Convenção do PSD encerrou período de incertezas sobre candidatura de Levi a prefeito e Alemão a vice. Conheça essa história em detalhes na segunda reportagem da série do Seguinte: sobre as convenções das principais candidaturas.
Não foi para ver o Inter que Dilamar Soares foi até a casa do prefeito Marco Alba num domingo de dezembro de 2014. Foi para aceitar a proposta de assumir a Secretaria de Governança. Mas apresentou um mapa de mudanças no secretariado, que daria uma cara mais política para um governo à época com baixos índices de popularidade.
– Manda ‘os Porto Alegre’ embora – resumiu, se referindo a secretários ‘importados’, o vereador que cinco meses antes entregara a faixa de capitão, a liderança do governo, reclamando da falta de suporte por parte do prefeito e do secretariado.
A ideia era substituir técnicos por políticos da base do governo, e também por outros que estavam à margem de partidos adversários. O que permitiria, pelo menos na concepção do estrategista, propiciar uma maior interlocução com a torcida e colocaria na rua a campanha pela reeleição.
O não do prefeito foi ter adiado para janeiro o fim da resenha de quase seis horas. Dila, que nos anos 90 dividiu o apartamento com Marco, entendeu o recado e começou a articular a ida para o Solidariedade, onde por ser um amontoado de novas letrinhas não corria o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.
A troca só não aconteceu pelo empresário Décio Becker, vice-prefeito do governo Sérgio Stasinski (2005-2008) e principal apoiador da eleição de Dilamar, ter feito um apelo para o vereador ficar no PMDB.
– Ali cometi um erro político do qual me arrependo – diz o historiador, que seguiu descontente com o que chama de ‘marcocentrismo’ e já tinha comunicado à família que ao fim do mandato abandonaria a política para se dedicar à sua segunda faculdade, Orientação Educacional.
Foi quando, nos campos do Rodeio do Mercosul, uma conversa informal com Gisele Bueno, vice-presidente do PSD, virou uma convocação feita pelo presidente municipal João Portella e pelos dois principais dirigentes do partido, o vice-governador José Cairoli e o deputado federal Danrlei de Deus.
À época, o PSD estava praticamente acertado com o vice-prefeito Francisco Pinho, que permanecia no DEM, mas já preparava seu desembarque no novo partido filiando apoiadores.
– O Dilamar dentro significa eu fora – avisou Pinho, que não queria mais um vereador no grupo, talvez pela sombra que faria a seu filho, Fred, também parlamentar e a caminho do PSD.
– Se os 21 vereadores quiserem vir com a gente, vamos aceitar. Queremos construir partido, não ficar dependentes de um ou outro – respondeu Danrlei, com a firmeza com que catava bolas no seu Grêmio multicampeão nos anos 90.
Pinho se escalou no PSDB e caiu na área de Dilamar a tarefa de montar o PSD em Gravataí. Uma foto enviada a ele em segredo, pelo WhatsApp, onde apareciam o vereador Evandro Soares (DEM) e o ex-vereador Levi Melo (PMDB), jantando na casa do deputado federal e presidente do PDT Pompeo de Mattos, colocou-o no jogo.
O primeiro contato com a ‘contratação de lotar aeroporto’ foi no dia seguinte, na Marcha para Jesus. Além das relações maçônicas, Dilamar e Levi já tinham uma tabelinha anterior, apesar de esquecida no banco de reservas naquela altura da partida. O médico mais bem sucedido da aldeia tinha sido ao lado de Décio a estrela da campanha de Dilamar. Em 2012, preterido para vice aos 49 minutos do segundo tempo, Levi saiu da convenção do PMDB antes do anúncio da chapa Marco e Pinho, comunicando a este jornalista que não concorreria à reeleição e, possivelmente, atenderia ao apelo da esposa Jucelei e largaria “a política, suas dissimulações e traições”.
Caminhando ao lado do povo evangélico em direção ao Parcão naquele 25 de abril de 2015, Dilamar sabia que falava com um homem ainda decepcionado com a política, à qual tinha retornado em 2014, para concorrer a deputado estadual, e restara magoado com a suposta falta de apoio do prefeito e do PMDB. A mesma sensação que ficou em 2010, quando concorreu a deputado em dobradinha com Marco, de quem reclama ter perdido o apoio em favor de Eliseu Padilha na reta final de uma campanha onde nenhum dos dois foi eleito à Câmara Federal.
– Levi, o PDT é um Barcelona, têm os prefeitos de Porto Alegre e Caxias, dois deputados federais e sete estaduais. Lá, sei que não vamos te enxergar mais. Mas tu vai nos ver aqui no Inter, no Grêmio, que é o PSD – alertou Dilamar.
