Extradição do narcotraficante para os Estados Unidos se deu depois da ascensão do novo líder do cartel de Sinaloa
Considerado pelo governo dos Estados Unidos o mais poderoso traficante de drogas de todos os tempos, Joaquín Guzmán Loera, “El Chapo”, líder do cartel de Sinaloa, já tem um sucessor. Seu nome é Dámaso López Núñez, mais conhecido como “El Licenciado”. De acordo com informações confirmadas por funcionários da DEA, sua era começou no final de 2016, após uma batalha contra “El Chapo” e seus filhos pelo poder dentro do cartel, na qual o outrora chefão saiu derrotado. “El Chapo” foi extraditado pelo governo do México para Nova York em 19 de janeiro do ano passado.
Embora já em 2013 o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos tenha acusado “El Licenciado” de ser um dos principais operadores do cartel de Sinaloa, até agora se sabe muito pouco sobre a carreira criminal, a personalidade e o rosto do homem que tomou o lugar de “El Chapo” na “maior e mais profícua organização de tráfico de drogas do mundo”, como a acusação do Tribunal Federal do distrito de Nova York definiu o cartel que Guzmán Loera encabeçou com Ismael Zambada García durante os últimos 15 anos.
López Núñez, nascido em 22 de fevereiro de 1966, hoje com 50 anos, é da comunidade de El Dorado em Culiacán, no estado de Sinaloa, onde nasceram os chefões mais importantes do México. Ele foi comandante da polícia judiciária e vice-diretor de uma prisão federal de segurança máxima em Puente Grande, em Jalisco, no mesmo período em que “El Chapo” estava preso na unidade. Foi nesse período que López o conheceu, tornou-se seu fiel servo, criou um grupo de choque dentro do presídio conhecido como “Los Sinaloas”, ajudou o chefão a subornar autoridades e funcionários corruptos e, finalmente, a fugir da prisão em janeiro de 2001, com a cumplicidade de outros funcionários federais.
Aqueles que o conhecem o descrevem como um homem astuto, explosivo, visceral e que não escuta o coração na hora de tomar decisões relacionadas a seu poder no negócio das drogas. Acredita-se que seu centro de operações seja Culiacán, onde circula com desenvoltura e, após 15 anos a serviço de “El Chapo”, construiu sua própria estrutura criminosa, que inclui a compra de autoridades com dinheiro grosso e uma ampla rede de contatos para o tráfico de drogas no México, Estados Unidos, América Central e do Sul.
Seu pai, Dámaso López García, foi procurador-geral de Culiacán em 2007, pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI). Sua morte, ocorrida em setembro de 2009, foi motivo para o então prefeito de Culiacán, também do PRI, Jesús Vizcarra, pedir ao conselho um minuto de silêncio em sua homenagem.
O Seguinte: recomenda a leitura da reportagem completa da Agência Pública clicando aqui.