Miki Breier (PSB) assumiu a presidência da Granpal, a associação dos municípios da Grande Porto Alegre, que reúne Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Charqueadas, Eldorado do Sul, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Nova Santa Rita, Santo Antônio da Patrulha, Sapucaia do Sul, Viamão, Taquari e Triunfo.
Após a posse nesta manhã, o Seguinte: ouviu o prefeito sobre os planos para sua gestão e também sobre o novo momento do governo em Cachoeirinha, o que, aliado com o momento de paz pela qual atravessa o PSB, Miki parece alçar vôo tranquilo para disputar a reeleição.
Seguinte: – O que é possível fazer na Granpal?
Miki – Acabei de tuitar que a vida acontece no município, mas não se restringe aos limites, às fronteiras. Questões de saneamento, despoluição do rio Gravataí, transporte urbano, a duplicação da RS-118, saúde e segurança estão conectadas. Não adianta um município funcionar bem e outro estar um caos. A Granpal também nos permite fazer compras consorciadas a preços mais baixos, como medicamentos e material escolar. E também mostrar força em Brasília, no debate sobre o pacto federativo. Neste momento, a grande reivindicação é que os recursos da educação, do Fundeb, sejam repassados diretamente às prefeituras, como acontece com a saúde. Essa descentralização é uma promessa do presidente Jair Bolsonaro, com que nos encontramos na Marcha dos Prefeitos em Brasília. Mas é preciso ficar em cima, porque também foi promessa, não cumprida, de outros presidentes.
Seguinte: – Quem serão teus diretores executivos?
Miki – Posso jogar até no gol, já que tenho um Geromel e um Kannemann: o José Luis Barbosa, que foi presidente da Fundação de Proteção Especial do RS (FPE), e o Pedro Francisco da Silva Filho, que foi meu chefe de gabinete e hoje leciona no colégio Dom Feliciano.
Seguinte: – A UPA (unidade de pronto atendimento) 24h é um símbolo, mas parece que o governo finalmente deslanchou…
Miki – Ainda enfrentamentos muitas dificuldades. Nosso gargalo ainda é o gasto com a folha, que está em 60,49%, mas era de 77% quando assumimos. Mas estamos de fato conseguindo deslanchar, com criatividade e esforço coletivo do secretariado. As medidas que adotamos no início do governo, com cortes, contenção de gastos e economia, mostraram que não estávamos para brincadeira, que queríamos arrumar as finanças para entregar melhores serviços. Firmamos parcerias, como nas calçadas da Flores da Cunha e na reforma do Cras Anair e projetamos R$ 8 milhões em obras de infraestrutura, como asfalto e saneamento, com um fundo que articulamos na assinatura da prorrogação do contrato com a Corsan. Também vejo como uma inovação o estacionamento rotativo, que terá uma plataforma inédita no Rio Grande do Sul.
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Seguinte: – Será dado reajuste para o funcionalismo? Se não, temes uma nova greve?
Miki – Com o gasto que temos com a folha, bem acima do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (que é de 54%), não há como dar reajuste. Temos sido transparentes com o sindicato. Em janeiro de 2017 assumimos os 5% negociados pelo governo passado, mas depois não foi mais possível dar reposição. Porém, enquanto alguns municípios atrasaram salários, temos pago em dia e, quando possível, adiantado. Sobre greve, respeitamos qualquer movimento, mas não me parece momento adequado. As contas estão abertas para quem quiser ver.
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Seguinte: – A reeleição parece natural. Qual momento para tratar da candidatura?
Miki – Enquanto prefeito eu prefiro falar de 2020 apenas em 2020. Ainda há muito para ser feito na prefeitura. É claro que se vive já o que chamo de tensão pré-eleitoral, como em todo ano de véspera de eleição, mas quem está no governo não pode pensar nisso, tem que focar em governar.
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Seguinte: – Se não adianta perguntar se a chapa da reeleição será mantida, faço uma questão diferente: o Maurício Medeiros (MDB) é o vice que todo prefeito quer?
Miki – É o vice dos sonhos. Foi prefeito na década de 90 e Brasília é a casa dele. Sempre volta com algum boa notícia, já repactuou a dívida da previdência, conseguiu mais prazo para não perdermos o recurso para construção da praça do Centro de Artes e Esportes Unificados. É um vice que ajuda, não conspira contra o prefeito.
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