Que Lula ou Bolsonaro, que nada! Na capital do mundo, Gravataí, a provocação que mais ouvi do meio político, desde o fim da apuração na noite de domingo, é se vou considerar que Marco Alba (MDB) é o grande derrotado da eleição, já que analisei, quando foi o ‘Grande Eleitor’ de Luiz Zaffalon (MDB) em 2020, Segue o líder Marco Alba; O grande vencedor da eleição em Gravataí, e ao fim do primeiro turno de 2022, Marco Alba perdeu ganhando; Com a maior votação da história em Gravataí, é ‘Grande Eleitor’ ou o ‘Grande Candidato’.
Uma coisa é uma coisa e não outra.
A ‘ideologia dos números’ mostra que, assim como no primeiro turno, Marco Alba ganhou e perdeu; inclusive ao apoiar o bolsonarismo no segundo turno.
Explico.
Rememoro o que escrevi após o primeiro turno.
“…
Reputo Marco Alba perdeu ganhando na eleição de 2022.
Perdeu porque não foi eleito deputado federal. O ex-prefeito recebeu 68.245 votos, quando precisaria próximo a 100 mil, como previu em SEGUINTE TV | 1h com Marco Alba: “Não é votar em mim, é votar na Gravataí que deu certo”; Candidato a deputado federal fala sobre tudo, e ficou como segundo suplente do MDB à Câmara Federal.
Ganhou porque, além de ter ajudado na reeleição da esposa Patricia Alba como a terceira mais votada do partido, em sua aposta de dobradinha única no Rio Grande do Sul, recebeu, em eleições proporcionais, a maior votação da história de Gravataí: 45.882.
Para efeitos de comparação, Edir Oliveira (PTB) chegou a Brasília com 39.208 votos; 16.550 na aldeia. Daniel Bordignon (PT), em 2006, quando era conhecido como o ‘Mito do Vale do Gravataí’, recebeu 59.792 votos; 40.606 no município.
O que isso significa?
Que o futuro pertence ao ‘Grande Eleitor’ de Luiz Zaffalon, prefeito eleito sob a popularidade de mais de 80% de Marco Alba, que começou a campanha com 2% dos votos e chegou à Prefeitura com mais de 51%; mais do que os adversários todos somados.
Quais caminhos seguirá o filho da dona Suely, aguardemos.
…”
Sigo hoje.
O apoio ao bolsonarismo no segundo turno, se perante a História pode restar como uma marca indelével na biografia de Marco Alba, no voto se mostrou uma decisão pragmaticamente certa.
Apesar de menos que os 7 a cada 10 votos de 2018 (71,46%), Bolsonaro recebeu 87.219 votos (60,17%). No primeiro turno foram 75.004 (51,72%). Lula 55.463 (38,24%) e 57.730 (39,83%) em primeiro e segundo turno.
No primeiro turno, o ‘campo bolsonarista’ já tinha feito 75.097 votos contra 68.238 do ‘campo lulista’ para a Presidência da República; para o Governo do Estado, 63.486 para o bolsonarismo, 30.596 para o lulismo e 41.935 para o ‘nem-nem’.
Entre as 10 candidaturas à Câmara Federal mais votadas em Gravataí, onde Marco foi o campeão de votos, o bolsonarismo recebeu 74.186 votos, o lulismo 12.501 e o ‘nem-nem’ 2.513.
Entre as 10 candidaturas para Assembleia Legislativa mais votadas em Gravataí, o bolsonarismo recebeu 40.959, o lulismo 22.358 e o ‘nem-nem’ 17.821.
A derrota de Marco – que era cotado para ser secretário de Estado – foi na eleição para governador.
‘Anti-Leite’, puxou uma crise estadual em seu MDB, que tinha Gabriel Souza como vice de Eduardo Leite (PSDB), ao abrir voto em favor de Onyx Lorenzoni (PL), no que depois foi seguido pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
Só que Onyx, além de perder a eleição para o Palácio Piratini, fez menos votos que Leite em Gravataí, no segundo turno.
O bolsonarista venceu em primeiro turno por 58.195 (42,79%) a 41.935 (30,83%), mas perdeu no segundo por 78.364 (55,55%) a 62.697 (44,45%).
Leite fez mais do que a soma de seus votos e as de Edegar Pretto (PT), que recebeu 27.472 votos em Gravataí, que corresponderiam a 71.598.
Para efeitos de comparação, a soma de Onyx com Luis Carlos Heinze (PP), que recebeu 2.912 votos em primeiro turno, chegou a 61.107.
Inegável é que a oposição na aldeia saiu fortalecida; nunca favorita, como já detalhei os números em Gravataí é Bolsonaro e Gravataí ‘endireitou’; como candidaturas mais votadas no primeiro turno se dividem entre Bolsonaro e Lula.
