PT escolhe Valter Amaral para concorre r a prefeitura representando o legado o partido na primeira eleição longe de Daniel Bordignon
– Não seremos os marcadores do Bordignon. Seremos o PT. Muito do que foi feito nessa cidade tem a nossa marca. É isso que somos – diz Alex Borba, ex-secretário da Fazenda de Gravataí, um dos homens que fala pelo partido.
Um partido que vive uma nova fase.
Entre o final de março e os primeiros dias de abril, o PT passou pelo inferno. Perdeu toda a bancada eleita em 2012 – Dimas Costa e Alemão da Kipão foram para o PSD; Carlito Nicolait, para o PSB; e Alex Peixe, para mo PDT. Candidatos a vereador desistiram. Alguns trocaram de partido. Outros que pensavam em filiar-se, não apareceram.
O PT tentou até o último minuto mas não conseguiu segurar sua maior liderança local, Daniel Bordignon, que lhe prometia novamente o protagonismo da eleição. Foi para o PDT.
– Os valorosos companheiros que ficaram, e foram muitos, vão manter a nossa bandeira erguida – garante o presidente do partido, José Melo, militante da agricultura familiar, ele próprio símbolo da nova etapa do partido na cidade.
A etapa da cabeça erguida.
Diretório do PT decidiu pelo nome de Valter há duas semanas
PT tem candidato: Valter Amaral
Aos que pensam que o PT lamberá feridas em 2016, o partido manda recado: não pretende perder tempo chorando saídas. Inevitáveis saídas, considera. O tamanho da crise no centro do governo Dilma Rousseff afastou muita gente – mas muita gente ficou, também.
– Os que ficam são mais importantes do que os que foram – diz Melo.
E os que ficaram, em recente reunião do renovado diretório municipal, escolheram Valter Amaral como candidato a prefeito do PT em 2016. Valter é professor de História, um dos fundadores e ex-presidente do Sindicato dos Professores de Gravataí. Assumiu a Secretaria de Educação no primeiro governo de Bordignon, na segunda metade dos anos 90. Concorreu a vereador duas vezes, mas só ficou na suplência.
Também foi secretário de Planejamento e chefe de gabinete de Sérgio Stasinski. E presidente do IPAG na gestão de Rita Sanco.
Ligado à corrente interna Esquerda Democrática, apoiou nomes do como o do ex-deputado estadual Flávio Koutzii e Henrique Fontana, deputado federal. Atualmente, é ligado politicamente à ex-prefeita de Alvorada, Stella Farias, que de quem foi assessor na Assembleia Legislativa.
Hoje, Valter está na sala de aula.
– Trabalha 60 horas, manhã tarde e noite – conta Alex Borba.
No final de julho, após a convenção homologar a decisão do diretório sobre sua candidatura, Valter poderá se licenciar para concorrer a cargo eletivo. É o tempo que terá para campanha. Por enquanto, nem para entrevistas ele para: o Seguinte: tentou agendar uma conversa com Valter desde a última quinta-feira, sem sucesso.
– Sabemos o quanto difícil será essa eleição. Nossa meta é representar bem o partido e fazer bancada – define Melo.
Bordignon: nem contra, nem a favor
Na fase ‘de cabeça erguida’, o PT pretende deixar de lado eventuais mágoas contra Daniel Bordignon e sua recente parceria com Cláudio Ávila, o algoz do partido na cassação da ex-prefeita Rita Sanco. Mas também não vai tirá-lo para compadre.
– Ele escolheu o caminho dele, nós seguimos o nosso – resume Alex Borba.
Das lideranças petistas ouvidas pelo Seguinte:, a vontade predominante é não deixar fazer da ausência de Bordignon o tom da campanha do PT. Nem ser atraído pelo canto da sereia que é a unidade da oposição.
Juventude com força
Entre os que ficaram no PT, a Juventude do partido é a que mais está disposta a enfrentar às ruas e os desafios da eleição. Alguns pela primeira vez. Outros, já ‘veteranos’.
– A gente tem uma turma boa, eles se reúnem, estão dispostos a ajudar como puderem. Fazendo material ou segurando a bandeira – conta Melo.
Será maior força do partido depois dos candidatos a vereador.
Alianças são o ‘futuro incerto’
As atenções da direção petista, agora, estão voltadas para a preparação da campanha e as eventuais parcerias para eleição – até a indicação de um candidato a vice, por exemplo.
– A gente tinha uma conversa com o PCdoB, que parou quando eles anunciaram apoio ao Bordignon – confidencia Melo.
No horizonte, o sonho é o PSol – mesmo que o partido tenha definido não coligar com o PT e precise das candidaturas na região metropolitana para impulsionar Luciana Genro na capital.
– Já temos uns 20 dispostos a concorrer. Vamos trabalhar para chegar aos 32 que a legislação prevê, de repente, coligados – contabilizar o presidente petista.