Apesar da identificação de casos, como entre professores e alunos da Nossa Senhora Aparecida, na parada 64, nenhuma escola precisou ser fechada em Gravataí nas últimas duas semanas e os números da covid ainda não motivam a Prefeitura a retomar a obrigatoriedade do uso de máscaras entre adolescentes, como fizeram outros municípios gaúchos como a vizinha Canoas, que publicou decreto na sexta-feira.
– Nossa vigilância está monitorando. Notamos arrefecimento no número de contaminados. Seguiremos acompanhando e atuando em conjunto com a R10 – informou o secretário municipal da Saúde, Régis Fonseca.
Na Nossa Senhora Aparecida, apesar da suspeita, não foi detectado surto. Orientações foram passadas pela direção aos pais e as aulas prosseguiram, com a recomendação de alunos e servidores com sintomas gripais não comparecerem à escola.
“… Estamos com alguns casos positivos para covid dentro de nossa comunidade escolar, o que ainda não é caracterizado como surto, não requerendo suspensão das atividades escolares, conforme avaliação e normas técnicas das autoridades em saúde…”, dizia nota enviada às famílias.
A opção do governo foi por reforçar a importância de os adolescentes completarem o esquema vacinal contra a covid-19.
Segundo dados de vacinação da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), ao menos 85,4% das pessoas de 12 a 17 anos já receberam a primeira dose do imunizante em Gravataí.
Ainda conforme o portal da SES/RS, 20.126 adolescentes já receberam a D1 contra a covid-19. Além disso, 67% destes estão com o esquema vacinal completo (D1 + D2).
Adolescentes que se vacinaram até o dia 21 de março já podem procurar a unidade de saúde mais próxima para receber a segunda dose.
Outras 42 doses da terceira etapa foram aplicadas a adolescentes imunocomprometidos que pertencem a essa faixa etária, conforme dados da semana passada.
Com a chegada de doses da Pfizer, há vacinas disponíveis nas unidades de saúde municipais. As informações de vacinação, como datas, horários e unidades de saúde, são postadas diariamente nas redes sociais da Prefeitura.
No geral, os números da covid seguem em queda em Gravataí.
A média em abril foi de 23,2 casos/dia; nos primeiros 23 dias de maio, 14,9, com 36.060 infectados desde o primeiro diagnóstico em março de 2020.
A média de óbitos era de 0.2/dia e caiu para 0.1. São registradas até esta segunda-feira 1.051 mortes pela doença.
Para efeitos de comparação, em março a média de mortes era de 1,1 a cada 24h. Entre março e abril de 2021, os meses mais letais da covid, 6 vidas gravataienses eram perdidas diariamente.
À GZH, infectologistas observaram sexta-feira que a máscara ainda deveria ter sido mantida em sala de aula, principalmente entre os alunos mais novos, já que protege não apenas contra a covid-19, mas também contra o vírus sincicial, principal causador de internações de crianças em meses de frio.
– Antes, a máscara na criança era recomendada principalmente para não transmitir o coronavírus para adultos. Mas, neste momento, temos outros vírus em circulação, como o sincicial, influenza e adenovírus – diz o infectologista pediátrico Marcelo Comerlato Scotta, do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.
– Se há mais de um caso na turma, todos tem que usar a máscara. Se há surto na escola, toda a escola tem que usar. Se começa a ter crianças gripadas, elas nem devem ir para a escola. Mas, se estão indo, que usem máscara nesse momento –receitou o infectologista e pediatra Marcelo Otsuka, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Ao fim, a decisão segue com os pais. Hoje ninguém obrigado, nem desobrigado.
A boa notícia é que, em geral, a ‘ideologia dos números’ mostra que a covid está controlada em Gravataí. A média de mortes já é igual à H1N1.
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