Foram apenas dois jogos de Eduardo Coudet à frente do Inter até agora. Naturalmente, a amostragem não permite grandes conclusões, mas os resultados foram catastróficos: apenas um ponto contra Bragantino e Cuiabá.
Entretanto, já houve mudanças e algumas evoluções: posse de bola, marcação avançada e pressão após a perda — fundamental para quem marca mais avançado — estão entre elas.
Contra o Cuiabá, primeiro tempo promissor, mas o empate ilustra uma das maiores mazelas da temporada: bola alta defensiva. É preciso correção urgentemente! Ainda mais na Libertadores!!! A expulsão de Mercado mudou a partida completamente. A derrota, porém, foi semeada pelos equívocos do treinador.
O time não tem zagueiros velozes para atuar tão adiantado. O camisa 25 trocou o cartão vermelho pelo iminente gol rival. É aquela velha história: o comandante precisa adaptar as diretrizes de trabalho às características do grupo. Para atenuar o 10×11, Coudet retirou, pasmem, o primeiro volante: Johnny. Obviamente, o time ficou ainda mais vulnerável. Alan Patrick virou “genérico” de volante.
O argentino é pago para tomar decisões, mas algumas heranças do trabalho de Mano Menezes poderiam ser mantidas, ao menos no início do trabalho: o goleiro John e, sobretudo, Rômulo à frente da defesa, por exemplo. Ambos foram sacados do time por qual motivo? Por estarem sendo destaques nas últimas partidas?
Na mecânica de jogo, Coudet deveria ser menos Mano Menezes. A presença de De Pena aberto à direita, é um equívoco gritado pelo campo jogo após jogo. Outra continuidade inexplicável é a “Cadeira Cativa” de Wanderson entre os 11.
Coudet precisa ser mais Coudet. Principalmente na peça ofensiva, onde “historicamente” utiliza dois atacantes. É justamente neste cenário que Enner Valência sagrou-se um dos goleadores da Europa recentemente. Com os retornos de Pedro Henrique e Maurício do departamento médico, a tendência aponta para nova dinâmica ofensiva contra o River.
Pedro Henrique surge como candidataço para formar dupla com Enner. A longo prazo, Maurício e PH devem ser titulares, ao mesmo se reeditarem parte das atuações que tiveram na temporada até o momento. Contra o River Plate, porém, iniciaria com Maurício ou PH. Ambos estão voltando de lesão, não dá para arriscar.
Jogo do ano, adversário “casca grossa”, Buenos Aires e 85 mil torcedores no novíssimo Monumental de Núñez. Desde a reinauguração do mítico estádio, em fevereiro, o River jogou 15 vezes em sua casa e venceu 14. O Inter não pode abdicar de jogar, claro que não, mas…
Coudet precisa ser mais Mano Menezes nos costumes. Talvez seja preciso rechear um pouco mais o meio-campo. Talvez um 4-2-3-1 com Rômulo na camisa 5 e Aránguiz ao lado. Numa segunda linha mais à frente, Johnny aberto à direita, Alan Patrick centralizado e Pedro Henrique na canhota. Com bola, migração para o clássico 4-2-2-2 aproximando PH de Enner.
Seria uma formação equilibrada! Os melhores momentos de Jonnhy com a camiseta do Inter sempre foram em funções mais à frente, não como cabeça de área. Futebol se ganha no meio-campo!!! Perdão pela repetição pitaco após pitaco. Às vezes, porém, até a obviedade precisa ser dita.
Mesmo assim, se optar por Maurício + PH desde o início, talvez seja preciso compensar defensivamente. Rômulo ou Igor Gomes na lateral-direita para liberar Maurício das tarefas mais pesadas de recomposição.
Ou mantendo Bustos, mas com Rômulo + Johnny nas primeiras funções de meio. Entretanto, pela qualidade, experiência e até pelo idioma para tratar com a arbitragem, não abriria mão de Charles Aránguiz desde o início.
Era isso, por enquanto, sempre em singelo tom pitaqueiro.
Que role a bola e a “fama recente” do colorado se concretize: a equipe faz melhores confrontos contra os chamados grandes. Pelo menos no passado recente.
Então tá! Eis o desafio monstro contra o atual campeão Argentino por antecipação.
A chance de sucesso pode passar pela equação Mano + Coudet. Definitivamente, Futebol é um “troço” maluco…
