Pedem-me leitores que repita o que fiz em Os prints dos prefeituráveis de Gravataí no ’Dia do AI-5 2.0’; os germes de Maiakósvki, artigo em que reproduzi manifestações, ou a inação, de políticos e entidades após o presidente Jair Bolsonaro ter participado o escarro à democracia, que tratei em Patéticos e perigosos na porta do quartel; o presidente do meu país é um criminoso.
Em jornalismo a notícia não é o cachorro mijando no poste e sim o poste mijando no cachorro. Por isso, destaco e analiso uma postagem. É de Jones Martins, ex-deputado federal e ainda pré-candidato a prefeito.
Clique na imagem para ampliar. Depois, sigo
Analiso.
Não vi manifestação do político quando Michel Temer, presidente eleito para ser vice, trocou o comando da Polícia Federal após o caso envolvendo a visita noturna do magnata caipira Joesley Batista ao Palácio do Jaburu.
Uma das manchetes da Folha de S. Paulo, para recordar: Após troca, Temer recebe novo diretor-geral da PF no Planalto.
Mais: Jones apareceu em rede nacional de TV no plenário, com uma planilha na mão, contando votos a favor da derrubada do processo de impeachment contra ‘Michel’, que é como chamava seu presidente.
À época, o Congresso optou por não “passar o país a limpo”, expressão agora usada por Jones, entendendo que as denúncias de uma suposta proteção presidencial ao bandido Eduardo Cunha, ou então o amigo de ‘Michel’ correndo na rua com uma mala de dinheiro, eram menores do que a ‘pedalada fiscal’ que derrubou Dilma Rousseff.
O custo da 'articulação política' foi a liberação de muito dinheiro em emendas aos fieis.
Ainda analisando postagens recentes, Jones também errou ao curtir post de seu fiel vereador, Clebes Mendes, que desrespeitou o isolamento social ao almoçar em restaurante que não poderia estar servindo comida na mesa conforme decreto municipal, o que contei em Vereador de Gravataí desrespeita isolamento social; e faz selfie e posta!.
E, corrija-me o próprio, ensaiava um flerte com o bolsonarismo, ou o ‘osmarterraplanismo’, ao defender a “volta à normalidade” com a reabertura do comércio, em um momento em que o prefeito de seu partido, Marco Alba, mais suporta pressões de entidades e ‘carreatas da morte’.
Ao fim, não entro no mérito das provas para o 'ForaTemer!', ou 'Fora Bolsonaro', porque só o que sei é que Moro condena sem provas e, se também denuncia sem tê-las, aguardemos. Nos próximos capítulos, poderemos testemunhar inclusive um 'Fora Moro', já que em sua 'delação ao vivo, o ex-juiz e agora político também se enrola em prevaricação (por não ter denunciado antes as interferências) e em corrupção passiva, ao falar que o presidente lhe prometeu "pensão para garantir a família".
O que analiso aqui é a aldeia: politicamente, Jones perdeu uma oportunidade de resguardar-se ao silêncio da quarentena. Quem não sabe, desconfia do que 'Michel' fez no verão passado.
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