Vídeo postado há minutos no perfil do PSB de Cachoeirinha mostra Miki Breier e José Stédile juntos por 40 segundos enviando uma saudação ao filiados locais diretamente da conferência nacional em que o partido conduz um “autorreforma” para atualizar seu manifesto e o programa partidário, ambos de 1947.
Nas falas gravadas no auditório do hotel Rio Othon Palace, no Rio de Janeiro, onde ficam até sexta, o prefeito e o ex-prefeito falam apenas platitudes e sorriem.
A relação entre os dois não anda boa, como tratei no artigos A desastrosa entrevista de Stédile sobre Miki; eu vejo o futuro repetir o passado e Aniversário de Miki foi convite à reeleição, sobre a festa do prefeito à qual Stédile não foi.
Miki quer a reeleição, Stédile não diz sim, nem não.
Mas, a diferentes interlocutores, ambos já admitiram que, para o grupo político manter a Prefeitura, como faz há duas décadas, seria desastrosa uma guerra aos moldes da I Guerra Aldeana – aquela travada em Gravataí, em 2008, entre Daniel Bordignon e Sérgio Stasinski e na qual restou na contagem de corpos a prefeita Rita Sanco cassada, e o PT sem vereador pela primeira vez desde 90 e, em votos, menor que o PSOL nas urnas, em 2017.
Ao assistir ao vídeo, em meu Mercedes-benz da Sogil, lembrei de ‘O totem do lobo’, livro de Jiang Rong, que Stédile me emprestou ano passado, e cuja sinopse anuncia: “fascinado pela relação entre os homens e lobos, esses animais temidos e idolatrados, a protagonista Chen Zhen compreende a rica relação espiritual que existe entre esses adversários e o que um pode aprender com o outro”.
Parafraseando Thomas Hobbes, que no clássico Leviatã foi o responsável por divulgar a célebre frase “O homem é o lobo do homem”, originalmente do dramaturgo romano Plautus (254-184 a.C.), em latim homo homini lupus, a experiência grita que, em política, o homem é o homem do lobo.