Quando achamos que nada pode ser pior que as atuações do Grêmio… vem a entrevista de Renato no pós-jogo e consegue superar o “show de horrores”.
É inacreditável! O mundo voltou-se contra a estátua. O folclórico e bonachão foi substituído pelo perfil carrancudo e mal-humorado. O maior ídolo da história do Grêmio, como sempre, fala sobre quase tudo nas coletivas. Mas pouco, bem pouco, quase nada sobre futebol.
Antes, porque grande parte da imprensa, sequer, perguntava. Surfava no folclore em busca de suas manchetes lacradoras – sem julgamentos, afinal, é preciso falar também o que o torcedor quer e precisa ouvir. A audiência faz a roda da economia girar. O problema é que “o dia virou noite”.
Já faz um tempinho, porém, que grande parte dos colegas de profissão – dos quais admiro vários – mudaram a abordagem. Trocaram os “confetes” pelas perguntas jornalísticas para informar aos torcedores. Foram “perseguidos”, “ridicularizados”, colocados contra a torcida do Grêmio, inclusive aqueles declaradamente torcedores da força azul do Estado. Mas cadê as respostas?
O empate em 2 a 2 não foi dos piores em termos de resultado, mas por que o Grêmio abdicou de jogar contra o Fluminense, deixando Cristaldo e Monsalve no banco? Por que o time é tão espaçado entre os setores, fazendo com que sofra gols praticamente em todos os jogos? Por que a equipe, na peça ofensiva, tem pouco repertório e é refém de suas individualidades, principalmente de Soteldo — quando o camisa 7, incrivelmente, não está no banco, claro!?
São respostas que dificilmente serão proferidas pela boca do comandante. Mas, qual a surpresa, senhores e senhores? Quase sempre foi assim! A diferença, porém, é que agora as “críticas” não são feitas “apenas por colorados da imprensa” ou por “gremistas mal agradecidos”. O jogo virou, tristemente, virou!
Tendo as Redes Sociais como principal termômetro, ousaria dizer que a maior parte dos gremistas da gema, “raiz” e fanáticos também acreditam que a quarta passagem do treinador pelo clube já acabou há tempos. Falta apenas oficializar. Longe de cometer charlatanismo, mas parece, inclusive, questão de saúde mental.
O nível de estresse do treinador extrapolou a cota do aceitável. O modo “enchi o saco” e “que vá tudo pro inferno” é a tônica do trabalho semana após semana. Sinceramente, seria melhor que interrompessem o vínculo pra ontem. Renato parece estar fazendo um favor ao treinar o Grêmio. A instituição não merece. Sequer Renato precisa.
Quem acompanha meus pitacos, sabe o que penso sobre o treinador Renato Portaluppi desde os anos áureos. É um extraordinário conhecedor de vestiário, um estupendo gestor de grupo. Quando tem no elenco individualidades superiores, sucesso em forma de títulos e ainda mais prestígio. Até pra ser treinador da Seleção cogitaram, né?
Mas… e quando o elenco não é tão abundante em qualidade e em quantidade? E quando a “mão do treinador” precisa aparecer para superar as adversidades? As enchentes foram devastadoras, sem dúvidas, principalmente para o Grêmio. Ninguém nega. Mas seria preciso superar os obstáculos com ainda mais trabalho, empenho, dedicação, vontade…
“Eu tenho reinventado o Grêmio neste ano”. Não é o que o campo está “gritando”, comandante…
Que o tricolor alcance o constrangedor, porém, necessário campeonato dos 45 pontos. Depois disso, que 2025 volte a sorrir para a Nação de Três Cores. Desta feita, com Renato na história, em seu trono e reinado absolutos, mas não mais na casamata. Para tudo na vida existe um prazo de validade…