– Aqui tua candidatura a prefeito será a mais viável do partido no Rio Grande do Sul. Será tu nosso número 1.
Levi vestiu a camiseta 55 e os dois começaram a montar uma nominata que todos no meio político colocam entre as mais fortes depois dos pré-candidatos a vereador pelo PMDB.
– Buscamos montar um partido com as mais diferentes correntes políticas, da esquerda à direita – conta Dilamar, que convocou para o partido uma seleção de veteranos e promessas vindos de PMDB, PSB, PSDB, PTB, DEM, PV e PT.
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Craque alemão
O primeiro craque a chegar foi Alemão da Kipão, com 2.525 votos o terceiro entre os vereadores eleitos em 2012. No ‘vestiário’ das conversas de corredor e cafezinho na Câmara, Dilamar soube que o comerciante da padaria e da loja de brinquedos sofria assédio para deixar o PT de Daniel Bordignon e aderir ao governo Marco. A fofoca colocava o ‘queridão da Morada do Vale’ como um possível vice, e já se nominavam as secretarias às quais ele teria acesso se aceitasse a proposta.
Como naqueles boletins de rádio de pré-temporada, os boatos eram de que o PSB de Anabel Lorenzi também se movimentava para ‘contratar’ Alemão.
– Eu estava a fim de não concorrer mais e largar a política. Pesou muito uma conversa que eu tive com minha família. Todos concordaram que, se era para continuar, que eu estivesse ao lado de alguém com a ficha limpa – lembra Alemão, que aceitou o convite, já foi apresentado como candidato a vice e se tornou inseparável de Dilamar na Câmara e de Levi em conversas quase diárias na clínica Millenarium, de propriedade do médico, e agora nas agendas de campanha.
– A Ju (esposa de Levi) anda com ciúmes, porque fico mais com ele do que ela – brinca Everton, que do Tristão de seu sobrenome não tem nada.
– Política não é profissão, agora é Levi e Alemão!
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Em nível de seleção
Com dois vereadores, Dilamar e Kipão, mais Levi (ex-vereador com 3.050 votos em 2008, 21.723 a deputado federal em 2010, 23.365 para estadual em 2014 e considerado por muitos o ‘número 2’ do PMDB depois de Marco Alba, numa dança das cadeiras com o hoje deputado federal Jones Martins e o falecido ex-prefeito Acimar da Silva) e pré-candidatos fortes à Câmara, o PSD agora tinha time para enfrentar o campeonato de pontos corridos que é uma eleição à Prefeitura.
Ao fim da ‘janela de transferências’, em uma das reaproximações mais surpreendentes da eleição, o partido de Levi ainda apresentou mais um ‘reforço em nível de seleção’: Dimas Costa. Com a saída de Alemão para o PSD, Carlito Nicolait para o PSB e Alex Peixe para o PDT, Dimas estava solitário na bancada do PT. E, com a notória desfiliação de Bordignon para concorrer a prefeito pelo PDT, levando com ele pré-candidatos à Câmara, o vereador corria o risco dos petistas, com uma nominata ‘no departamento médico’, não atingirem o coeficiente mínimo para eleger um vereador – que deve ficar em aproximadamente 7 mil votos nesta eleição.
A primeira jogada de Dilamar, com o ok de um Levi que se dispunha a não cobrar os mais de R$ 50 mil que recém ganhara na justiça como reparação por ataques feitos por petistas em 2009, foi tentar uma coligação com o PT. Ele procurou Vitalina Gonçalves e fez a proposta, que a presidente do sindicato dos professores levou até a executiva do partido. O grupo de Rita Sanco entrou de carrinho e quebrou a conversa. Por Levi ter dado um dos votos favoráveis ao impeachment da ex-prefeita, em outubro de 2011, unir o PT ao PSD seria como instalar em um GreNal a Popular do Inter e a Geral do Grêmio no espaço da torcida mista.
Foi aí que Dilamar fez algo que ninguém imaginava estar na ‘prancheta’. Propôs a Levi que fizesse um convite para Dimas se filiar ao PSD. Uma surpresa, já que, além de Dilamar trazer um concorrente com uma reeleição provavelmente garantida, esse vereador era seu irmão, Dimas. E, para quem não conhece a história, os manos só trocavam palavras para se provocar na tribuna da Câmara, desde que a família se dividiu quando Dilamar concorreu a vereador pelo PMDB e Dimas pelo PT, num GreNal familiar que terminou com os dois eleitos em 2012, mas o ‘estádio das relações’ totalmente depredado.
