RAFAEL MARTINELLI

Mais Médicos: para alegria das periferias, os cubanos já estão atendendo em Gravataí; A cura da bobagem ideológica

Gravataí já conta com nove das 10 vagas conveniadas pelo prefeito Luiz Zaffalon com o Mais Médicos 2.0 do governo Lula. Só não resta completa a equipe pela desistência de um profissional. Para alegria das periferias, seis dos médicos são cubanos – todos com o Revalida e já moradores de Gravataí –, que ocupam as vagas por falta de interesse dos brasileiros no salário de até R$ 17,5 mil, pago pelo governo federal para atender em bairros mais pobres.

Conforme as novas regras do governo Lula para as 6,2 mil vagas no país, 552 no Rio Grande do Sul, com um investimento de R$ 700 milhões, na falta de profissionais brasileiros a opção é por médicos brasileiros formados no exterior. Se, por fim, não forem preenchidas as vagas, a busca é por médicos estrangeiros.

Os 10 novos médicos farão Gravataí economizar. Dia 2 de dezembro, em Reviravolta: Bobagem ideológica de Bolsonaro tira 17 médicos de Gravataí; Zaffa autoriza reposição imediata e custo para Prefeitura será de 5 milhões ao ano, revelei a conta que ficou, a partir de janeiro, para o governo Zaffa pagar, já que precisou contratar emergencialmente, com recursos da Prefeitura, profissionais para substituir 17 contratados do extinto Mais Médicos.

Após anunciar que prorrogaria por 60 dias os contratos, o Ministério da Saúde comunicou a Prefeitura que o departamento jurídico orientou pelo desligamento dos profissionais no dia 30 de novembro.

A redistribuição de vagas do Médicos Pelo Brasil, substituto do governo Bolsonaro para o Mais Médicos, que era o programa que admitia médicos cubanos, fez com que, deste dezembro, municípios da região metropolitana tenham perdido, em média, 60% das equipes médicas.

Desde junho do ano passado fazia o alerta; e muitos trataram como fake news – como em Gravataí evita perda de 17 médicos por bobagem ideológica de Bolsonaro; Pergunta na periferia sobre os cubanos.

Ao chegar o comunicado-surpresa do Ministério da Saúde, Zaffa autorizou a publicação de edital para nomeação de 29 novos médicos para atuação na rede municipal de saúde; todos pagos pela Prefeitura, diferentemente do Mais Médicos, que era custeado pelo governo federal, e expliquei após denúncia errada feita por parlamentar em Deadpool mente em ‘post-denúncia’ de falta de médicos em Gravataí; A saúde pública não é um Programa da Eliana, vereador!.

À época, conforme o coordenador da Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde, Luciano Albrecht, foram chamados médicos clínicos, pediatra e ginecologistas para atuação em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) para atuação nas Unidades de Saúde da Família (USFs).

A conta – que inclui os 17 médicos desligados e a substituição de contratados emergencialmente por profissionais que passaram no concurso público da saúde aberto neste ano pelo governo municipal – ultrapassou os R$ 5 milhões anuais.

É mais pressão num orçamento da saúde que já chega a 23% do Orçamento Municipal, acima dos 15% previstos na Constituição Federal.

Ao fim, reafirmo: saúdo a volta do Mais Médicos e, principalmente, a vinda dos cubanos Barbara Vitalia Leon Sanchez, Midaly Martinez Cadenas, Misleydys Velazquez Torres, Yanela Altes Riscart, Yunior Tomas Avila e Yuseiny Espinosa Venegas.

Sou de um pragmatismo implacável na saúde: mais médicos é bom, menos médicos é ruim – sustento isso desde 2018, ano da eleição de Bolsonaro, que antes mesmo de assumir já ‘mandou para Cuba’ muitos profissionais.

A quem tem preconceito ideológico faço um desafio: perguntem nas vilas de Gravataí como é ser atendido por médicos cubanos.

Só ouvi elogios.

Inegável é que, na mesinha do posto de saúde, importa muito o médico olhar nos olhos, fazer perguntas, sentir o cheiro da ferida do paciente.

Não vou provocar tanto, identificando nos cubanos mais vocação para tratar pobre do que brasileiros, até porque toda generalização é burra, mas a formação empírica desses profissionais está sempre a teste: com tantos embargos eles tem menos tecnologia e equipamento, além de menos acesso a remédios; resta ouvir, tentar diagnosticar e prevenir.

Muito Brasil, né?

O resto, se não é bolso, reserva de mercado pela classe médica, é bobagem ideológica.

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