Breno Lopes, herói do título da Libertadores do Palmeiras é cria da base do Cerâmica, de Gravataí.
O jogador de 25 anos entrou aos 39 minutos do segundo tempo, e aos 53 minutos, marcou de cabeça o gol do título neste sábado e entrou para a história do Palestra Itália.
– É um dia inesquecível – comemorou em entrevista no Maracanã, palco da final.
Antes de se profissionalizar, Breno foi vice-campeão gaúcho sub-19 pelo Cerâmica, em 2014. Morou em uma casa do clube que abrigava jovens promessas..
Foi Paulo César PC Magalhães o treinador a aprovar o jogador de 18 anos, que conforme o jornalista Eduardo Torres, tinha sido reprovado após testes no São José, de Porto Alegre.
– Alguns atletas que tinham jogado no São José indicaram ele e no primeiro treino o aprovei. Era rápido e bom finalizador, além de ter movimentação na frente – lembrou PC ao Seguinte:, na tarde deste domingo
Naquele 2014 o Cerâmica chegou à final contra o Grêmio vencendo em Caxias ao Juventude, que era treinado por Thiago Nunes. No mata-mata empatou em 0 a 0 em Gravataí e perdeu por 1 a 0 em Porto Alegre para um tricolor que tinha no ataque Everton Cebolinha e Pedro Rocha, autor o gol do título, e era treinado por André Jardine, que hoje treina a Seleção Brasileira sub-20.
– O Cerâmica tem jogadores espalhado pelo mundo todo. Pena que aquele projeto não tenha continuado. Tenho sonho de reviver o Cerâmica. Tomara um dia possa realizar – diz PC, que hoje trabalha no Patrimônio do Grêmio, ligado ao futebol feminino, que para os jogos arrenda o Vieirão, estádio do Cerâmica.
Leocir Dall'Astra, outro histórico treinador do Cerâmica conviveu poucos meses com o jogador, mas elogia a superação do atleta. Ele concorda com PC:
– Pelo mundo há jogadores do Cerâmica brilhando. Infelizmente acabou tudo.
Décio Becker, o dono do Cerâmica, e responsável pela profissionalização e subida do clube para a primeira divisão do Gauchão, não respondeu ao contato do Seguinte: até o fechamento da reportagem.
Reportagem de O Tempo, de Minas Gerais, conta que Breno, nascido em 24 de janeiro de 1996, foi criado no bairro São Bernardo, na região Norte de Belo Horizonte, onde até hoje vivem alguns familiares. Ele chegou ao sub-15 do Cruzeiro, mas não conseguiu ser aproveitado.
– Comecei no Cruzeiro. Aos 11 anos fui para a escolinha, ainda na época do Barro Preto. O ex-patrão do meu pai tinha um filho que também jogava, me indicou, fui aprovado nas categorias de base e fiquei até meus 15 anos. Fui dispensado depois e rodei por alguns clubes, mas minha trajetória começou no Cruzeiro – contou, em entrevista ao Super.FC.
O atleta chegou a desistir do futebol, mas, depois de ser reprovado em teste que fez no São José, por indicação de um amigo em Porto Alegre, fez uma última tentativa: a base do Cerâmica.
De Gravataí foi para Santa Catarina, onde se profissionalizou em 2016 pelo Joinville, teve passagens pelo Figueirense e Athletico Paranaense, até chegar ao Juventude em 2019 e ser vendido por R$ 8 milhões ao Palmeiras em novembro de 2020, quando tinha nove gols pelo time de Caxias do Sul e era o vice-artilheiro da Série B.
Assista lances e o gol do título