Dimas Costa (PSD), primeiro suplente à Assembleia Legislativa, que fez 17.821 votos em Gravataí, como analisei em Dimas saiu das urnas como principal nome da oposição em Gravataí, mas perdeu de novo; É o teto do ‘nem-nem’?; o ex-deputado federal Jones Martins (MDB); a vereadora Anna Beztriz da Silva (PSD); o vereador Clebes Mendes (MDB) e o ex-vereador Paulinho da Farmácia (sem partido) promoveram a festa que chamei ‘LuLeite’, no CTG Aldeia dos Anjos, na qual o ex-prefeito Daniel Bordignon (PT) deu uma passada na noite de domingo.
Ainda se colocam no campo da oposição Fernando Deadpool (União Brasil), que deve se filiar ao PSD de Dimas, e os também vereadores Thiago De Leon (PDT), que recebeu 12.365 votos a deputado estadual como reportei em Thiago De Leon foi a grande surpresa da eleição em Gravataí; E em um partido em extinção; e Paulo Silveira (PSB), 2.436 votos também à Assembleia, como tratei em Paulo Silveira foi corajoso, ou teimoso; A pomba de asas cortadas.
Há, ainda, em diferentes escalas em um ‘Inferno de Dante político’, Cláudio Ávila e Bombeiro Batista, ambos oposição, um que chamava ‘Vereador do Lula’ e outro ‘Vereador do Bolsonaro’, mas hoje sem simpatia dos Alba, de Zaffa, do Dr. Levi, de Dimas ou Bordignon; todos alvos recentes de seus ataques.
Com Patrícia na oposição aos governos Leite e Lula, resta ao grupo dos Alba, de Zaffa e Levi, entender o recado das urnas. Com suas obras e feitos, e erros, governam Gravataí desde o golpeachment contra Rita Sanco em 2011. Mas tem pela frente uma eleição para a Prefeitura, em 2024, que parecia um campeonato de pontos corridos à feição do Flamengo, dos ‘200 milhões em investimentos do Zaffa’, mas agora encontra colorados – uso a citação para fazer referência aos vermelhos – mais organizados e jogando por uma bola.
Se Gravataí ganhar 10 mil eleitores até 2024, vira uma Copa do Brasil, um ‘mata-mata’, porque teríamos segundo turno; apesar de, em 2020, Zaffa, com 51,2% dos votos, ter vencido ‘em primeiro turno’.
E, tomemos como base a eleição deste ano: qualquer lado da ferradura ideológica pode ser vítima das fake news, da mentira, que em algum momento lhe foi útil.
Fato é que Marco, o ‘Grande Eleitor’, o ‘Pelé da Política’ da aldeia, está com sua habilidade de articulação sob teste, para, como ex-toógrafo, medir o terreno político pelos (no cronômetro da política) infindáveis próximos dois anos. O governo é bem avaliado, mas não pode arriscar perder ninguém; por exemplo: uma candidatura a prefeito do Dr. Levi.
Há, ainda, a escolha entre a reeleição de Zaffa, ou a volta Marco, para não submeter o ex-prefeito ao risco de pelo menos seis anos longe das urnas.
Ao fim, o ex-prefeito resguarda-se neste momento ao silêncio. Liguei e mandei mensagem. Deixou-me no vácuo.
Mas, ‘Printe & Arquive na Nuvem’: arrisco, por informações que colhi entre os seus, que os Alba, Zaffa, Alan e outros que participaram da construção do MDB desde os anos 80 não devem deixar o partido.
E nem o MDB tem como característica expulsar alguém; ainda mais bons exemplos de governo.
Reputo a tuitada do vereador e presidente municipal Alan Vieira – que pela convivência Marco Alba carrega muito em si do que pensa aquele que chama de ‘pai político’ – revela muito.
Siga e, abaixo, abaixo, concluo.
Me cabe, dentro de minhas responsabilidades e liderança, desejar o melhor para Rio Grande e o Brasil 🇧🇷
— Alan Vieira (@alanvieira15) October 30, 2022
Olavo de Carvalho disse: “A verdadeira coragem é sempre moral. Coragem é não fugir da morte, da derrota ou da humilhação.”
Fizemos linda campanha, que venham as próximas!
Alan mostrou ser mais MDB raiz, do que bolsonarismo raiz. Se na campanha do segundo turno os Alba, Zaffa, Levi, e ele próprio, andaram por aí com alguns napoleões de hospício, o respeito ao resultado das urnas, à Constituição e ao melhor entre os piores regimes, a Democracia, segue inegociável.
Nenhum deles tem algo a ver com baderneiros de beira de estrada.
Olavo de Carvalho que descanse em paz.