Levi, pelo menos até então tido como sócio do clube dos antipetistas, topou e ligou para Dimas na Sexta-feira Santa, a menos de uma semana para encerrar o prazo de trocas de partido.
– Vamos conversar, mas continuarei defendendo as bandeiras da esquerda e não renego meu passado – condicionou o petista, pedindo também um compromisso de que Levi não se reaproximaria do time do prefeito Marco, a quem fazia oposição na Câmara desde o primeiro dia do governo.
– Nós queremos um partido plural, aberto, sem sectarismo, sem rasteiras ou donos da verdade. E não há chance de eu estar com o Marco. Ou não teria porque ter saído do PMDB – garantiu Levi, que ao lado de Dilamar e das principais estrelas do PSD, começou a montar a barreira para confirmar a filiação e evitar o gol de Anabel e de seu PSB, que assediavam Dimas, com exceção do vereador Paulo Silveira.
O ‘sim, eu acredito’ de Dimas a Levi trouxe para a coordenação da campanha o ex-vice-prefeito Cristiano Kingeski, com quem o vereador trocava passes desde a adolescência no PT. Também rompido com Bordignon, com quem, apesar dos 33 anos, já entrara em campo em seis campanhas à Prefeitura e à Assembleia Legislativa, Cristiano foi responsável pela organização de um dos momentos mais emocionantes da convenção, que na última sexta-feira confirmou a chapa Levi e Alemão.
Ele colocou Dilamar e Dimas para ‘bater os pênaltis’ na mini-Bombonera em que, com placas, faixas, apitos e charanga, foi transformado o CTG Laço da Amizade, arrepiando Danrlei:
– Isso aqui tem clima de clássico! É o maior PSD do Estado. Grêmio e Inter ganharam tudo com times os quais ninguém dava nada no início, mas depois encantaram pela garra e a superação – disse, levantando a boleirada.
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Emoção na reconciliação
Os irmãos, após chamarem às quatro linhas os pré-candidatos do partido, apresentaram um ao outro. Mesmo que impulsivo, tanto quanto o irmão mais novo, Dilamar optou por driblar a emoção em razões políticas:
– O projeto de eleger o Levi é tão importante que eu e meu irmão passamos por cima de nossas divergências. E sei que ao trazê-lo, e a tantos outros, posso colocar minha eleição em risco. Mas isso não importa. O que importa é que estamos aqui com esse timaço.
– Eu digo a cada um: vote no Levi. Se não quiser votar em mim, não precisa. Mas, se não votar no Levi, não precisa votar em mim.
Já Dimas, com lágrimas saltando dos olhos, fez Dilamar chorar e emocionou os familiares e tantos amigos em comum entre os dois:
– Dilamar, a política que nos separou agora nos une. Somos apaixonados e passionais, então quando estivemos em lados diferentes, nos doamos até por demais às nossas causas. Mas nunca deixei de ter amar. Nunca deixei de te ver como uma referência de irmão mais velho.
– Se temos mandatos que orgulham nossas famílias, sempre contra mordomias, diárias, os dois fazendo o bem pelas pessoas, agora tivemos a oportunidade de ver nossa mãe e nosso pai sorrirem de novo. Não haverá política a nos separar!
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Levi vai ao ataque
Como líderes de torcida, os dois irmãos apresentaram Levi ‘tocando flauta’ nos adversários:
– Levi, o voto em ti vale. Em 2012 meu candidato (Bordignon) mentiu para a gente, não nos disse que não podia concorrer – disse Dimas.
– Tu e o Alemão têm as mãos limpas, tem a ficha limpa, são os únicos que não respondem a nenhum processo.
– O Ministério Público acaba de mexer no processo de Bordignon. E também vão pedir impugnação do Marco, porque nomeou para cargo presidente de partido que ele tirou da gente e cooptou para sua base – emendou Dilamar.
– Já a outra candidata (Anabel) foi buscar seu companheiro de chapa lá com o vice-prefeito do Marco. Ela vai ter que explicar que vereadores que lhe apoiam tiraram direitos do funcionalismo.
Contagiado pela emoção dos irmãos, Levi fugiu um pouco de seu estilo mais cadenciado e também se mandou para o ataque.
– Enfrentaremos um sempre impugnado, que enterrou Gravataí com um bilhão em dívidas, e outro com uma rejeição imensa, um egocêntrico que não aceita a ideia de ninguém.
– Muitos podem dizer: mas tu veio de lá, tu ajudou a eleger esse governo. Mas eu nunca fui ouvido.
