha o Fortaleza lá no outro final de semana, 30 de setembro do corrente ano. Renato novamente terá tempo para pensar, treinar, projetar. Uma bênção e tanto em matéria do insano calendário brasileiro.

Tomara que o precioso tempo seja aproveitado da melhor maneira possível…

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