crise do coronavírus

O pedido do delegado da corrupção à CPI do Hospital de Campanha

Hospital de Campanha de Cachoeirinha funciona no ginásio municipal da Fátima

O delegado Marcus Vinicius da Silva Viafore, da Divisão de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil gaúcha, pediu cópia de informações levantadas pela CPI do Hospital de Campanha de Cachoeirinha.

Como tratei nos artigos Hospital de Campanha de Cachoeirinha é notícia ruim mais uma vez – em que o interesse de médicos ligados ao Simers parece ter levado a polêmica ao RBS Notícias – e Quer denúncia sobre o Hospital de Campanha de Cachoeirinha? Vai no OLX – onde analiso o parecer do TCE que pesquisou respiradores no OLX, não é fetiche por ser do contra, e sim por uma tara pelo cui bono, ou “a quem beneficia?”, que às vezes ajo como (para alguns) ‘teórico da conspiração’ quando se trata de ações da Polícia e da Justiça – e seus efeitos sobre os políticos – em anos eleitorais.

Não é torcida ou secação. É o que recomenda (ao menos aos jornalistas que não são distribuidores de releases do judiciário) a observação dos comportamentos, delações e vazamentos dessa ‘juristocracia’ brasileira, que anda decidindo eleições país afora, não só em colegiados de tribunais, mas inclusive em decisões monocráticas.

É por isso que, apesar de desconfiado, espero que o pedido do delegado seja baseado somente na técnica, e não em relações com colegas que são políticos em Cachoeirinha, como o vereador Marco Barbosa, inspetor da Polícia Civil, e o delegado aposentado João Paulo Martins, candidato a prefeito, ambos do PP, críticos e sócios nas denúncias de irregularidades no Hospital de Campanha.

Alguém com dois neurônios, e pensamento binário, já pode gritar: “você é contra o combate à corrupção!”. Não. Gosto da ideia do devido processo legal aplicado a mim, à minha mãe e também aos meus desafetos, se necessário, até porque não há a garantia de uma coisa sem a outra.

Se há indícios de irregularidades, que se investigue para levantar evidências, a denúncia seja feita, o direito a ampla defesa seja garantido, o julgamento aconteça e, se as provas forem para além da convicção, os culpados paguem suas penas.

O que estranho é o delegado, às vésperas do período eleitoral, pedir informações a uma CPI que recém começou e um telefonema bastaria para saber que não tem como colaborar com nada a mais do que o relatório já concluído pelo Tribunal de Contas do Estado, e referi no artigo ‘OLX’.

Ao fim, está lá, o pedido de informações do delegado que comanda o órgão com o pomposo nome de “Divisão de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil” devidamente viralizado no Grande Tribunal das Redes Sociais, aquele onde, aos políticos, resta somente a presunção de culpa, e pesquisa de preço no OLX vira prova de ‘Covidão’.

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