Esta experiência de estar vivenciando a vida do que acontece na beira do Rio Gravataí tem me trazido agradáveis surpresas. Uma delas é ter me aproximado do quilombo existente no município de Viamão, às margens do rio.
A APN-VG já fez um filme chamado Olhos de Hortência, contando um pouco da história deste local que guarda, na memória dos que ali vivem, o saudosismo de um período que não deve ser esquecido para que não aconteça mais. Período este em que homens escravizavam homens.
Estamos construindo as condições com a associação de moradores do quilombo para incluirmos o lugar em nossas viagens técnicas com o barco-escola Rio Limpo, as visitas guiadas.
Esperamos, desta forma, ajudar a manter viva a cultura que se foi perdendo ao longo dos anos.
São conhecidos como “a gente da barragem”, como eram identificados os negros que moravam na barragem do Rio Gravataí e que depois foi rompida com o canal do DNOS, na década de 60. Até ser reconhecido como o Quilombo da Anastácia.
Recuperar um pouco deste processo social é obrigação para nós que estamos ajudando na construção social de nossa região.
Há dissertação de mestrado defendida pela Vera Regina Rodrigues da Silva na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Ufrgs, buscando resgatar neste estudo antropológico os caminhos percorridos. E nos faz viajar em um período de construção de uma identidade local, de uma população que não era reconhecida pelo modelo social vigente na época.
Em breve teremos a oportunidade de apresentarmos aos visitantes do nosso barco-escola o Quilombo da Anastácia, in loco.