O raio-x das bancadas após o fechamento da janela de transferência partidária mostra que os prefeitos de Gravataí, Marco Alba (MDB), e de Cachoeirinha, Miki Breier (PSB), mantiveram maiorias nas Câmara de Vereadores.
Marco tem 14 em 21, o que lhe garante quórum qualificado e dificulta qualquer movimento de parlamentares para reprovar suas contas e ameaçá-lo de ficar inelegível.
Miki tem 9 de 17, uma maioria simples, que também complica a obsessão da oposição por cassá-lo, como mostra a história recente, com o golpeachment fracassado, e duas CPIs amalucadas – uma ainda em curso e trancando a pauta da Câmara.
Siga como foi o troca-troca de quem tem mandato em ordem alfabética e, ao fim, comento, analisando também os reflexos na eleição de 2020 – se tivermos eleição.
GRAVATAÍ
As trocas e permanências
: Airton Leal saiu do PV e se filiou ao MDB. Fica na base do governo.
: Alan Vieira ficou no MDB e na base no governo.
: Alex Peixe saiu do PDT e se filiou no PTB. Troca a oposição pela base do governo.
: Alex Tavares ficou no MDB e na base do governo.
: Bombeiro Batista ficou no PSD, oposição.
: Carlos Fonseca ficou no PSB, hoje oposição, em questão dias base do governo.
: Clebes Mendes ficou no MDB e na base do governo.
: Demétrio Tafras saiu do PDT e se filiou ao PSDB. Trocou oposição para base do governo.
: Dilamar Soares trocou o PSD pelo PDT e segue na oposição.
: Dimas Costa ficou no PSD e na oposição.
: Evandro Soares ficou no DEM mas trocou o governo pela oposição.
: Fábio Ávila seguiu no Republicanos e na base do governo.
: Jô da Farmácia trocou o PTB pelo PSD e o governo pela oposição.
: Mario Peres seguiu no PSDB, base do governo.
: Nadir Rocha ficou no MDB e na base do governo.
: Neri Facin seguiu no PSDB, base do governo.
: Paulinho da Farmácia continou no MDB e na base do governo.
: Paulo Silveira ficou no PSB, hoje oposição, em questão dias base do governo.
: Roberto Andrade seguiu no Progressistas e na base do governo.
: Rosane Bordignon ficou no PDT e na oposição.
: Wagner Padilha trocou o PSB pelo PDT e segue na oposição.
Como ficaram as bancadas
: MDB: 6, ganhou 1. Hoje tem Airton Leal, Alan Vieira, Alex Tavares, Clebes Mendes, Nadir Rocha e Paulinho da Farmácia.
: PSD: 3, perdeu mas e ganhou um. Hoje tem Bombeiro Batista, Dimas Costa e Jô da Farmácia.
: PDT: 3, perdeu dois, mas ganhou 2. Hoje tem Dilamar Soares, Rosane Bordignon e Wagner Padilha.
: PSDB: 3, ganhou um. Hoje tem Demétrio Tafras, Mario Peres e Neri Facin.
: PSB: 2, perdeu um. Hoje tem Carlos Fonseca e Paulo Silveira.
: PTB: 1, perdeu um. Hoje tem Alex Peixe.
: DEM: 1. Tem Evandro Soares.
: Republicanos: 1. Tem Fábio Ávila.
: Progressistas: 1: Tem Roberto Andrade.
: PV: 0, perdeu um.
O exército de cada um
Em Gravataí, além dos 14 vereadores, o candidato à sucessão de Marco Alba terá apoio de pelo menos 7 partidos. Deles, apenas um sem vereador, o PSL. É um potencial exército de 224 candidatos pedindo votos nas ruas, já que não já mais coligação proporcional e cada partido pode lançar 32 candidatos.
‘Grande Jardineiro’ da política, entre a poda e a rega, Marco Alba teve influência na montagem das nominatas de quase todos os partidos de sua aliança.
Dimas Costa, candidato de oposição à Prefeitura pelo PSD, tem 4 vereadores e pelo menos 4 partidos, dois deles sem vereador: PV e Solidariedade. O exército deve ser de 128 candidatos.
Anabel Lorenzi, também candidata pela oposição, terá três vereadores e até o momento dois partidos, um deles, o Avante, sem vereador. O exército seria de 64 candidatos.
O tamanho da coligação também permite projetar o poderio financeiro da campanha, já que neste ano o financiamento é público, pelo fundo eleitoral repassado pelas direções nacionais e estaduais para as candidaturas municipais.
O limite de gastos nas campanhas para Prefeitura é de meio milhão e para Câmara R$ 50 mil.
As variáveis
Em Gravataí, Jones Martins ficou no MDB. O ex-deputado federal deve disputar uma prévia com Luiz Zaffalon – ou alguma surpresa que o prefeito Marco Alba apresente fazendo a oposição, e aliados inclusive, girarem as cabeças da aldeia à Maputo.
Um das principais variáveis é o comportamento de Jones. Fora da eleição, vai pegar junto ou conspirar contra o candidato do governo? Próximos a ele estão os vereadores Clebes Mendes, Nadir Rocha, Paulinho da Farmácia, do MDB, além de Demétrio Tafras, do PSDB.
A favor da candidatura do governo está a popularidade do prefeito e a aprovação das medidas de enfrentamento à crise do coronavírus, como mostramos em EXCLUSIVO | Pesquisa mostra que Gravataí aprova medidas de Marco Alba.
É posssível também incluir o 'fato Dr. Levi', já que o médico aparecia como um dos favoritos na disputa pela Prefeitura mas desistiu de concorrer e vai apoiar o candidato de Marco Alba.
