Não foi preciso esperar 72h. Jair Bolsonaro não deu a “passada” por Gravataí na noite desta quarta-feira. O mico foi ainda maior em relação ao que analisei ontem em ‘Idolatria das arábias’: políticos comemoram “passada” de Bolsonaro por Gravataí e Cachoeirinha.
Conforme o Alô Gravataí, na publicação “Multidão aguardava Bolsonaro, que não entrou em Gravataí devido à obstrução na Freeway”, “pouco após as 19h, os apoiadores foram informados por meio de um sistema de som improvisado na base da estátua da liberdade da loja Havan que Bolsonaro não passaria mais pela ERS-118 por questões de segurança”.
“Um caminhão obstruía o acesso a Gravataí pela ERS-118, o que fez o comboio que trazia a comitiva de Bolsonaro seguir pela Freeway até a BR-116. Esse desvio foi necessário para que o ex-presidente pudesse chegar a São Leopoldo, onde ocorreu o primeiro evento oficial de sua visita ao Rio Grande do Sul”, informa a reportagem.
Por que reputo um mico?
Se, ao lado de seguidores do ex-presidente cantaram o Hino Nacional perante a estátua da Havan, não deu para ver nos vídeos postados em redes sociais, mas lá estavam políticos como o vice-prefeito de Gravataí, Dr. Levi Melo (Podemos), o vereador mais votado Bombeiro Batista (Republicanos) e a pré-candidata a prefeita de Cachoeirinha, Cláudia Frutuoso (PL).
Gravataí é a quarta economia gaúcha. Permitir a mobilização para o ‘mito’ não aparecer instiga uma sensação de desprestígio aos gravataienses. A “passada” foi convocada em vídeo gravado dentro da Prefeitura por José Capaverde (PL), secretário de Governança, Comunicação e Cultura do governo Luiz Zaffalon (PSDB).
Adversários políticos – e seus apoiadores – já tripudiam nos bastidores e redes antisociais. Estamos em ano eleitoral. Tudo vira crise, se não dúvida. E Zaffa recém recebeu apoio do PL de Bolsonaro a sua reeleição.
Ao fim, são os riscos da idolatria desmedida. ‘Das Arábias’, como descrevi no artigo, expressão que está no dicionário como “de teor extraordinário, extravagante”.
O Alô também informou que o prefeito de Gravataí – que não foi até a recepção frustrada ao inelegível – foi convidado a participar de um almoço com Bolsonaro em Porto Alegre, nesta sexta-feira.
Zaffa não respondeu ao Seguinte: se comparecerá.
Segunda-feira antecipei a polêmica em Por que esta é a semana mais quente da eleição em Gravataí: De Zaffa, Marco Alba, Bordignon, Levi, Dimas e De Leon, até visita de Bolsonaro. Escrevi: “Como na política ausências gritam tanto quanto presenças, já estão abertas as apostas sobre a participação ou não de Zaffa ao lado de Bolsonaro na visita à Grande Porto Alegre”.
Na artigo de ontem, escrevi: “Qual minha aposta? Não vai a um ou outro. Zaffa já tem candidato à presidência da República para apoiar em 2026: o governador Eduardo Leite (PSDB)”.
A um já não foi. Ao outro, saberemos em 24h. Não será preciso aguardar as tragicômicas 72h golpistas.