crise do coronavírus

O que há de verdade na ’morte por COVID 19’ no vizinho de Gravataí

Foto WILSON DIAS | Agência Brasil

Os 17 quilômetros, ou 20 minutos que separam Gravataí do município vizinho Viamão não existem quando se trata da cultura do boato e da disseminação de fake news no Grande Tribunal das Redes Sociais. Siga semelhanças no artigo publicado no Diário de Viamão pelo jornalista Cristiano Abreu

 

A manhã de feriado foi agitada em Viamão. Teve até quem desistiu de furar a quarentena e ficou em casa (menos mal). Nas redes sociais, a agitação beirava a histeria. O whatsapp do Diário de Viamão não parava. Todos buscavam saber sobre a primeira morte por coronavírius no município.

Calma que eu explico:

Antes que a cidade inteira entre em pânico, afirmo que bastou um telefonema para desfazer o boato. Checagem simples e básica antes de qualquer publicação. Regra do bom jornalismo. 

Vamos à versão oficial dos fatos:

Na noite/madrugada de ontem (20), horas depois da confirmação de que uma moradora de Viamão está internada com covid-19 no hospital da cidade (o 18º caso positivo), ocorreu o óbito de uma paciente instituição (preservarei a identidade dela e dos familiares por questões óbvias). E como a cultura do boato é forte por aqui, a notícia que se espalhou dava conta de que se tratava da idosa infectada pelo vírus.

Na manhã desta terça-feira, tanto o secretário da Saúde, José Ricardo Agliardi, quanto a coordernadora do Comitê de Operações de Emergência em Saúde (COE), Maria Letícia Ikeda, foram catergóricos em afirmar que não se trata da mesma pessoa, ou seja, Viamão não tem até a tarde de hoje (21) nenhuma morte causada em decorrência do contágio do coronavírus.

Essa tradição oral do viamonense seria útil se fosse usada para o bem. De boca em boca, a mensagem do #FiqueEmCasa se propagaria e estaríamos mais protegidos, mas não, é o contrário que acontece. O que é notícia, aconteceu mesmo, é frequentemente atacado, volta e meia questionam os números oficias – os mesmos que repassamos à comunidade local de forma séria e transparente.

Seguindo essa missão, reforço o pedido feito pela Maria Letícia Ikeda: respeitem o isolamento e só saia de casa em extrema necessidade. Como ela alertou e o Diário tratou na reportagem Quem são os 18 infectados com a covid-19 em Viamão: o perfil dos casos e o alerta das autoridades em Saúde, até aqui, por competência ou sorte, nenhum caso local é considerado grave. Mas diante da capacidade atual de atendimento da UTI do Hospital Viamão, com 15 leitos, se o crescimento da curva de contágio se manter como nos últimos dias, o sistema local pode entrar em colapso.

– Nosso hospital ainda dá conta porque o número de casos é baixo. Se a velocidade atual se manter, conseguiremos responder bem, mas a expectativa é de que tenhamos aumento expressivo das infecções. Então, sem ampliar a rede, teremos muita dificuldade de resposta – afirma Letícia Ikeda.

Não é palavra de jornalista, é conhecimento de especialista em Saúde.

No fim, o que há de verdade sobre a "morte por covid-19 em Viamão" é que o pânico visto nas redes poderia servir para para que a massa se conscientize. Pode ser que o dia do verdadeiro primeiro óbito chegue. Aí vai ser hora de levar essa doença a sério.

Mais uma vez: #FiqueEmCasa.

 

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