Promessas Levi não fez em quantidade, mas talvez tenha assumido, entre os cinco candidatos, o maior compromisso da campanha, um título, não só vaga à Libertadores:
– Gravataí precisa ter um hospital. E terá. Isso é fato.
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Sem trairagem
De Anabel, Levi não falou mal. E isso merece um capítulo à parte nessa nossa história.
Apesar da baixa rejeição por onde anda Levi não é figurinha carimbada como Bordignon e Marco, que concorreram em todas as eleições nas últimas três décadas, e nem uma Marta como Anabel, militante na política desde o final dos anos 80 e testada nas urnas desde 2004. A estratégia do PSD foi dar uma largada de visibilidade na pré-temporada. Em dezembro do ano passado, e em abril deste ano, na apresentação de novos filiados, e nos 51 anos de Levi, o partido lotou o CTG Aldeia dos Anjos.
Funcionou e a candidatura de Levi se tornou uma realidade no noticiário político. Parecia tanto aos analistas mais profissionais, quanto aos amadores, que o médico estava no jogo, poderia roubar o eleitorado de Marco e avançar sobre Bordignon e Anabel. O que mudou quando o prefeito voltou ao campeonato, mobilizou o plantel e começou uma série de inaugurações, como a avenida Jorge Amado e a maior e mais moderna unidade de saúde do Estado, na Cohab C, além de anunciar a captação de R$ 100 milhões para obras junto aos venezuelanos da Comissão Andina de Financiamentos (CAF).
Aproveitando o momento, emissários, e depois Anabel procuraram interlocutores do PSD e o próprio Levi, convidando-o para ser vice e indicando um caminho para depois ser candidato a deputado. Para reforçar grupo, o PSDB do vice-prefeito Francisco Pinho sinalizou abrir mão do vice, o vereador Beto Pereira, para achar posição para o médico como vice.
Apesar de Levi sempre negar publicamente, a aliança entre os dois parecia questão de dias, ou até horas. Ele e Anabel conversaram pessoalmente por duas vezes, uma com testemunhas, outra em particular.
– Há uma pesquisa que pode definir tudo. Havendo a mínima chance, o Levi é candidato – era a informação média de fontes do PSD, enquanto o burburinho tomava conta das arquibancadas.
Se a pesquisa influenciou ou não, é uma incógnita. Mas no dia em que chegaram os números, o estrago já parecia inevitável, após o vazamento de uma suposta proposta de Anabel: Levi renunciaria à candidatura a prefeito, seria seu vice e depois viraria a casaca, se filiando ao PSB para concorrer a deputado.
As relações azedaram tanto com os capitães, quanto com a base do PSD – todos cortados pela eventual trairagem.
– Levi jamais aceitaria uma proposta dessas, se é que ela aconteceu. Ele não joga sozinho – despista Dilamar.
Os fatos mostram que Levi não cedeu ao assédio e confirmou a candidatura, primeiro em WhatsApp a apoiadores, que chegou ao Seguinte: e foi divulgado em primeira mão, e depois em uma nota oficial do PSD.
– Ela é bem vinda se quiser nos apoiar – instigou, candidatíssimo, em entrevista coletiva.
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É bom esse Levi, hein?
Discreto, homem de bastidores, de rosto até desconhecido apesar de ter sido secretário da Fazenda do governo Edir Oliveira (1993-1996) e atualmente ser o número 2 da Secretaria de Administração do Estado, o presidente João Portella andava pela convenção, como um dirigente feliz com seu grupo de jogadores.
– É bom esse Levi, hein? Todos o procuraram para ser vice. Não lançamos a candidatura para negociar. O Levi sempre foi candidato. O Alemão também – disse, com um sorriso de confirmação, ao ser perguntado se houve também por parte do prefeito algum gesto para atrair Levi como vice.
– Muitos acharam loucura definir uma chapa pura um ano antes da eleição, mas queríamos mostrar algo diferente, construir um partido plural e fugir dos tradicionais conchavos.
– Nunca nos dispomos a fazer qualquer coisa para vencer. Montamos time. Para nós, perder uma eleição não é o fim do mundo, porque não ficará terra arrasada.
Para quem apostou contra a candidatura de Levi, acreditando que o médico não abriria mão dos milhares de reais que recebe nas operações que fazia das 8h às 20h, ela agora parece irreversível. Ou você que o conhece imaginaria ele fazendo campanha em cima de uma bicicleta nas paradas da Dorival?
A série
Série das convenções (parte 1): O PT e o fim dos personalismo