O candidato a prefeito de Gravataí Marco Alba (MDB) trouxe o bolsonarismo para o palanque sábado na inauguração do comitê central da coligação “Gravataí Pode Muito Mais” (MDB / PDT / AGIR), com a presença do ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), que durante o governo Jair Bolsonaro foi o número 1 do ex-presidente no Rio Grande do Sul.
O palanque ‘MarxDonalds’ tinha também o vice, Thiago De Leon, do PDT, partido autor da ação eleitoral que levou à inelegibilidade de Bolsonaro até 2030, e vereador crítico às candidaturas de Onyx a governador e Bolsonaro a presidente, em 2022.
A presença de Onyx, e do filho, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL), ao mostrar que o PL não está completo no apoio ao prefeito Luiz Zaffalon (PSDB), anunciado oficialmente, tira publicamente a identificação de Zaffa como o candidato único do bolsonarismo.
Quando da escolha de De Leon como vice, analisei representar uma estratégia de Marco Alba para, em uma eventual polarização com Zaffa, receber o voto útil da esquerda e dos eleitores que não querem um prefeito identificado com o bolsonarismo; leia em De Leon vice é uma escolha estratégica de Marco Alba em Gravataí.
Reputo que, ao trazer um representante-raiz do ex-presidente – dúvidas? Leia em Vou fazer igual Bolsonaro no RS, diz Onyx em Gravataí; Dr. Jekyll e Mr. Hyde na Acigra e Onyx ganhou ou perdeu a eleição ao permitir a homofobia como polêmica da campanha; O RS vai responder –, Marco, se é que o ex-prefeito já fez essa aposta, reduz a possibilidade de ser um ‘Eduardo Leite’ da eleição, atraindo votos da esquerda, e de Daniel Bordignon (PT), caso polarize a reta final da eleição com Zaffa.
Ao fim, como no neologismo inventado por Lewis Carrol, em Alice Através do Espelho, resta no mínimo um desaniversário da chapa Marco Alba-Thiago De Leon como representante do ‘extremo centrismo’.