Para ajudar a entender por que Bolsonaro loteou o governo de militares e por que eles não querem deixar o governo e ameaçam com golpe.
Esta é a manchete do Estadão neste momento:
Quase 1,6 mil militares receberam mais
de R$ 100 mil líquidos por mês este ano
De janeiro a maio deste ano, 1.559 foram agraciados com pagamentos que superaram a centena de milhar. O maior vencimento foi de R$ 603 mil livres, já após descontos.
O Estadão já havia informado, no mês passado, que o candidato a vice na chapa de Bolsonaro, general Walter Braga Netto, recebeu R$ 926 mil de salários em dois meses de 2020, quando o Brasil atravessava o auge da pandemia de Covid-19.
O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que é almirante de esquadra reformado da Marinha, também teve um ganho bruto de R$ 1 milhão nos meses de maio e junho de 2020, muito acima de seu salário habitual de R$ 35 mil.
Já Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, recebeu R$ 731,9 mil em julho, agosto e setembro daquele ano. Naquele época, ele estava à frente da Secretaria de Governo. Seu salário normal também é de R$ 35 mil.
E a grande maioria de militares da ativa e da reserva, que recebem vencimentos modestos e não fazem parte dessa mamata?
O que eles pensam desse escândalo, que numa situação de normalidade derrubaria o governo?
(Vamos admitir. O Estadão, o primeiro a denunciar como funcionava o orçamento secreto, vem fazendo o melhor jornalismo entre os grandes nesses tempos bolsonarianos. É surpreendente, mas é a realidade.)