O prefeito Luiz Zaffalon (MDB) anunciou que, se Governo do Estado não bancar, a Prefeitura tem recursos para construção das 13 microbarragens no rio Gravataí.
Em live com o diretor de operações da Corsan, Milton Cordeiro, mediada pela presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (Acigra) Ana Cristina Pastro Pereira, Zaffa apontou a obra como única solução para a falta de água, além de garantia da sobrevivência do manancial que beneficia mais de 1 milhão de pessoas.
– Se precisar botar dinheiro, boto. É uma solução barata. Vou fazer da salvação do rio Gravataí a minha pauta de 2023 – disse Zaffa, reforçando a cobrança que o Seguinte: tem feito na série de artigos sobre a ‘guerra pela água’; o mais recente Guerra pela água: as 14 ações da Corsan na região metropolitana; O emergencial, o permanente e o principal, o rio. Dê-nos água, Leite!.
– O Gravataí tem água para todos, consumidor, indústria e lavoura, se conseguirmos controlar a vazão – resumiu, lembrando a necessidade de, com as barragens, recompor áreas de banhado no chamado ‘pulmão do rio’, degradadas desde os anos 60 com a abertura do ‘canal do DNOS, de 30 quilômetros, para aumentar área de plantio de arroz.
– Hoje a água corre para o Guaíba. Pescadores usam a expressão de que chega a roncar água, enquanto os banhados secam. É a vida do rio que está em jogo – alertou, exemplificando os efeitos econômicos do racionamento de água enquanto o rio está abaixo de 1 metro (o que ocorreu entre dezembro e parte de fevereiro), quando só pode ser feita captação para o consumo humano.
– O presidente da Prometeon me ligou desesperado quando recebeu notificação da Corsan para suspender captação. Precisou parar a fábrica com 2 mil pessoas – contou, sem deixar de agradecer ao diretor da Corsan pelas obras emergenciais, entre elas uma espécie de barragem no Mato Alto, além de obras no canal do DNOS, que fazem com que hoje o rio saia do “estado crítico”.
Zaffa lembrou que participou da primeira cobrança pelas barragens em 2011, ainda no governo Tarso Genro, quando foram inscritos recursos do PAC da Prevenção para as obras.
– Ano passado fui ao gabinete do governador Eduardo Leite, ao lado do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo, como presidente da Granpal, e ainda não tinha começado o EIA-RIMA – lamentou, sobre a licença necessária para autorizar o início das obras.
– Leite me disse na saída: “então tá tudo resolvido?” Eu respondi: “sem as barragens, só até dezembro do ano que vem”. E aqui estamos novamente – concluiu.
Assista à live e, abaixo, sigo.
Chato, sei, mas necessário, tenho insistido na série de artigos sobre a ‘guerra da água’ que a solução para a falta de água e a salvação do rio Gravataí tem nome: Eduardo Leite.
O governador chega ao segundo mandato tendo nas mãos, pronta de outros governos que também não a executaram, uma solução barata para devolver água ao rio Gravataí.
Dinheiro não vai faltar. Vendeu a Corsan por R$ 4,1 bilhões; R$ 2 bi a menos do que precificava consultoria contratada pelo Senge-RS (Sindicato dos Engenheiros do Estado). Em proposta única, a Aegea foi a vencedora com ágio simbólico de apenas 1,15%.
É por isso que repito repito e repito a cobrança: a (nem tão grande assim) grande obra para enfrentar a falta de água é das 13 microbarragens no rio Gravataí.
A Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional) tem recursos destinados, mas desde 2018 não conclui o estudo de impacto ambiental (EIA/Rima), para o qual a empresa Ecossis Soluções Ambientais venceu o processo licitatório por R$ 400 mil. Os R$ 5 milhões para a obra já eram previstos em 2012, no PAC da Prevenção.
É consenso entre quem conhece o rio que o problema do Gravataí não é de falta de chuva e sim de represamento da água.
A prova de que as barragens são a solução é que a construção de uma contenção, uma espécie de barragem, feita emergencialmente pela Corsan no Mato Alto, em Gravataí, e a limpeza do canal do DNOS, fizeram em 15 dias o rio subir do ‘nível zero’ para 1 metro, saindo do “estado crítico”; o que permite captação inclusive para agricultura e indústria.
Ao fim, concluo pela enésima vez como em A ‘guerra pela água’ no rio Gravataí: lacrada arrozeira que capta 5 vezes mais que a Corsan; Saídas há, para além da tentação de proibir. Dê-nos água, governador Leite!: “se Leite quiser, água não vai faltar, caso as microbarragens sejam feitas. Os R$ 5 milhões são troco na relação com os impactos econômicos e sociais da falta de água anual”.
#Microbarragensjá!
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