Jair Bolsonaro está com o novo coronavírus, conforme exame oficial, e onde consta o nome verdadeiro do marginal. Vou tratar disso, porque vidas de fãs do ‘mito’ já foram perdidas para a COVID-19 também em Gravataí e Cachoeirinha.
Reputo marginal porque, mesmo infectado, avança às beiradas da lei. Neste caso, um marginal sanitário, que inspira teorias da conspiração porque faz propaganda da cloroquina, uma droga não aprovada, a qual obrigou o Exército a produzir toneladas, e recebeu o descarte de 2 milhões de doses dos EUA.
É necessária uma pauta para os grandes jornais: “qual médico receitou a cloroquina para um paciente que recentemente foi esfaqueado, usou bolsa de colostomia, e ainda precisa de nova cirurgia?”
Se aparecer algum profissional, seja do Dom João Becker, do Exército, do Albert Einstein, ou daqueles que validam exames para o coronavírus com nomes fakes, a questão seguinte é: “com dois comprimidos, como Bolsonaro diz ter tomado, e melhorado, o efeito já teria sido sentido em 24 horas?”
O conhecido médico Ely Magrisso, o ‘Dr. Ely’, da Morada do Vale, insuspeito porque votou no candidato a responder no Tribunal de Haia pelo genocídio de brasileiros, há de concordar com outra evidência de crime contra a saúde pública: o presidente desrespeitou as recomendações de quem está diagnosticado com a COVID-19 e colocou em risco a saúde de jornalistas que o entrevistaram, e do séquito que o cercava, quando fez o anúncio do exame que deu positivo.
O Silva seria enquadrado – e assim foram em maio dois camaradas levados à Delegacia de Polícia de Gravataí porque estavam sem máscara –Código Penal: artigo 268 (Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa) e 330 (Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa).
Por que não alertar, informar corretamente as pessoas?
Considero que, potencialmente, essa indecência de comportamento, essa politização irresponsável da doença, essas palavras letais, essa cruza de psicopatia e sadismo, já mataram também em Gravataí, Cachoeirinha e região. Sem autorização das famílias, o Seguinte: não divulga nomes de vítimas e nem de familiares ou amigos. Mas mapeei muitos casos. Infelizmente, entre as vidas perdidas, há notórios fãs do presidente, ao menos em postagens no Facebook.
Em pesquisas que fiz relativa a mortes na região, observei evidências de que alguns comportamentos do presidente influenciaram a 'exercer a liberdade' de não ficar em casa, reunir familiares e amigos para festas e fotos, participar de cultos e, talvez, por ser ‘só uma gripezinha, um resfriadinho’, até visitar familiares infectados. Enjoa-me reportar que uma das vidas perdidas tinha, entre os últimos posts, o compartilhamento de vídeo intitulado “Médico Osmar Terra diz que pandemia termina em junho”.
As palavras tem força, convencem. Com a autoridade de Presidente da República, ainda mais. Seria diferente em uma cidade que deu 7 a cada 10 votos para o mito?
Triste, muito triste.
Ou, como jornalismo é dar nome às coisas: criminoso.
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