Em relação à candidatura de Dimas a expectativa é pela confirmação de Evandro Sores como vice, frente ao crescimento da influência de Cláudio Ávila, como tratei em Cláudio Ávila deu um 1º de abril em Bordignon; o habeas corpus, e a assimilação da perda de um aliado para o governo, como tratei em Peixe troca Dimas pelo governo Marco Alba; o motorista e o jardineiro.
Para candidatura de Anabel a variável é o tamanho da força de Daniel Bordignon como ‘O Grande Eleitor’. Com poucos candidatos a vereador para pedir voto, a aposta parece ser mais uma vez no ‘homi na kombi’, expressão que criei para o histórico do ex-prefeito rodar a cidade pedindo votos em cima de um carro de som.
Correndo por fora tem Claiton Manfro e seu organizado PL. Por enquanto, é candidato e tem uma nominata de 32 candidatos já em pré-campanha.
CACHOEIRINHA
As trocas e permanências
: Alcides Gattini trocou o MDB pelo PTB e confirmou estar na oposição.
: Brinaldo Mesquita ficou no MDB e na base do governo.
: Cristian Wasem permaneceu no MDB e na base do governo.
: Deoclécio Mello permaneceu no Solidariedade e na base do governo.
: Duda Keller trocou o Republicanos pelo Cidadania e confirmou estar na oposição.
: Edison Cordeiro permaneceu no Republicanos e confirmou estar na oposição.
: Felisberto Xavier trocou o PV pelo PSD e permanece na base do governo.
: Fernando Medeiros seguiu no PDT e na base do governo.
: Ibaru Rodrigues trocou o PSB pelo Republicanos e confirmou estar na oposição.
: Jack Ritter trocou o PSB pelo Cidadania e confirmou estar na oposição.
: Joaquim Fortunato ficou no PSB e na base do governo.
: Jussara Caçapava seguiu no PSB e na base do governo.
: Marco Barbosa trocou o PSB pelo Progressistas e confirmou estar na oposição.
: Manuel D’ Ávila trocou o PDT pelo PV e permanece na base do governo.
: Nelson Martini seguiu no PTB e confirmou estar na oposição.
: Paulinho da Farmácia continuou no PDT e na base do governo.
: Rubens Otávio trocou o MDB pelo PSL e confirmou estar na oposição.
Como ficaram as bancadas
: PSB: 2, perdeu 3. Hoje tem Joaquim Fortunato e Jussara Caçapava.
: MDB: 2, perdeu 2. Hoje tem Brinaldo Mesquista e Cristian Wasem.
: PDT: 2, perdeu um. Hoje tem Fernando Medeiros e Paulinho da Farmácia.
: PRB: 2, perdeu um, ganhou um. Hoje tem Edison Cordeiro e Ibaru Rodrigues.
: PTB: 2, ganhou um. Hoje tem Alcides Gattini e Nelson Martini.
: Cidadania: 2, não tinha nenhum. Hoje tem Duda Keller e Jack Ritter.
: PSL: 1, não tinha nenhum. Hoje tem Rubens Otávio.
: Solidariedade: 1, manteve Deoclécio Melo.
: Progressistas: 1, não tinha nenhum. Hoje tem Marco Barbosa.
: PV: 1, perdeu um, ganhou outro. Hoje tem Manuel D ´Ávila.
: PSD: 1, não tinha nenhum. Hoje tem Felisberto Xavier.
O exército de cada um
Em Cachoeirinha, além dos nove vereadores, a reeleição de Miki tem apoio de pelo menos 7 partidos, apenas um deles, o Avante, sem vereadores. O potencial exército é de 182 candidatos à Câmara pedindo votos na campanha.
A candidatura de Jeferson Lazzarotto não tem vereadores, mas reúne 3 partidos (PT, PCdoB e PSOL), o que permite projetar um exército de 78 candidatos.
A candidatura de João Paulo Martins tem um vereador e, por enquanto, a sustentação apenas do PP. Teria um pelotão de 26 candidatos.
A candidatura de Antônio Teixeira não tem vereadores e até agora apenas a Rede, com 26 candidatos.
A incógnita é a ‘Situação B’, que ainda não definiu candidatura e reúne 7 vereadores de PTB, Republicanos, Cidadania e PSL. Seriam quatro partidos e um exército de 104 candidatos.
O tamanho da coligação também permite projetar o poderia financeiro da campanha, já que neste ano o financiamento é público, pelo fundo eleitoral repassado pelas direções nacionais e estaduais para as candidaturas municipais.
O limite de gastos nas campanhas para Prefeitura é de R$ 300 mil e para Câmara R$ 30 mil.
As variáveis
Em Cachoeirinha, a grande incógnita é o tamanho do apoio do ex-prefeito José Stédile à reeleição de Miki.
Fator importante foi a permanência de Vicente Pires no PSB. O ex-prefeito, que chegou a colocar seu afilhado político Ibaru Rodrigues no Republicanos, era cotado para ser o candidato à Prefeitura em um frentão da ‘Situação B’.
A candidatura de João Paulo também é uma incerteza. Mesmo que Cachoeirinha tenha dado 7 a cada 10 votos para Jair Bolsonaro, o comportamento ‘napoleão de hospício’ do ‘mito’ frente à pandemia da COVID-19 tem feito o bolsonarismo perder popularidade.
Na ‘Situação B’, as diferenças ideológicas e vontades pessoais fazem do grupo uma espécie de ‘A Fazenda’, que dificilmente chegará sem algum eliminado até a eleição.
Outra variável é a divisão da oposição de ‘centro esquerda’. Antônio Teixeira e Jeferson Lazzaroto repetem 2016, lançando candidaturas.
Ao fim, para Gravataí, Cachoeirinha e o Brasil inteiro a grande incerteza é: teremos ou não eleições? Certamente se houver uma ‘carreata de corpos’, não.