Mais de cinco mil amostras de larvas de mosquitos – na realidade 5.208 – foram coletadas em Gravataí durante o ano passado. O número é da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) acrescentando que, do total, 1.947 eram mesmo do mosquito da dengue.
E de acordo com protocolo do Ministério da Saúde, o município se encontra, atualmente, em estado de infestação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
O problema acentua-se nos dias mais quentes e principalmente nesta época de verão, quando a reprodução dos mosquitos é maior. Em Gravataí, em 2016, foram encontradas larvas do Aedes em praticamente todos os bairros e vilas da cidade.
Ação do comitê
Com a finalidade de orientar a população sobre como evitar a proliferação dos mosquitos transmissores, desde 24 de fevereiro do ano passado o município tem o Comitê de Combate ao Mosquito.
Os biólogos, veterinários, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, médicos, agentes de combate e endemias, agentes comunitários de saúde, entre outros, desenvolvem ações preventivas durante todo o ano.
Os agentes são treinados para orientar os moradores a combater focos de água parada, como pneus, garrafas, vasos de planta e caixas d'água sem tampa. O Comitê é presidido pelo prefeito interino Nadir Rocha e coordenado pelo secretário da Saúde, Laone Pinedo.
: Na fase adulta o Aedes aegypti pode ser um transmissor durante toda sua vida, de 45 dias aproximadamente
Multiplicadores
O prefeito interino Nadir Rocha disse entender como importante para as ações de prevenção e controle do mosquito a existência de um comitê composto pelo poder público e pela sociedade civil organizada.
Já o secretário da Saúde destaca a importância de, além de realizar vistorias nas residências, educar a população para prevenir as doenças.
— O objetivo é formar multiplicadores da ideia. A forma mais eficaz de combater o Aedes é sensibilizar e envolver a comunidade nas ações — reforçou Laone.
O secretário disse:
"A recepção aos agentes nas residências é muito significativa porque a população sabe do papel da prevenção"
Dengue
O Brasil registrou, até 10 de dezembro passado, 1.487.673 casos de dengue. As regiões Sudeste e Nordeste apresentam os maiores números, com 855.425 casos e 323.558 registros, respectivamente. Em seguida estão Centro-Oeste (197.033), Sul (73.196) e Norte (38.461).
Zika
Quanto às infecções pelo zika, foram registrados 211.770 casos prováveis até a mesma data, o que representa uma taxa de incidência de 103,6 casos a cada 100 mil habitantes.
A transmissão autóctone do vírus foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial no município de Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos de zika em fevereiro de 2016.
A Região Sudeste teve 90.625 casos prováveis da doença, seguida do Nordeste (75.733); Centro-Oeste (31.707); Norte (12.749); e Sul (956). Considerando a proporção por habitantes, o Centro-Oeste teve 205,3 casos/100 mil habitantes.
Chikungunya
E foram notificados 263.598 casos prováveis de chikungunya, com 159 óbitos causados pela doença nos estados de Pernambuco (54), Paraíba (32), Rio Grande do Norte (25), Ceará (21), Rio de Janeiro (9), Alagoas (6), Bahia (4), Maranhão (5), Piauí (1), Sergipe (1) e Distrito Federal (1).
Para denunciar
As suspeitas de infestações devem ser encaminhadas ao comitê pelo telefone 0800 500 2015, ou 3600.7740.
E diante de sintomas de dengue, zika, ou chikungunya, a orientação é procurar um médico ou a unidade de saúde do bairro.