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Motorista morta em Gravataí não foi chamada pelo aplicativo

Carro dirigido por Caroline foi encontrado queimado no sábado | DIVULGAÇÃO

Evolui a investigação policial sobre o assassinato da motorista de aplicativos, Caroline Nogueira Rodrigues, 36 anos, ocorrido na noite de sexta, em Gravataí. Depois de ouvir os primeiros depoimentos, nesta segunda, o delegado Eduardo Amaral, da Delegacia de Homicídios de Gravataí, afirma que ainda não há suspeitos, mas que acredita estar bem próximo de afunilar a apuração em uma linha específica.

— Até este momento, não é prudente eliminarmos qualquer hipótese para o crime, mas algumas, como o feminicídio, que chegamos a considerar, perdem muito a força — aponta.

O delegado também não tem convicção de que Caroline tenha sido vítima de um latrocínio (roubo com morte). A chance de um homicídio é reforçada. 

 

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— Ouvimos familiares e amigos da vítima nesta segunda. Nossa intenção é conhecermos exatamente as relações que ela mantinha no serviço como motorista — diz o delegado.

Entre as testemunhas já ouvidas está a amiga com quem Caroline trocou mensagens por WhatsApp no começo da noite de segunda. Foi o último sinal dela antes de ser encontrada morta a tiros de pistola .380 na cabeça, no distrito do Barro Vermelho. 

A motorista, que tinha no volante uma forma de complementar a renda como cabeleireira, teria enviado uma mensagem sucinta à amiga preocupada em saber o destino dela. Disse apenas que estava fazendo uma corrida para Gravataí, saindo de Alvorada.

O histórico de chamadas pelos aplicativoas para os quais Caroline trabalhava poderia ajudar a investigação mas, ao que tudo indica, não será possível. Ela já não fazia corridas pelo 99POP desde 2017 e, segundo a Uber, havia feito duas corridas na véspera. Teriam sido as últimas pelo aplicativo.

De acordo com Eduardo Amaral, Caroline participava de grupos de WhatsApp que agendam corridas clandestinas, o que poderá complicar ainda mais na determinação de suspeitos para o crime.

Desde o começo do ano, quatro motoristas de aplicativos ou táxis foram feridos ou mortos a tiros na cidade. Em todos os crimes anteriores, a polícia chegou a suspeitos, determinando assaltos como as causas dos ataques.

Desta vez, a brutalidade do crime impressionou os policiais. Além dos tiros na cabeça, Caroline tinha diversos ferimentos no corpo, indicando que houve luta corporal antes do assassinato. O carro que ela dirigia, um Grand Siena, foi encontrado incendiado na Estrada Madorin horas depois de constatada a sua morte. 

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