cura espiritual

O gravataiense que viu o médium operar; Marlon Santos palestra em Gravataí segunda

Médium e político palestra em Gravataí nesta segunda

Marlon Santos, o famoso médium que preside a Assembleia Legislativa gaúcha apresenta em Gravataí a palestra 'Cirurgia espiritual e seus propósitos', com entrada gratuita na próxima segunda, 4, às 19h, no CTG Aldeia dos Anjos (Adolfo Inácio de Barcelos, 1553, Centro).

O jornalista Andreo Fischer, de Gravataí, acompanhou um dia de cirurgias do curandeiro em seu centro mediúnico em Cachoeira do Sul, e manda para o Seguinte: o relato 'Centro Mediúnico Marlon Santos: da cura ao empreendedorismo'.

Siga o testemunho e confira as imagens na galeria ao fim do artigo.

 

LEIA TAMBÉM

Uma hora com o médium que preside a Assembleia

 

A cidade é Cachoeira do Sul e o bairro é Volta da Charqueada. O município, a 200 quilômetros de Gravataí, que já foi conhecido como a Capital Nacional do Arroz, é um dos mais antigos do Rio Grande do Sul e, todo sábado, recebe um enorme número de carros e caravanas de todas as partes do estado com pessoas em busca da cura de seus males no Centro Mediúnico Marlon Santos.

Ex-vereador e ex-prefeito de Cachoeira, hoje com 42 anos, médium aos finais de semana e deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa nos dias úteis, começou a ficar conhecido internacionalmente por seus poderes mediúnicos aos 22 anos.

Contarei um pouco do que testemunhei há uma semana, no sábado, 25.

Ao chegar à rodoviária de Cachoeira do Sul e pedir informações sobre onde encontrar Marlon Santos, ninguém teve dificuldade em dizer qual ônibus pegar e onde desembarcar na estrada da Volta da Charqueada.

– Ah, tu queres ir até o Marlon Santos? – o motorista já perguntou, logo na saída do trajeto de não mais de 15 minutos.

Pois bem. Chegando lá, além da proposta espiritual apresentada, observei muitos exemplos de empreendedorismo no complexo do centro mediúnico, como pousada, bancas de rapaduras e roupas e lancheria.

O próprio Centro oferecia espaços para carros e ônibus das caravanas – realmente vindas de diferentes locais do RS, do país e até da Argentina e Uruguai. Inclusive um imponente Camaro amarelo, com placas de Cachoeirinha, ilustrava a busca, também de pessoas com conforto material, pelas curas do Dr. Richard Dwannes Stan, médico alemão da II Guerra que Marlon diz incorporar.

– Pessoas sentadas na grana também sofrem. Procuram diferentes médicos para resolver seus problemas e, quando não conseguem alívio na medicina tradicional, acabam aqui em busca de uma esperança – comentou comigo um trabalhador do Centro.

Simpáticos cães, alguns filhotes, circulavam livremente no pátio, também em um silêncio preservado por placas de alerta colocadas dentro e fora do prédio: “Quem conversa perturba Dr. Richard e sua equipe de médicos espirituais e interrompe os trabalhos de cirurgias e curas”. Num salão lotado, pessoas em estado de meditação aguardavam o atendimento com o médium, em casos de cirurgia física, ou com os médicos espirituais em caso de males que não precisem cirurgia.

Nada de barulho.

Quando as conversas no salão sobem de tom, alguém da equipe de trabalhadores pega uma placa, na qual está escrito "silêncio", e sai em meio à multidão exibindo-a e pedindo a contribuição de todos.

Para entrar e sair do salão, só com uma ficha azul. Ela atesta que o paciente chegou ao Centro Mediúnico às 5h45 para a distribuição de senhas, assistiu a uma palestra na parte da manhã e está apto a fazer a cirurgia na parte da tarde.

Sem a ficha azul, só com autorização de alguém da administração do Centro.

A porta principal de acesso tem um quiosque para venda de água mineral e sucos engarrafados a preços acessíveis, de R$ 2,50 e R$ 4,00, cujo lucro reverte para a casa, que é da família de Marlon Santos.

Espalhados pela parte interna e externa do salão, cinco monitores exibem vídeos com a rotina de cirurgias do Dr. Richard, prendendo a atenção de quem espera atendimento.

Os trabalhadores do Centro, enquanto circulavam e se comunicavam uns com os outros, não hesitavam em abordar um paciente para saber os motivos da visita. Como aconteceu comigo, um visitante solitário que chegou lá só às 14h. Perguntaram de onde eu vinha, se tinha assistido a palestra. Em seguida, explicaram como tudo funcionava. Integrantes de caravanas já chegavam ao salão com uma espécie de crachá com o nome da cidade de origem.

Antes das operações começarem, o Dr. Richard parecia meditar, ao som de uma relaxante música ambiente, movendo-se calmamente pelo salão e em direção ao anexo onde estavam os pacientes já deitados em macas.

Foi aí que sobrou para mim:

– Tu tens uma energia muito forte. Quero que participe da cirurgia que o Dr. Richard está fazendo e passe um pouco dessa energia para ele – disse-se uma das pessoas da equipe do Centro.

Nos cinco minutos que fiquei a seu lado, até educadamente um colaborador me pedir para sair por eu ter sacado o celular e começado a filmar, Marlon Santos, já como Dr. Richard, fazia incisões na perna de uma mulher. Ela não demonstrava sentir os cortes, nem quando o sangue brotava.

Simplesmente impressionante!

O outro tipo de cirurgia oferecida é a espiritual, onde os pacientes deitam em uma de várias macas para descansar e relaxar a mente, explicam. Após certo tempo, são encaminhados a uma sala e orientados a não comer alimentos pesados, como feijão e carne vermelha, e a não beber nada de álcool e mesmo café ou chimarrão.

Sexo ou esforços físicos, também não.

Pelo menos por três dias de repouso.

A recomendação é nunca suspender medicações dadas pela medicina tradicional.

E voltar em 30 dias ao Centro Mediúnico para relatar a evolução do tratamento.

Os pacientes também são informados que serão alcançados por uma cirurgia a distância. No dia e hora determinados, é recomendado o uso de roupas brancas, além de repousar ao lado da cama uma jarra com água.

O próprio Dr. Richard é quem fará a cirurgia, garantem.

Saí de lá após cinco horas, com o sentimento de que o Centro Mediúnico é um lugar de paz, de conexão com boas energias e cuidado por pessoas bastante atenciosas e que aparentam verdadeira preocupação com os visitantes.

Não foi possível confirmar, mas as informações são de que cerca de 1.500 pessoas ajudam no Centro, em sistema de rodízio, a cada sábado. E, entre as quase 3 mil pessoas que estavam lá naquele sábado, calculo que havia mesmo mais de 300 colaboradores.

Marlon Santos não cobra nada pelo atendimento do Dr. Richard.

É feita apenas uma sugestão de compra de um livro do médium, para ajudar nas despesas da casa. Custa R$ 15,00.

– Mas não é uma obrigação – logo dizem.

Marlon já foi denunciado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremers), investigado pelo Ministério Público e preso pela Polícia Civil por exercício ilegal da Medicina, antes de assegurar a retomada do atendimento como Dr. Richard, invocando a liberdade religiosa que está na Constituição.

O que vi por lá, tem meu respeito.

Senti, junto, uma grande conexão de fé.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade