Os três réus acusados de envolvimento na morte de uma adolescente de 17 anos e na tentativa de homicídio de outra jovem, grávida de seis meses, vão a júri popular nesta terça-feira (11), em Canoas.
O julgamento será presidido pelo Juiz de Direito Bruno Barcellos de Almeida, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, e os réus responderão pelos crimes de feminicídio consumado e tentativa de homicídio qualificado.
O caso, ocorrido em 13 de fevereiro de 2021, no bairro Guajuviras, chocou pela crueldade e pela motivação passional atribuída ao crime.
O crime
Segundo a denúncia do Ministério Público, as vítimas foram atraídas ao local por meio de mensagens e ligações feitas por um dos réus, que usava o celular de outro para enganar as adolescentes. Elas chegaram ao ponto combinado em um carro de aplicativo, acompanhadas de uma terceira amiga — que decidiu ir embora ao perceber a presença dos acusados, gesto que acabou salvando sua vida.
No local, conforme o MP, um dos réus, ex-namorado da vítima fatal, efetuou os disparos que causaram sua morte, motivados por ciúmes e pela recusa da jovem em reatar o relacionamento. Em seguida, outro réu teria recebido a arma e atirado contra a amiga da vítima, mesmo sabendo que ela estava grávida de seis meses.
A tentativa de homicídio, segundo a acusação, tinha o objetivo de eliminar testemunhas do primeiro crime.
As provas e o processo
A sentença de pronúncia, que levou o caso a júri popular, reconheceu indícios suficientes de autoria e participação dos três acusados, além de manter as qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas, feminicídio e tentativa de ocultação de outro crime.
Para o MP, a materialidade dos fatos foi confirmada por laudos periciais, depoimentos de testemunhas e reconhecimento fotográfico dos envolvidos.
Dois dos réus permanecem presos preventivamente, enquanto o terceiro responde em liberdade, com medidas cautelares, por não ter participado diretamente dos disparos e não possuir antecedentes criminais.





