política

O papel de Marco Alba para vinda da Santa Casa e a garantia do SUS no hospital de Gravataí

Marco Alba em 2018 quando Santa Casa assumiu Hospital Dom João Becker

Personagem fundamental para a ‘grife’ Santa Casa administrar o Dom João Becker e, poucos sabem, por ainda termos um hospital com atendimento pelo SUS em Gravataí, assistiu quietinho a cerimônia de início da obra da nova Emergência, o que o Seguinte: reportou em texto e vídeo em A Santa Casa chegou em Gravataí: nova Emergência, UTI e um segundo hospital; A obra começou. Se não discursou, nem foi chamado para a foto de descerramento ou recebeu uma das placas distribuídas na quarta-feira, faço a reparação histórica, jornalística. Falo sobre o ex-prefeito Marco Alba.

Em 2018 as irmãs da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria já tinham oficializada proposta de grupo paulista para compra o HDJB. Gravataí não teria mais atendimento pelo SUS. Joana Guedini e as outras irmãs adiaram o negócio o quanto podiam, enquanto rezavam para Bárbara Maix. Queriam manter o atendimento de mais de meio século à comunidade no hospital onde Dom João Becker trabalhou.

O interesse da Santa Casa de Misericórdia aconteceu após Ricardo Englert, diretor financeiro naquele 2018, conversar com o então prefeito Marco Alba, que fora seu colega no governo Yeda Crusius (2007-2010), ele como secretário de Planejamento e o gravataiense como secretário de Habitação e Saneamento.

Em março, em uma reunião em Porto Alegre, que além de Marco tem como testemunhas o então vice Áureo Tedesco e os secretários Jean Torman (Saúde) e Davi Severgnini (Fazenda), a direção da Santa Casa manifestou interesse, mas pediu acesso aos números de procedimentos SUS para projetar se poderia aplicar em Gravataí seu modelo de gestão de atender com excelência o paciente da chegada ao hospital até a alta.

De posse do levantamento feito pelo secretário Jean Torman, a direção da Santa Casa entregou carta demonstrando desequilíbrio contratual de R$ 10 milhões no sistema SUS. Propôs um reajuste no contrato não para dar lucro, mas ao menos para “empatar” o atendimento gratuito. Para efeitos de comparação, o déficit correspondia a duas folhas de pagamento do hospital.

Marco Alba foi a Brasília buscar a liberação de recursos para viabilizar o negócio. Não conseguiu. Então determinou um ajuste no orçamento da Saúde e, no final de julho, comunicou à Santa Casa que usaria recursos próprios da Prefeitura para garantir o negócio, que atendia as preces das irmãs do Imaculado Coração de Maria.

O então prefeito garantiu R$ 10 milhões a mais em um contrato anual que era de R$ 40 milhões para garantir 60% dos leitos exclusivos para pacientes do SUS.

O negócio foi fechado como doação onerosa da Congregação das irmãs para a Santa Casa. É um modelo de negócio no qual o donatário, para ter direito ao bem doado, deve cumprir a contraprestação imposta pelo doador. Não se trata de uma negociação de compra e venda do imóvel, mas uma negociação com formato diferente de ressarcimento. O compromisso da Santa Casa foi assumir a assistência à saúde das religiosas por um prazo de 20 anos em troca do hospital.

Ao fim, goste-se ou não dele ou de seus governos, associe-se ou não ao mesmo lado – ou centro – da ferradura ideológica que ele, são os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: a história, para além dos cerimoniais do dia, registra que Marco Alba teve papel fundamental na vinda da ‘grife’ Santa Casa para Gravataí, assim como teve também na nova UTI que será inaugurada em dezembro, cujos leitos e respiradores serão aqueles instalados por ele durante a pandemia.

Poderia ter usado os R$ 10 milhões em asfalto, o que dá mais votos,e empurrar para o governo do Estado o atendimento de quase 1 milhão de pessoas da região que usam o Dom João Becker, mas optou por garantir um hospital SUS em Gravataí e com a excelência de um dos maiores grupos do país, o que, mesmo que haja inclusive a projeção de um novo hospital, como antecipei em Gravataí terá ’novo hospital’; Santa Casa projeta complexo hospitalar no entorno do Becker, ainda não é bem percebido pela comunidade.

 

Assista como foi início de obras da nova Emergência

 

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O que está sendo feito para melhorar atendimento no Becker; O único hospital de Gravataí, o ’câncer’ e a ’cura’

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