Dr. Levi Melo (Podemos) desmente a fofoca de que vai se filiar ao PL. Conforme o prefeito em exercício, a visita do deputado federal Bibo Nunes, nesta quarta-feira, que alimentou rumores no meio político, foi apenas “institucional”.
– O deputado já repassou várias emendas para a saúde de Gravataí. Caminhou conosco nesta última eleição. Veio reafirmar o apoio ao nosso governo e colocar seu gabinete à disposição para demandas do nosso município em Brasília – disse Levi, ao Seguinte:.
O controverso parlamentar, que já tinha convidado o vice-prefeito para se filiar ao partido e concorrer a prefeito em março de 2023, refez o convite, como confirma o secretário de Governança de Gravataí, presidente municipal e também da juventude estadual do PL, José Capaverde.
– Eu ficaria feliz com a vinda dele – disse ao Seguinte:.
Detentores de mandato executivo não são alcançados pela legislação da infidelidade partidária e, portanto, em momento algum correm risco de perder o mandato ao trocar de sigla.
Reputo acerta Levi, vice-prefeito reeleito na chapa com Luiz Zaffalon (PSDB), com 64.125, 51,17% dos votos válidos.
Primeiro, porque seu Podemos saiu como uma potência das urnas gravataienses. Entre os 11 partidos da coligação GRAVATAÍ MELHOR (PRD / PODE / REPUBLICANOS / PRTB / UNIÃO / PSD / PP / NOVO / PL / PSDB / CIDADANIA), fez o maior número de votos, 14.234, mais que o PSDB do prefeito.
A votação garantiu a eleição de três vereadores: os reeleitos Dilamar Soares e Carlos Fonseca, além do ex-vereador Paulinho da Farmácia.
Os espaços no novo governo Zaffa-Levi serão correspondentes a isso.
Por maior identificação tenha com o bolsonarismo, Levi arriscava antecipar um ruído que pode ocorrer em 2026.
Acontece que o deputado federal mais votado do PL, Luciano Zucco, já é apontado como candidato a governador – e como potencial adversário de quem Eduardo Leite, do PSDB de Zaffa, apoiar para sucessão ao Palácio Piratini.
Não dá para esquecer de lembrar que, nestas eleições municipais, Leite, em seu ‘nem-nem’, também fez o enfrentamento ao bolsonarismo. Inclusive em sua terra natal, Pelotas, onde seu apoio no segundo turno foi fundamental para o PT vencer o PL.
E não às escondidas. Na GloboNews.
Ao fim, e principalmente, na preparação para a largada de um novo governo – período de inevitável estresse, já que sempre alguém se perceberá prejudicado na distribuição do poder – livra-se Levi de ser usado na maluquice que é a disputa interna no PL gaúcho, onde o inimigo de ontem é o amigo de hoje; e amanhã ninguém sabe.
Inegável é que a filiação do popularíssimo médico, potencial sucessor de Zaffa na quarta economia gaúcha, seria arminha usada na guerra interna que experimentam os capos bolsonaristas no Rio Grande do Sul. Ainda é manhã, no novo governo, para, como em O Bêbado e o Equilibrista, a tarde cair como um viaduto sobre Levi.