De um total de 513 deputados federais pagos pela população brasileira através de inúmeros e pesados impostos, apenas – apenas! – 23 tiveram 100% de presença na Câmara Federal no ano que passou, 2016.
Na verdade foram 576 parlamentares que exerceram mandato em algum período do ano passado, e o número representa 4% desse total. É que pelas razões mais diversas não raro um suplente assume e também acaba faltando mais do que trabalhando.
Na lista dos não-faltosos, o único gaúcho é José Luiz Stédile (PSB), de Cachoeirinha, que compareceu em todas as 94 sessões deliberativas destinadas à votação de medidas provisórias, projetos de lei e propostas de emendas à Constituição.
Campeão de assiduidade
O levantamento foi feito pelo site Congresso em Foco, que faz a cobertura apartidária do Congresso Nacional com o objetivo de auxiliar o eleitor a acompanhar o desempenho dos representantes eleitos.
Desde o seu primeiro mandato o deputado Stédile tem sido campeão de assiduidade na Câmara Federal. E a atuação não se resume à presença no plenário. Também teve participação ativa nas comissões que integra.
Ao todo foram 122 reuniões e audiências públicas às quais Stédile – ex-prefeito de Cachoeirinha – compareceu em 2016. E durante a semana ele ainda vai ao interior, nos fins de semana, falar com lideranças e para conhecer as demandas gaúchas.
— Para poder desenvolver o trabalho na Câmara e representar bem o estado preciso estar presente nas sessões. Afinal, fui eleito para isso. Penso que essa é uma atribuição da função de poder representar o povo gaúcho, é minha obrigação — diz ele.
Impeachment
Natural de Nova Prata e morador de Cachoeirinha desde 1979, formado em Administração Pública e ex-líder sindical, Stédile exerceu o cargo de prefeito de 2001 a 2008, eleito pelo PT, e chegou à Câmara pela primeira vez no pleito de 2010, pelo PSB.
Dentre todas as sessões das quais participou no ano passado, uma delas foi história: a votação em plenário do impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O parlamentar gaúcho votou a favor da deposição da governante petista.
A posição de José Stédile foi motivo de reportagem, inclusive, no jornal O Globo. É que o deputado é irmão de João Pedro Stédile, principal liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST).
— É meu irmão. Amo ele. Mas não temos conversado muito ultimamente, por causa da posição dele — disse José Stédile, na ocasião, ao jornalista Evandro Éboli, em matéria que foi publicada em 16 de abril.