Uma foto publicada no Facebook pelo digital influencer Odair Goulart, causou na noite desta terça-feira no meio político da aldeia. Seria uma 'união em Gravataí' pelo União Pelo Brasil, novo partidão nacional?
Em frente a uma mesa de queijos – pepinos – e azeitonas, no espaço gourmet da casa do vereador Cláudio Ávila (PSD), na paragem Verdes Campos, ‘Odair do Alô e do Acorda Gravataí’ aparece ao lado de Ávila e de Luiz Carlos Busato, ex-prefeito de Canoas e secretário de Articulação e Apoio aos Municípios do governo Eduardo Leite, que saiu do PTB do napoleão de hospício Roberto Jefferson e vai presidir no Rio Grande do Sul o partido oriundo da fusão dos gigantes PSL e DEM.
Não citado no post, mas aparecendo no reflexo do vidro, quem comete o clique é Dimas Costa, ex-vereador, segundo colocado na disputa pela Prefeitura em 2020 com 35 mil votos e, hoje, presidente municipal e vice estadual do PSD, pelo qual é apresentado como candidato a deputado estadual em dobradinha com o federal Danrlei de Deus.
– Sim, era eu. Foi um encontro casual. Fui visitar o Cláudio que fez uma cirurgia e o Busato também. Mas não há nenhuma conversa ou possibilidade de eu deixar o PSD, partido onde estou desde 2016 e ajudo diariamente a construir em Gravataí, no Estado e no Brasil – diz Dimas ao Seguinte:, garantindo não ter sido pauta uma filiação sua para concorrer pelo União Pelo Brasil, que terá o maior fundo eleitoral do país.
– Não falamos sobre isso e nunca me pautei por estrutura de campanha – responde, confirmando a candidatura à Assembleia Legislativa pelo PSD, mas despistando sobre uma candidatura à Prefeitura em 24, caso seja eleito em 22.
– A única certeza é que o PSD, que saiu das urnas como a segunda força de Gravataí, terá candidatura à Prefeitura em 24.
Dimas também negou uma articulação para liberar Ávila, ou o outro vereador, Bombeiro Batista, o mais votado de Gravataí e hoje candidato à deputado federal, para se filiar ao União Pelo Brasil, mantendo no PSD apenas a companheira Anna Beatriz da Silva e atraindo Fernando Deadpool (DEM):
– O PSD tem três vereadores com os quais, por convicção e legislação, conto fieis às candidaturas do partido em 22, além de construtores de uma união da oposição para 24.
Ávila não esconde a parceria com Busato, apesar de despistar sobre apoio à candidatura do ex-prefeito à Câmara Federal em 22, ou a uma articulação para acompanha-lo no União Pelo Brasil.
– Foi uma conversa entre amigos que vieram me visitar após a cirurgia. Nem percebi a foto, onde apareço até de pijama. Gostaria muito de estar com Busato, mas vou respeitar a legislação eleitoral. Sigo trabalhando para termos um projeto de oposição que em 24 não governe só para as elites como faz o MDB – disse ao Seguinte: o vereador, que também tem conversado com o ex-prefeito Daniel Bordignon sobre a sucessão de Luiz Zaffalon (MDB).
Ao fim, uma decisão diferente de Dimas me lembraria a personagem Sibyl, em “O Retrato de Dorian Gray” (1890), de Oscar Wilde. A atriz, que atuava em peças de teatro de Shakespeare num teatro sombrio da classe trabalhadora, apaixona-se por Dorian e sai dos palcos para viver o novo romance com aquele que chamava ‘Príncipe Formoso’. Ao ir vê-la, e saber que a artista se afastou de tudo aquilo que o fazia amá-la, Dorian a abandona. Sibyl se suicida com ácido cianídrico.
Antes que alguém interprete que o Dorian Gray da história é Cláudio Ávila, não é: é a política, em sua essência ambivalente, masculino-feminina, hedonista e cheia de vícios e vicissitudes.
Ávila estaria mais para Wilde, pela genial habilidade em, a cada nova obra, surpreender com seus enredos e narrativas.
Odair? É Hetty Merton.
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